Audiovisual e a contemporaneidade

MAM Rio reúne artistas, diretores de arte e produtoras em curso on-line gratuito que discute a arte contemporânea e o audiovisual no Brasil - Aline Motta, Novíssimo Edgar e Ventura Profana estão entre os convidados 

MAM Rio

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, concebido há 76 anos como um museu-escola, anuncia o curso Audiovisual e a contemporaneidade, a ser realizado de 4 de novembro a 2 de dezembro de 2024. Em oito encontros gratuitos via Zoom, sob coordenação de Renata Sampaio e Shion L, da equipe de Educação e Participação do museu, o curso apresenta uma seleção de artistas, diretores de arte e produtoras em torno do diálogo entre a arte contemporânea e o audiovisual no Brasil. 

O programa aborda a produção de visualidades em eixos como território, tradição visual, ritualidade e ciência, por meio de diferentes pesquisas permeadas pelo vídeo e suas negociações com a história da arte. Para refletir e discorrer sobre estas questões, foram convidados o gerente da Cinemateca do MAM, Hernani Heffner; os artistas visuais Aline Motta, Nídia Aranha, Novíssimo Edgar, Ode, Ventura Profana e Vitória Cribb; e a cantora e compositora, MC Tha. 

“O cruzamento entre arte contemporânea e audiovisual acontece não é de hoje, mas o que temos visto nos últimos anos é uma reescrita desse encontro, a partir das poéticas de artistas advindos de diversas áreas, que nos ajudam a olhar para a produção de imagens, e para própria história da arte, de uma forma renovada e crítica. Convidamos então artistas que atuam nessa chave para compartilhar conosco seus processos artísticos e, a partir daí, debatermos alguns temas importantes na contemporaneidade”, afirma Renata Sampaio, gerente de Educação e Participação do MAM Rio.

Para Shion L, coordenadora de arte-educação, o desejo é “criar um ruído sobre a linguagem, refletir sobre os contextos e circunstâncias da produção audiovisual no Brasil, além de tensionar o que compreendemos sobre aquilo que pode ser uma aula. Teremos aulas-performances, encontros a partir de experiências de criação, direção e pesquisa, assumindo como arte contemporânea os gestos e produções deste elenco de professores que temos o prazer de reunir”. 

Dedicado à vanguarda e ao experimentalismo, o MAM Rio abrigou grande parte dos movimentos artísticos brasileiros relacionados ao audiovisual, como o Cinema Novo, o Cinema Marginal, o curta-metragismo e o documentarismo independentes, e o Cinema Experimental Contemporâneo. A Cinemateca do MAM, a segunda mais antiga em atividade no país, conta com um dos mais importantes arquivos audiovisuais da América Latina. São cerca de 7 mil títulos em 35mm e 16mm, e 60 mil em base videomagnética analógica e digital. O que é complementado, ainda, pela maior coleção documental sobre cinema do país, com quase 3 milhões de itens.

O curso Audiovisual e a contemporaneidade integra o projeto Museu-Escola, patrocinado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Alta Diagnósticos, Concremat, Deloitte, Guelt Investimentos, Multiterminais, Piemonte, Rede D’Or e Transegur, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS.

Confira a programação completa:

SEG | 4 NOV, 15h – 17h

aula de abertura

Cinema e brasilidades em perspectiva

Hernani Heffner 

Hernani Heffner (1962, Rio de Janeiro) é gerente da Cinemateca do MAM. Graduou-se em Comunicação Social – Cinema pela Universidade Federal Fluminense (1985). Atuou como professor em universidades como PUC Rio, FGV Rio e UFF. Foi curador dos festivais CineMúsica, CineOP e das exposições “4 x 3 – A arte do cartaz”, “Esboço de cinema – a arte do storyboard”, “Galáxias do Cinema” e “O cérebro e a caminhada de Guido Anselmi”, realizadas no MAM Rio. Heffner é idealizador da série “lost+found” que apresenta histórias do mundo da preservação audiovisual, lançada em 2022.

Mediação: Shion L e Renata Sampaio

QUA | 6 NOV, 15h – 17h

aula 1

A história e as imagens: estratégias para reescrita

Aline Motta

Aline Motta (1974, Niterói, Rio de Janeiro) vive atualmente em São Paulo. Combina diferentes técnicas e práticas artísticas em seu trabalho, como fotografia, vídeo, instalação, performance e colagem. De modo crítico, suas obras reconfiguram memórias, em especial afro-atlânticas, e constroem novas narrativas que invocam uma ideia não linear do tempo. Em 2022 lançou seu primeiro livro, “A água é uma máquina do tempo”, pelas editoras Fósforo e Luna Parque Edições (finalista do prêmio literário Jabuti), abriu exposição individual no átrio do Sesc Belenzinho e na sala de vídeo do MASP. Em 2023 expôs na 15a. Bienal de Sharjah (EAU), no Museum of Modern Art (EUA) e na 35a Bienal de São Paulo.

