A Hora do Boi, com Vandré Silveira, no Teatro Municipal Domingos Oliveira, Planetário da Gávea

por Redação
Vandré Silveira

Depois de um enorme sucesso de crítica e público, A Hora do Boi, montagem idealizada pelo ator Vandré Silveira retorna aos palcos cariocas, com estreia no dia 5 de setembro, 6ªf, às 20h30, para marcar sua terceira temporada, desta vez no Teatro Municipal Domingos Oliveira, no Planetário do Rio, com sessões de 6ªf a domingo, até 28 de setembro. “Este espetáculo coroa um momento pessoal de maior conexão com o essencial. O amor. A força mais poderosa do universo”, declara Vandré.

A Hora do Boi, com direção de André Paes Leme sobre o texto de Daniela Pereira de Carvalho, narra a história de Seu Francisco, um tratador e capataz de matadouro que se encontra numa encruzilhada ao criar grande relação de amizade e afeto com Chico, boi nascido e criado sob seus cuidados mas que, um dia, deverá ser abatido.

A performance visceral de Vandré no espetáculo que reflete sobre a igualdade entre os seres vivos, recebeu menções e indicações na cena teatral. “A Hora do Boi” foi eleito um dos melhores espetáculos de 2023 na retrospectiva do “Segundo Caderno”, do jornal “O Globo”. O espetáculo também foi indicado ao 34º Prêmio Shell pelo Figurino (Carlos Alberto Nunes) e ao 18º Prêmio APTR (Associação de Produtores de Teatro) pela Direção de Movimento (Paula Aguas e Toni Rodrigues).

“Fico feliz e agradecido pela oportunidade de retornar aos palcos com uma história que desloca o ponto de vista humano, antropocêntrico, e dá voz ao animal que é tão subjugado e explorado na nossa sociedade. Uma fagulha de esperança e amor por relações mais igualitárias e respeitosas entre espécies e dentro da nossa própria espécie humana. O Teatro a serviço de transformações urgentes e fundamentais na nossa maneira de estar e viver no mundo.” (Vandré Silveira)

“Precisamos ampliar o entendimento de que todos os seres vivos são igualmente importantes, buscar esse diálogo entre os homens”, reflete Vandré, que foi buscar os escritos e histórias de São Francisco de Assis sobre a natureza dos seres vivos para dar sentido ao espetáculo. Para o homem Francisco, nascido em Assis, na Itália, nos idos do Século XII, ninguém é suficientemente perfeito que não possa aprender com o outro e, ninguém é totalmente destituído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão. Francisco enxergava todos os seres vivos como igualmente importantes e tinha profunda relação com a natureza e os animais.

Seguindo com este ensinamento, a trama apresenta dois personagens: Seu Francisco e Chico, que estabelecem uma ligação afetiva de profunda empatia e amizade, sentimentos que põem em cheque toda a objetividade das funções de Seu Francisco, como um matador de bois. Apegado ao boi, Seu Francisco, apavorado, vê se aproximar a hora do abate de Chico – única criatura com a qual estabeleceu um vínculo na vida. Seu Francisco nunca deixou de cumprir ordens. Manso e submisso, abateu centenas e centenas de cabeças de gado a mando dos patrões – sem sentir nada, nem refletir sobre seus atos. A amizade com Chico, entretanto, mudou sua vida. É alguém com significado. Ao seu lado, o boi Chico vive a agonia do condenado, injustamente, no corredor da morte, com a peculiaridade de amar o próprio algoz e depositar, nesse laço de afeto, todas as suas esperanças de salvação.

