Ator André Dread atua na Globoplay no documentário inédito “Cadê o Amarildo” 

por Marcos Michalak

O rosto do ator André Dread, 41 anos, já é conhecido por muitas pessoas por suas atuações em novelas da Globo (A Regra do Jogo, Subúrbia ) , Longas (Cidade dos Homens, 5x Favela, A Divisão ) e na Record (Genesis). Dread que é cria da Cidade de Deus, comunidade que cada vez mais revela talentos que são destaques no Brasil e no mundo como Gabrieli Pessanha 4 vezes campeã mundial de jiu-jítsu, Miguel Ângelo, ator mirim que está protagonizando a próxima novela do sbt, entre outros. André voltou ao projac para gravar cenas do documentário produzido pela equipe de jornalismo da Globo dirigido por Rafael Norton. 

“Eu sempre falo que nós pretos periférico temos que ocupar todos os espaços possíveis que nos foram negados por muito e muitos anos. Não só na arte, temos sim que ocupar lugar de poder. Juíz, Advogado, defensores, desembargadores, publicitários, ministros e muitos outros lugares.  Esse olhar condicionado da indústria de ter sempre as mesmas pessoas já famosas ocupando sempre os papéis de destaque e outros papéis que supostamente com todas as características seriam pra nós negros, e nos são negados por sermos negros (desconhecidos), e subestimados. 

Já estou vendo algumas pequenas mudanças , mas precisamos avançar muito ainda. 

Nesse documentário tivemos atores negros periféricos de outras comunidades, com  outras vivências  somando com a gente nessa história real e por mais triste que fosse a história, todos estavam ali para entregar o seu melhor de acordo suas vivência, com suas experiências, e com muita verdade cênica entregando o seu melhor, cada dia mais pra ajudar a conta essa história que o mundo conhece e também irá trazer surpresas pro público. Com outro ponto de vista. Tenho certeza que vão se surpreender. 

Foi um trabalho maravilhoso. 

Rafael, Clarice e toda a equipe foram super acolhedores e generosos em todo momento” declara Dread. 

O ator também fala sobre sua paixão por cinema e a importância de fazer audiovisual de narrativas de favela com atores dessa vivência. 

“Eu sou extremamente apaixonado pela sétima arte, moro numa comunidade que respira cinema, temos grandes cineastas premiados, temos uma galera nova já com sangue nos olhos produzindo seus filmes, uma galera já inserida no mercado audiovisual de ponta, aqui é um verdadeiro celeiro de grandes artistas. Muitas histórias de amor, ódio, conflitos reais nasceram aqui. Mas também acho importante pra nós, atores pretos, trabalhar outras temáticas na dramaturgia.

Minha relação com o cinema é intima, não que  eu não curta fazer televisão ou teatro. Mas eu  cresci assistindo muitos filmes,  eu sempre ia ao cinema porque minha vó trabalhava lá e eu tinha acesso livre, até pra levar um amigo ou namorada para assistir de graça. Minha vó trabalhou por muitos anos no cinema de Olaria, zona norte, eu não perdia um filme se quer, eu sempre fui vidrado em cinema. 

Todos que trabalhavam lá, já me conheciam. Quando chegava em casa falava os textos, como era criança na época, eu me imaginava em outros  personagens diferentes do que faço hoje em dia. Naquela época eu queria ser o mocinho que namorava a menina rica. O patrão que ajudava a pagar os estudos do funcionários porque ele se destacava, o médico que salvava vida e dava a boa notícia pra família. Acho que naquela época a sétima arte já tinha me escolhido. Veio de lá esse amor pelo cinema”, revela Dread.

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