Nascido em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Almir Sater destaca-se na cultura brasileira como um músico e compositor criador de um estilo único e original. Suas músicas dialogam com as culturas regionais fronteiriças de seu estado natal, ao mesmo tempo em que influencia e recebe suas influências.O cantor e sua banda se apresentam no dia 24 de março, sexta-feira, no Vivo Rio.
Sua carreira foi construída de forma sólida, coerente e sem apelos comerciais, compromissos estratégicos ou imposições do mercado. Mesmo à margem deste mercado, é um artista muito conhecido, que realiza apresentações constantes todos os anos, em casas de espetáculos, teatros, feiras agropecuárias e eventos corporativos pelo Brasil afora, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste. É recordista de público em diversos teatros e festas.
Possui um repertório de canções que estão no imaginário popular. Um bom exemplo é “Tocando em frente”. Afinal, quem no Brasil não conhece suas estrofes “Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs”?
Esta e outras músicas, como “Um Violeiro Toca”, “Chalana” e “Trem do Pantanal” são exemplos de canções que desenvolveram ao longo dos anos uma relação afetiva com o público. Por isso são sempre presentes e exigidas nas apresentações do artista, que proporciona um show emocionante para quem gosta da boa música instrumental brasileira e de canções com letras que tratam do estilo sertanejo pantaneiro, de amor e de reflexões sobre a vida, entre outros temas.
Trajetória artística
Almir Sater nasceu em 14 de novembro de 1956. Seu contato com a cidade grande veio muitos anos depois quando, já adulto, saiu de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e foi para o Rio de Janeiro estudar Direito na Faculdade Cândido Mendes. Mas não levou nem três meses para concluir que não seria advogado.
Na solidão que a cidade grande lhe impôs, encontrou na viola sua grande amiga e companheira, dedicando-se completamente ao instrumento. Certo dia, ao passar por acaso pelo Largo do Machado (reduto nordestino do Rio de Janeiro) ao ouvir as duplas regionalistas que se apresentavam, descobriu que a música era o que realmente importava em sua vida.
Retornou para Campo Grande, o que proporcionou a retomada de contato com a gente de sua terra e uma pesquisa de novos ritmos e sons tirados de sua viola de 10 cordas, ou viola caipira, instrumento que foi resgatado por Almir Sater. Suas composições refletem o popular e o erudito de maneira impar, como nunca se ouviu na MPB.
Mesmo tendo chegado à excelência técnica, não deixou a emoção de lado. Compõe de forma intensa e apaixonada. O público, ao sair do show, muitas vezes tem a impressão de ter saído da sala de visitas do cantor, completamente à vontade.
Lançou pouco mais de uma dezena de álbuns, iniciando sua discografia em 1981. Passou por diversas gravadoras, como Warner Music, Som Livre, Universal, entre outras. Foram dos lançamentos dos anos 80 e 90 que saíram suas músicas mais conhecidas. Os últimos álbuns foram lançados em parceria com o também cantor, compositor e violeiro Renato Teixeira, amigo de longa data com quem criou os maiores clássicos da música Raiz“ Tocando em Frente e Um Violeiro Toca”, em 1990.
Este novo encontro rendeu dois álbuns, “AR” e “+ AR” intitulados com as inicias dos primeiros nomes de cada um, lançados em 2005 e 2008, respectivamente. Nos show atuais, Almir Sater costuma incluir algumas músicas destes discos, como “D de Destino”, “Peixe Frito” e “Juro”.
As gravações foram realizadas no Brasil e nos EUA, em Nashville, considerada a meca da música country. Nesta cidade norte-americana, ele já havia se apresentado após os bem sucedidos shows no Free Jazz Festival, importante evento que era realizado no Brasil, onde Almir Sater foi destaque em 1988 e 1989 juntamente com nomes consagrados da música mundial.
Nos Estúdios, não despreza a técnica que se obtém com a eletrônica moderna e os efeitos dos sons de laboratório. Mas quando sobe ao palco, não existem montagens. Almir Sater pega na viola e o som flui de forma suave e natural. Em sua trajetória, ganhou dois prêmios Sharp, com as canções “Moura” e “Tocando em Frente”, gravada por Maria Bethânia.
Carreira televisiva
Em 1990, seu desempenho na novela “Pantanal”, da Rede Manchete fez aumentar sua publicidade. O grande sucesso o fez voltar à TV em 1991, como protagonista de “Ana Raio e Zé Trovão”. Realiza atuações esporádicas (foram 5 novelas em 32 anos), em papeis que façam conexões com seu jeito de ser e com sua personalidade musical. Em 1996, estrelou “O Rei do Gado”, pela Rede Globo. Dez anos depois, em 2006 foi a vez de “Bicho do Mato”, pela TV Record.
Recentemente pode ser visto no remake de “Pantanal”, realizado pela Rede Globo, em que interpreta o personagem Eugênio, condutor de uma chalana, que tem um propósito espiritual muito forte, preservando o equilíbrio daquela região. No elenco também está seu filho, Gabriel Sater, no papel do violeiro Trindade. Na novela, ambos foram vistos tocando juntos.
Serviço
- Evento: Almir Sater
- Data: 24 de março (sexta-feira)
- Horário: 22h (a casa abre 2h antes)
- Local: VIVO RIO – Avenida Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo – Rio de Janeiro
Ingressos:
- Ingressos entre R$ 80,00 a R$ 160,00
- Site Vivo Rio ( www.vivorio.com.br) e bilheteria que funciona em dias de espetáculos das 16h até o início do evento e pelo totem que se encontra no foyer, em dias de shows até o fechamento da casa.
- Classificação etária: 18 anos