VANDRÉ SILVEIRA | ARGUMENTO, ATUAÇÃO E PRODUÇÃO:

Formou-se no Curso Profissionalizante de Teatro da Fundação Clóvis Salgado (CEFAR- Palácio das Artes), em Belo Horizonte. No teatro atuou nos espetáculos: “Casa Apodrecida”, direção de Leonardo Bertholini; “A vida dela”, direção de Delson Antunes; “O Homem Elefante”, direção de Cibele Forjaz e Wagner Antonio; “Vermelho Amargo”, direção de Diogo Liberano; “Momo e o senhor do tempo”, direção de Cristina Moura; “Céu sobre chuva ou Botequim”, direção de Antonio Pedro Borges; “Amor e Restos Humanos”, direção de Carlos Gradim; “O Menino que Vendia Palavras”, direção de Cristina Moura; “Dois Jogos: Sete Jogadores” e “Trans Tchekhov”, direção de Celina Sodré. No cinema atuou no curta “Bárbara”, de Carlos Gradim, e recebeu os Prêmios de Melhor Ator dos Festivais de Cinema: Primeiro Plano (Juiz de Fora, MG); Ibero-Americano de Cinema/Curta-SE (Sergipe); For Rainbow (Fortaleza, Ceará) e VI Festival de Cinema de Maringá (Paraná). Atuou nos longas: “Rio Mumbai”, direção de Pedro Sodré; e “Ponto Org”, direção de Patrícia Moran. Participou dos seriados “A Segunda Vez”, “Os Gozadores” e “Bicicleta e Melancia”, no Multishow; “Amor Veríssimo”, no GNT; “Caipirinha Sunrise”, na TV Azteca; e “Lilyhammer” para o Netflix. Com o monólogo “Farnese de Saudade”, dirigido por Celina Sodré, venceu o Prêmio de Melhor Interpretação no Festival Home Theatre 2014, e o Prêmio de Melhor Cenário no 2º Prêmio Questão da Crítica, além de ser indicado ao 25º Prêmio Shell na categoria Melhor Cenário, e no Prêmio Questão da Crítica na Categoria Especial, pela pesquisa do projeto. Recentemente, esteve no ar na novela “Jesus”, na Rede Record, interpretando Lázaro. Em “A Dona do Pedaço” (Globo, 2019), deu vida ao advogado Dr. Tibério, na reta final da trama. Foi Antonio, de “Vai na Fé” (Globo, 2023). Aguarda a estreia de “D. Beja” (Max) em 2026, como o capitão Moacir, e do filme “Nosso Lar 3 – Vida Eterna”, de Wagner de Assis, como Martinho (em produção).

ANDRÉ PAES LEME | DIRETOR

Doutor em Estudos Artísticos na especialidade de Estudos de Teatro pela Universidade de Lisboa e Graduado em Artes Cênicas na especialidade de Direção Teatral pela UNIRIO, onde leciona desde 1999, já encenou mais de 50 espetáculos, entre peças de teatro, óperas e concertos musicais. Em 2019, em Portugal, estreou “Dois perdidos numa noite suja”, de Plínio Marcos, e mais recentemente, “Miguel e Los Angeles”, espetáculo circense realizado com a Escola do Chapitô, no Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa. Em 2018, no Brasil, encenou “Agosto”, texto premiado de Tracy Lettes (destaque no RJ e SP); e também a ópera “O Matrimónio Secreto”, de Domenico Cimarosa. Em 2010 recebeu o Prêmio APTR/2010 de melhor direção pelo espetáculo “Hamelin”, de Juan Mayorga.

Essa fuga real do boi que estava aprisionado para o mar foi uma imagem determinante na elaboração da narrativa. A relação familiar de afeto entre o capataz, Francisco, e o boi, Chico – e todos os outros personagens que surgiram, imprimindo no texto, em alguma medida, problematizações para diversas relações de poder – entre o ser humano e outros seres vivos, entre patrão e empregado, entre pai e filha – é de onde partimos para pensar, em cena, a noção antropocêntrica, tão autoritária, que serve de parâmetro às civilizações há tantos séculos. Precisamos nos interrogar acerca dessa falsa superioridade, artificialmente imposta – muitas vezes, bastante violenta. O amor fraterno entre um homem e um boi, tão próximos, semelhantes – a diferença entre espécies sendo irrelevante, porque apenas um no outro encontram afeto e cuidado em meio ao mundo árido, sangrento mesmo, que habitam – é algo bastante bonito de trazer ao palco.”

