AbraPalavra e Instituto Incluir disputam o Jabuti 2025 com iniciativas de democratização da leitura

Ações das Escolas Livres de arte e cultura reforçam o papel da leitura como ferramenta de inclusão, acessibilidade e transformação social

por Redação

Duas Escolas Livres de arte e cultura figuram entre os finalistas do Prêmio Jabuti 2025, na categoria Fomento à Leitura: o projeto “AbraPalavra: quando a literatura se encontra com o cotidiano”, desenvolvido pelo Instituto Cultural AbraPalavra, responsável pela ELENA – Escola Livre de Estudos da Narração Artística, e o Instituto Incluir, com o seu projeto Literatura Acessível – 10 anos.

Aline Cântia - Instituto Cultural AbraPalavra

Aline Cântia – Instituto Cultural AbraPalavra

A presença dessas instituições na principal premiação do livro e da leitura no Brasil reforça o papel das Escolas Livres na democratização do acesso à cultura e na ampliação de práticas formativas que unem arte, educação e cidadania. Esses espaços atuam de forma autônoma, conectando comunidades e promovendo novas relações com o livro e a palavra.

O Instituto Cultural AbraPalavra, sediado em Belo Horizonte, é uma organização sem fins lucrativos criada em 2011 e reconhecida anualmente como Pontão Nacional de Livro, Leitura e Literatura.  A instituição desenvolve ações em todo o país, articulando arte, leitura e mediação cultural, e coordena a ELENA – Escola Livre de Estudos da Narração Artística, voltada à formação de narradores, escritores e mediadores de leitura.

O projeto finalista AbraPalavra aproxima literatura e cotidiano, levando experiências de leitura e narração para diferentes territórios culturais. Em 2024, realizou aproximadamente 100 atividades gratuitas e acessíveis, como rodas de conversa, lançamento de livros, cursos de formação, saraus, espetáculos literários, produção de documentários sobre grupos de contadores de histórias, além da Candeia – 8° Mostra Internacional de Narração Artística e da criação da primeira escola voltada para a narração artística — um termo inaugurado por Aline Cântia, que traz a narração de histórias como linguagem artística e campo do conhecimento. As ações chegaram às cinco regiões do país, alcançando pontos de cultura e de leitura, bibliotecas, escolas, museus e teatros.

“Estar entre os finalistas do Prêmio Jabuti é um reconhecimento coletivo. Mostra que as escolas livres e os projetos nascidos em diálogo com as comunidades têm relevância nacional e ajudam a desenhar o futuro das políticas públicas de leitura no Brasil”, afirma Aline Cântia, coordenadora do projeto AbraPalavra.

Literatura Acessível

Já a Escola Livre Instituto Incluir é sediada no Rio de Janeiro e reconhecida como Ponto de Cultura. Com atuação em diversas partes do Brasil, é focada na promoção da acessibilidade e da inclusão por meio da literatura, em parceria com instituições comprometidas com inclusão e diversidade.

O projeto finalista Literatura Acessível — de alcance nacional — promove o direito à leitura de crianças e jovens com e sem deficiência, especialmente em territórios com baixa oferta cultural, por meio da distribuição gratuita de livros infantojuvenis com desenho de acessibilidade (braile, fonte ampliada, pictogramas, audiodescrição e QR codes com vídeos em Libras e audiolivros), além de oficinas sensoriais, contações de histórias inclusivas e formações para educadores. Em 2024, quando completou 10 anos, o Literatura Acessível atendeu diretamente cerca de 10 mil crianças e jovens em 22 municípios, entre escolas, bibliotecas e espaços de educação não formal — reafirmando a missão do Incluir de construir uma sociedade mais equitativa e humana, assegurando igualdade de oportunidades e combatendo as condições de exclusão.

Carina Alves e projeto Literatura Acessível - Instituto Incluir

Carina Alves e projeto Literatura Acessível – Instituto Incluir

Para Carina Alves, fundadora e presidente do Instituto Incluir e idealizadora do projeto Literatura Acessível, o reconhecimento alcançado pelo projeto simboliza mais do que um prêmio: “Representa a valorização de uma trajetória dedicada à democratização da leitura e à construção de uma cultura verdadeiramente inclusiva. Quando tornamos a palavra acessível, abrimos caminhos para uma sociedade mais consciente, crítica e plural”.

Este reconhecimento também evidencia a força da Rede de Escolas Livres de Arte e Cultura que, em diferentes estados, compartilha metodologias abertas, promove trocas formativas e articula ações em parceria com bibliotecas, escolas públicas e espaços comunitários. Em diálogo com as políticas do livro e da leitura, essa rede impulsiona a circulação de obras e artistas, fortalece mediadores de leitura e coloca a acessibilidade, a diversidade regional e a participação social no centro das práticas culturais.

O Prêmio Jabuti, promovido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), chega à sua 67ª edição reconhecendo autores, editoras e iniciativas que fortalecem o livro e a leitura no país. O resultado final será anunciado no dia 27 de outubro, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro-RJ.

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