Analu Prestes em Senhor Diretor no Teatro Poeira

por Redação
Analu Prestes em Senhor Diretor, - foto: Alexia Maltner

A peça é a primeira adaptação teatral do conto homônimo de Lygia Fagundes Telles (1918-2022), membro da Academia Brasileira de Letras, vencedora do Prêmio Camões – honraria máxima da literatura em língua portuguesa – e primeira mulher brasileira indicada ao prêmio Nobel de Literatura.

Um desabafo tragicômico de uma mulher de 62 anos que se descobre distante de si mesma e dos seus desejos. Em cena, temas urgentes e eternos como solidão, sexualidade, envelhecimento e morte.

Analu Prestes, mais de 50 anos de carreira, é vencedora dos prêmios Shell, APTR e Cesgranrio de “Melhor Atriz” pelo seu trabalho em “As Crianças”, direção de Rodrigo Portella.

Sob a direção segura de Silvia Monte, a experiência teatral transcende do texto para a cena graças à cortante beleza da atuação da atriz. | Tania Brandão, Folias Teatrais

Um acertado lance de dados entre a literatura e o teatro. | Wagner Correa, Escrituras Cênicas

E desse barro extraordinário Analu Prestes nos apresenta todos os conflitos, desejos, contradições, pequenas alegrias, tristezas sem cura no espetáculo. | Claudia Chaves, Correio da Manhã

O espetáculo-solo “Senhor Diretor” estreia no dia 11 de março sua segunda temporada, agora no Teatro Poeira. Esta é a primeira adaptação teatral do conto homônimo de Lygia Fagundes Telles (1918-2022), extraído do livro “Seminário dos Ratos” (1977).

“Sou uma leitora de longa data de Lygia Fagundes Telles. Como encenadora, tenho bastante interesse pela interseção da literatura e do teatro. No caso de Lygia, há em sua ficção a presença marcante da oralidade, com diálogos muito bem construídos e uma carpintaria preciosa do mundo interno das personagens.”, conta Silvia Monte, diretora, adaptadora e idealizadora do projeto.

“A Silvia presenteou-me com o livro ‘Seminário dos Ratos’. Ao ler o conto ‘Senhor Diretor’, fiquei completamente fascinada, abduzida por Lygia. Uma das coisas que me encantou foi trazer a literatura para a cena, porque as pessoas vão entrar em contato com uma grande autora e ficar com curiosidade de pesquisar mais sobre a sua obra. E ao levar uma obra literária à cena, você estimula o público, mesmo quem não tem muito o hábito de ler, a mergulhar na literatura, o que é maravilhoso”, vibra Analu.

Analu Prestes, mais de cinquenta anos de carreira, é vencedora dos prêmios SHELL, APTR e Cesgranrio de Teatro de “Melhor Atriz” pelo seu trabalho no espetáculo “As Crianças”, com direção de Rodrigo Portella.

SINOPSE

Maria Emília, uma professora paulistana dos meados do século XX, comemora seu aniversário de 62 anos caminhando sozinha pelas ruas da cidade. No passeio, escandaliza-se com as manchetes e capas de revistas numa banca de jornais. Indignada, sente que precisa tomar uma atitude. Decide então escrever uma carta ao diretor do Jornal da Tarde, relatando seu horror pelo caos da sociedade. Enquanto escreve, seu fluxo de pensamento é invadido por lembranças, fantasias e julgamentos. Seu mundo interior entra em ebulição, e ela já não é capaz de contê-lo. Resolve então se refugiar numa sessão de cinema, onde vivencia uma grande revelação.

A MONTAGEM

O cenário de Analu Prestes é composto por uma clássica ‘cadeira xerife’ giratória que ocupa o centro da cena, rodeada de plateia, aludindo à solidão da personagem e o clima de testemunho entre ela e os espectadores. O figurino, também de Analu, expressa a sobriedade da personagem, mas com um toque moderno e irreverente que sinaliza a contradição de uma alma aprisionada. A luz de José Henrique Moreira desenha o fluxo de pensamento da heroína nos planos de realidade, alucinação e memória.

A direção e produção musical de Yahn Wagner, a partir de trilha de Silvia Monte, revisita dois clássicos que marcaram época – “Último Tango em Paris”, de Gato Barbieri (1932-2016), tema do filme homônimo; e “Moteto em Ré Menor”, de Gilberto Mendes, a partir do icônico poema concretista “Beba Coca-Cola”, de Décio Pignatari (1927-2012). As músicas pontuam as fantasias sexuais da solitária senhora.

Serviço

ESTREIA: dia 11 de março (3ªf), às 20h
ONDE: Teatro Poeira
. Rua São João Batista, 104, Botafogo / RJ Tel: (21) 2537-8053
HORÁRIOS: terças e quartas-feiras às 20h / INGRESSOS: R$100 e R$50 (meia) em https://bileto.sympla.com.br/event/102498?share_id=1-copiarlink ou na bilheteria de 3ªf a sab das 15h às 20h e dom das 15h às 19h / CAPACIDADE: 171 espectadores / DURAÇÃO: 50 min / GÊNERO: monólogo / CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos / TEMPORADA: até 23 de abril