DANIELA PEREIRA DE CARVALHO | AUTORA

Dramaturga premiada, é formada atriz pela CAL (Casa de Arte das Laranjeiras) e em Teoria do Teatro, com Mestrado em Artes Cênicas pela UniRio. Escreveu seus primeiros textos como dramaturga para a companhia teatral “Os Dezequilibrados”. A partir de 2005, escreveu peças que lhe renderam importantes prêmios e reconhecimento da crítica. Destaque para: “Assassinato em série”, “Tudo é permitido” (indicada ao Prêmio Shell de Melhor Texto em 2005), “Não existem níveis seguros para consumo destas substâncias” (vencedor do Prêmio APTR 2006 de Melhor Autor e indicada ao Prêmio Shell de Melhor Texto em 2006), “Renato Russo – o musical” (indicada ao Prêmio Shell de Melhor Texto em 2006), “Por uma vida um pouco menos ordinária” (indicada ao Prêmio Shell São Paulo de Melhor Texto e Prêmio Contigo de Teatro de Melhor Texto em 2007), “Um certo Van Gogh” (indicada ao Prêmio Contigo de Teatro de Melhor Texto em 2009), “Tom & Vinícius – o musical”, “As próximas horas serão definitivas” (indicada ao Prêmio Contigo de Teatro de Melhor Texto em 2011), “Tubarões” e “Memórias do Esquecimento”. Recentemente, esteve em cartaz com o espetáculo “A Revolução dos Bichos”, com direção de Bruce Gomlevsky.

SINOPSE “A HORA DO BOI”:

História sobre empatia entre seres vivos, quando um homem sem afetos cria laços de amor com um boi. Tratador e capataz de matadouro que se encontra numa encruzilhada ao criar grande relação de amizade e afeto com o boi Chico, nascido por suas mãos e criado por ele como um filho.

FICHA TÉCNICA:

  • Texto: Daniela Pereira de Carvalho
  • Idealização e Atuação: Vandré Silveira
  • Direção: André Paes Leme
  • Direção de Movimento: Toni Rodrigues e Paula Aguas
  • Cenografia e Figurinos: Carlos Alberto Nunes
  • Cenógrafa e Figurinista assistente: Arlete Rua
  • Confecção de figurino: Ateliê Bruta Flor
  • Iluminação: Renato Machado e Anderson Ratto
  • Trilha Sonora: Lucas de Paiva
  • Preparação Vocal: Claudia Elizeu
  • Design Gráfico: Raquel Alvarenga
  • Fotografias: Callanga e Lorena Zschaber
  • Operação de Luz: Brisa Lima
  • Operação de Som: Consuelo Barros
  • Voz em off: Claudio Gabriel
  • Gestão de Conteúdo: Michele Louvores
  • Gestão de Mídia: Agência Nucleus Digital
  • Social Media: Gustavo Lima
  • Assessoria de Imprensa: Passarim Comunicação (Silvana C. Espirito Santo) e Marcelo Bartolomei
  • Produção executiva: Márcia Andrade
  • Direção de Produção: Sandro Rabello
  • Realização: Oriente Produções e D!ga Sim Produções

SERVIÇO:

“A Hora do Boi”, com Vandré Silveira

  • Estreia: 5 de setembro de 2025 | 6ªf, às 20h30
  • Local: Teatro Municipal Domingos Oliveira
  • Temporada de quatro semanas: até 28 de setembro |  de 6ªf a domingo
  • Dias 5, 12, 19, 26 de setembro | 6, 13, 20, 27 de setembro | 7, 14, 21, 28 de setembro
  • Horário: 6ªf e sábado, às 20h30min | domingo, às 19 horas
  • Endereço: Av. Padre Leonel Franca, 240 – Gávea, Rio de Janeiro/RJ
  • Telefone: (21) 2274-7722
  • Ingressos: R$ 50,00 (inteira) / R$ 25,00 (meia-entrada)
  • Duração: 60 minutos
  • Classificação: 14 anos
  • Capacidade: 117 lugares

NAS REDES SOCIAIS:

@ahoradoboiteatro

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