Mediação: Renata Sampaio

SEG | 11 NOV, 15h – 17h

aula 2

Cidade, corpo e suas negociações estéticas

Novíssimo Edgar

Novíssimo Edgar (1993, Guarulhos, São Paulo) atualmente vive e trabalha nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Edgar é artista multidisciplinar, reunindo em sua produção práticas entre a poesia, composição, performance, direção e outras linguagens das artes visuais. Em 2024 o artista apresenta a sua segunda exposição individual “Arqueologia de Si”, exibida na galeria A Gentil Carioca (Rio de Janeiro). Entre seus projetos musicais mais recentes, estão os álbuns Ultravioleta (2022), Ultraleve (2021) e Ultrassom (2018).

Mediação: Renata Sampaio

QUA | 13 NOV, 15h – 17h

aula 3

Ciência e cultura visual: o que fazemos com a tradição?

Nídia Aranha

Nídia Aranha (1992, Itaguaí, Rio de Janeiro) Estudou Design de Produto & Comunicação Visual (UFRJ) e formou-se como artista visual na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (2013-2015). Atua como diretora e pesquisadora no segmento de antropologia visual. Em suas práticas incorpora, através de dispositivos protéticos; esculturas e objetos em ourivesaria, visualidades ficcionais e documentais que tangenciam desobediência de gênero, práticas de biohacking, design crítico e especulativo, tendo a performatividade, a fotografia e a videografia como afirmação de metodologias científicas experimentais. Em 2021, o curta-metragem “Ordenha” foi exibido no 3º Festival Urban Imaginaries, na III Opyum Video Performance (Paris, França) no MASSIMO (Milão, Itália) e no BPA (Colônia, Alemanha). “Ordenha 002” participou da 13ª Bienal do Mercosul e da exposição “Tu m’ouvres tes bras et on fait un pays: Brésil; corps et démocratie”, na Galerie Ilian Rebei, (Paris, França). Indicada ao Prêmio PIPA em 2021, Nídia participou de exposições no MASP, CCSP, Olhão (Barra Funda, São Paulo) e EAV Parque Lage.

Mediação: Shion L

SEG | 18 NOV, 15h – 17h

aula 4

Outras imagens sobre a fé

Ventura Profana

Ventura Profana (1993, Salvador, BA, Brasil). É pastora missionária, cantora evangelista, escritora, compositora e artista visual. Sua prática baseia-se na pesquisa das implicações e metodologias do deuteronomismo no Brasil e no exterior, através da difusão das igrejas neopentecostais. Profetiza multiplicação e abundante vida negra, indígena e travesti. A artista indicada ao Prêmio PIPA nos anos de 2020 e 2021, participa da 35ª Bienal de São Paulo (2023) e da 60ª Bienal de Veneza (2024).

Mediação: Renata Sampaio e Shion L

SEG | 25 NOV, 15h – 17h

aula 5

Humanidade e seus símbolos: entre a iconografia e o delírio

Ode

Ode (Minas Gerais, 1998) é uma artista brasileira multidisciplinar, que trabalha com os domínios de direção, styling, escrita e curadoria, vencedora do DRABL Artist Grant (2022) e do Latin American Fashion Awards (2023) na categoria Fashion Film of the Year. Seu trabalho integra as coleções da MEP – Maison Européenne de la Photographie, em Paris, e da Biblioteca de Fotografia do Instituto Moreira Salles, em São Paulo. Em 2022, lançou A Rose and A Prayer, seu primeiro fotolivro, publicado pela Zero-Editions. Em sua filmografia estão os curtas-metragens When There Is No Sun (2024), Ascensão (2023) e Divina (2022). Foi curadora da exposição Notes on Travecacceleration na LUX em Londres (2021). Ode reúne contribuições para instituições e veículos como Lafayette Anticipations, Maison Européenne de la Photographie, Institute of Contemporary Arts, 3537, MASP, Instituto Tomie Ohtake, Vogue, Dazed, Perfect, SHOWstudio, Nataal, Manju Journal e Harper’s Bazaar. Em sua trajetória, colaborou com nomes como Jean Paul Gaultier, Comme des Garçons, Ibrahem Hasan, Marco Ribeiro, Céu, Urias, Xênia França e Jota Mombaça.