FICHA TÉCNICA

Da obra de Lygia Fagundes Telles
Idealização, Adaptação e Direção: Silvia Monte
Elenco: Analu Prestes
Cenário e Figurino: Analu Prestes
Iluminação: José Henrique Moreira
Direção de Movimento: Mari Amorim
Trilha Musical: Silvia Monte
Direção Musical, Produção e Arranjos: Yahn Wagner
Coro e Instrumentistas: Daniel Santana Souza, Eduardo da Silva de Barros,
Iago Cirino dos Santos, Mariana Leandro da Guia, Rodrigo Barcelos da
Costa Silviane Paiva de Noronha, Tie de Khul e Machado
Músicas: “Último Tango em Paris”, de Gato Barbieri; “Moteto em Ré Menor”, de Gilberto Mendes; e o poema “Beba Coca-Cola”, de Décio Pignatari
Identidade Visual: Sydney Michelette
Fotos de Divulgação: Alexia Maltner
Fotos de Cena: Isabelle Oliveira
Gestão de Performance e Redes Sociais: Lead Performance
Operação de Luz: Wallace Furtado
Operação de Som: Thuca Soares
Cenotécnico: Humberto Jr.
Direção de Produção: Wagner Pacheco
Produção e Realização: Terceira Margem Produções Culturais
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany

LYGIA FAGUNDES TELLES (1918-2022)

Escritora, romancista, contista e cronista, foi presidente da Cinemateca Brasileira e membro da Academia Paulista de Letras. Foi eleita para a Academia Brasileira de Letras (ABL) em 1985. Com o romance Ciranda de Pedra, lançado em 1954, Lygia inicia a maturidade da sua carreira, reconhecida pela crítica literária e pela fidelidade de seus leitores. A década de 1970 marcou o início de sua consagração, quando lançou alguns de seus livros de maior sucesso, entre os quais: Antes do Baile Verde (1970), As Meninas (1973) e Seminário dos Ratos (1977). Sua obra – composta de dezoito livros de contos e quatro romances – já foi traduzida e publicada em diversos países, como Portugal, França, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia, Espanha e República Tcheca. Sua ficção foi adaptada para TV, teatro e cinema. Recebeu todos os maiores prêmios nacionais de literatura e foi indicada ao Nobel de Literatura. A consagração definitiva viria com o Prêmio Camões (2005), distinção maior da língua portuguesa, pelo conjunto da obra.

ANALU PRESTES – atriz, cenógrafa e figurinista

Atriz e artista visual, com 52 anos de palco, é reconhecida com uma das grandes da sua geração. Iniciou sua trajetória profissional na capital paulista, com Zé Celso e Luís Antônio Martinez Corrêa, no Teatro Oficina. Aos 22 anos, fundou com Luís Antônio o grupo Pão e Circo e fez sua estreia profissional em O Casamento do Pequeno Burguês (prêmio de Atriz Revelação, da Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA). Com a companhia Jaz-o-Coração, criada em parceria com Buza Ferraz no Rio de Janeiro, montou as peças Policarpo Quaresma e Mistério Bufo. Com direção de Naum Alves de Souza atuou na trilogia No Natal a Gente Vem Te Buscar, Aurora da Minha Vida e Um Beijo, um Abraço, um Aperto de Mão. Tem trabalhado com renomados diretores, entre eles Ary Coslov, Rodrigo Portella, Victor García Peralta.

Com o espetáculo As Crianças, direção de Rodrigo Portella, conquistou os prêmios Shell, APTR e Cesgranrio de Melhor Atriz, em 2019. Por seu trabalho no espetáculo Sonhos para Vestir (2022), recebeu o prêmio APTR de Melhor Cenografia. Recebeu o prêmio de Melhor Cenografia por Ensaio de um Adeus Inesperado, no FITA – Festival Internacional de Teatro de Angra (2024). Estreou o monólogo Senhor Diretor, direção de Silvia Monte, em outubro de 2024.

SILVIA MONTE – idealizadora, adaptadora e diretora

Graduada em Interpretação (UniRio) e especializada em Direção Teatral (Faculdade CAL). Sócia-administradora da Terceira Margem Produções Culturais. Assinou a direção de espetáculos bem recebidos pela crítica e pelo público: Senhor Diretor (idealização e dramaturgia, 2024); Por Elas (idealização e autoria, 2018); A Visita da Velha Senhora (idealização, 2016); Um Inimigo do Povo (idealização, 2013).

Escreveu, dirigiu e produziu o podcast em formato de radiodrama O Direito de Pensar – Uma Viagem Radiofônica ao Julgamento do Macaco (2019). É idealizadora, curadora e diretora dos ciclos de leituras dramatizadas: Leituras em Cena, (em curso desde março de 2024); Teatro na Justiça (1999-2019); Livro Aberto – Literatura em Cena (2002 -2008). Integrou a equipe de criação e produção do programa Ciclodrama – Ato Único (2022-2023), série de leituras em formato de Jam Session, no qual contribuiu como curadora, diretora e produtora (2022/2023). Ministrou duas edições da oficina Da Palavra à Cena (2023, Espaço Abu). Atuou por mais de duas décadas como gestora cultural no Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro e, sob sua direção, curadoria e produção, foram realizadas dezenas de programas nas áreas de teatro, música, museologia e humanidades. Por seu trabalho como gestora pública, recebeu os prêmios Menção Honrosa – Prêmio Innovare 2007; Medalha da EMERJ, 2008; Colar do Mérito Judiciário, 2019.

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