Dando prosseguimento às atividades do processo Residências Artísticas no Atelier Sanitário, rumo à etapa final do projeto, o educador David Alfredo conduzirá os visitantes por três visitas mediadas, a partir da exposição Margens Plácidas, que fica em cartaz até o dia 22 de fevereiro.
O projeto promovido pelo Governo do Estado e a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, contemplado pelo Edital Retomada Cultural RJ2, visa estimular o desenvolvimento da produção artística e teórica, contribuindo para a cena artística carioca, especialmente na Gamboa. Como parte do Edital Retomada Cultural RJ2, as propostas (de produção artística ou pesquisa teórica) tem como mote ou ponto de diálogo discussões e reflexões sobre o Bicentenário da Independência do Brasil e conta com a curadoria de Fernanda Lopes.
No dia 4 de fevereiro, às 16h, o educador abrirá com o tema “Seus Grilhões não nos forjaram”, do artista André Vargas. “Nessa visita mediada, que se inicia na exposição, conversaremos sobre as conexões entre as frases propostas pelo artista André Vargas e a construção das identidades culturais da Pequena África enquanto caminhamos até o Largo São Francisco da Prainha, identificando fatos e saltos históricos na região e que constroem a independência do povo negro brasileiro”, comenta David.
No sábado seguinte, dia 11, a programação começa mais cedo com a apresentação da artista mineira Sara Mosli, apresentará a Oficina Fanzine, às 14:30h, trazendo alguns conceitos básicos para compor uma publicação independente, ou fanzine: quais são os tipos básicos de encadernação, o que é espelhamento, hierarquia, etc. Apresentará ainda o mimeógrafo e a máquina de escrever, e então cada um fará um tipo básico de fanzine: orientará os visitantes cada pessoa a fazer o que quiser. E para finalizar com chave de ouro, às 16h, será a vez de visita mediada por David Alfredo abordar o tema “Aterro ou soterramento?”, da pesquisadora Gisella V. Mello. “A visita, que tem início na exposição, propõe investigar o que a seleção proposta por Gisella V. Mello, a partir da Coleção Geyer, encontra paralelo com o que podemos encontrar na geografia e na memória do bairro da Gamboa e qual é o legado de independência registrado tanto na centenária Coleção, quanto no bairro centenário”, esclarece o educador.
Dia 15, às 16 horas, será apresentado, no MUHCAB, o vídeo performance Rio de Lazareto, criado pelo artista André Vargas, no decorrer da residência e que trata sobre o apagamento de lugares emblemáticos da história afrodiaspórica no território brasileiro, seguido de debate.
E, finalmente, no dia 18, às 16h “A Invenção e as Revoluções”, da artista Sara Mosli, será o mote da visita. “A partir da leitura e discussão sobre a proposta artística de Sara Mosli, partiremos em direção ao Jardim Suspenso do Valongo e, assim, dialogando sobre as independências ainda pendentes para uma liberdade efetiva das pessoas brasileiras e não apenas em âmbito institucional, completa David.
Todos os eventos serão gratuitos, transmitidos pelas redes sociais do Atelier Sanitário e contarão com a presença da comunidade local e artística. “Um dos objetivos fundamentais deste projeto, é colaborar com a formação e desenvolvimento artístico e intelectual dos residentes, incentivando a crescente e necessária produção cultural contemporânea, não só da cidade, mas também do bairro da Gamboa e da região da Pequena África, reafirmando a importância dos projetos culturais da região”, celebram Daniel e Leandro. Os projetos contam com patrocínio do Governo do Estado, Secretaria de Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Retomada Cultural RJ2.
David Alfredo
Educador em diferentes museus da região metropolitana do Rio de Janeiro desde 2010, passou por museus e centros culturais como ABL, CCBB-RJ, MAM-RJ e Museu do Amanhã, com ênfase em aproximação das artes e ciências.
Desde 2015, trabalha na divulgação científica, elaboração e acompanhamento de projetos e construção de narrativas e reflexões sobre meio ambiente, trabalho, educação e responsabilidade política e sócio-ambiental com crianças, adolescentes, jovens e idosos.
Atelier Sanitário
Coletivo, fundado em 2016, está situado na região da Gamboa, Rio de Janeiro. É um espaço de formação, trabalho e convivência gerido coletivamente por um grupo de artistas, curadores e pesquisadores. Além de funcionar como um atelier propriamente, o A.S. promove oficinas, exposições, feiras de publicações independentes, cineclube e apresentações musicais – estabelecendo-se como Centro Cultural Autônomo. Também produz a Água Sanitária, cerveja caseira, revolucionária, fomentadora de cultura.
Dentre as práticas de oficina/atelier, destacam-se o desenho, marcenaria, escultura e instalações. O pensamento arquitetônico, bem como suas práticas, são comuns entre os membros do Atelier. Através de oficinas, exposições e residências artísticas, estabelecem redes com outros artistas e pesquisadores e a comunidade do bairro.
Dentre as principais atividades coletivas do Atelier, destacam-se A Roda de Samba dos Amigos Compositores do Bezerra da Silva (2019), o Salão Vermelho de Artes Degeneradas (2019 e 2022), o CINEMAMATA e Residências Artísticas.
Em outubro deste ano, o Atelier Sanitário começou uma parceria com a Escola de Engenharia de Produção com Ênfase em Produção Cultural, da UniRio. Durante esse semestre, o espaço do atelier será uma espécie de laboratório de aplicação prática dos conceitos trabalhados na disciplina Práticas Extensionistas 2 – Projeto de Extensão Pensatas com a professora Nina Saroldi (@ninasaroldi).