Mediação: Shion L

QUA | 27 NOV, 15h – 17h

aula 6

Virtualidade e natureza: ficções sobre a diferença

Vitória Cribb

​​Vitória Cribb (1996, Rio de Janeiro) formou-se na Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. A prática artística de Vitória busca investigar o comportamento social contemporâneo diante do desenvolvimento de novas tecnologias de informação visual. A artista utiliza o ambiente digital como forma de explicar suas investigações e reflexões relacionadas à presença digital; vigilância; corpos digitais; autoexpressão e danos psicológicos no ciberespaço atravessado pelo seu subconsciente. A transposição do seu pensamento através da imaterialidade apresentada no digital são pontos centrais nos trabalhos desenvolvidos pela artista nos últimos anos.

Mediação: Shion L

SEG | 2 DEZ, 15h – 17h

aula 7

Ritualidade e funk: visualidades em diálogo

MC Tha

Thais Dayane da Silva (1993, São Paulo), conhecida também como MC Tha, inicia sua trajetória artística aos 15 anos de idade, atuando como MC nos bailes funk no bairro Cidade Tiradentes, localizado no extremo leste de São Paulo. Em sua produção musical, aspectos como ancestralidade, religião e espiritualidade edificam a identidade sonora da artista que intersecciona pop com elementos percussivos. Em 2019, lança seu primeiro álbum, Rito de Passá, indicado ao Prêmio Multishow, na categoria Revelação do Ano, e ao Women’s Music Events Awards (WME) nas categorias “Revelação” e “Melhor Música Alternativa”. Em 2022 lança o EP Meu Santo É Forte, projeto que reúne uma seleção de 5 faixas regravadas de canções afro-religiosas de Alcione.

Mediação: Renata Sampaio e Shion L

MAM Rio

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro promove experiências participativas e inclusivas a partir da arte. Fundado em 1948 com a premissa de ser um museu-escola, é referência como plataforma de criação e formação para artistas e públicos, alcançando diferentes gerações e territórios. O MAM Rio é responsável por um extenso acervo de arte moderna e contemporânea, com focos na arte brasileira e em fotografia. Atualmente, abriga três coleções de artes visuais, com um total de cerca de 16 mil obras.

As exposições do MAM Rio propõem relações entre artistas de diferentes gerações, conectando passado e presente em todas as linguagens e manifestações, pautados por temáticas diversas e equitativas do mundo e do fazer artístico. 

O prédio do MAM Rio no Parque do Flamengo, desenhado por Affonso Eduardo Reidy e com jardins projetados por Roberto Burle Marx, virou referência para a arquitetura mundial. O museu e seu entorno oferecem um espaço de convivialidade e experimentação que impulsiona processos de troca, circulação, vivências e cultura.

A Cinemateca do MAM oferece programação presencial e online, dando acesso à nova produção cinematográfica e a filmes históricos, brasileiros e internacionais. O acervo inclui filmes em múltiplos formatos, documentos, cartazes, publicações e equipamentos relativos à produção e à reprodução de cinema, desde sua criação até o presente. Por meio de projetos sustentáveis e inclusivos, o MAM Rio visa contribuir com o desenvolvimento da sociedade, atendendo às diretrizes estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

O MAM Rio também conta com patrocínio da Petrobras, Instituto Cultural Vale, Itaú, Redecard, BMA Advogados, IRB(Re), Mattos Filho Advogados, Sergio Bermudes Advogados, Orizon, Ternium, Granado e Wilson Sons por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Vivo e Bayer por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura – Lei do ICMS RJ. Alta Diagnósticos, Concremat, Deloitte, Guelt Investimentos, Icatu, JSL, Multiterminais por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS RJ.

Agradecemos ao Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.

SERVIÇO:

Audiovisual e a contemporaneidade (curso gratuito on-line)
De 04 de novembro a 02 de dezembro de 2024

Link p/ inscrição: https://mam.rio/educacao/audiovisual-contemporaneidade/ 

Inscrições até 30 de outubro
Vagas: 70
Aulas via Zoom
Emissão de certificados para participantes com até 70% de frequência

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
End: Av. Infante Dom Henrique, 85
Aterro do Flamengo
Rio de Janeiro | RJ
Tel: (21) 3883-5600

Website: https://www.mam.rio/
Instagram: @mam.rio