O AVC (acidente vascular cerebral) é a segunda maior causa de morte no mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde). Além disso, apenas 20% das pessoas que apresentam o problema não ficam com sequelas.
Segundo o neurocirurgião Orlando Maia o problema é altamente prevalente, em para, e a cada 6 pessoas da população em algum momento vai ter um acidente vascular cerebral. “O AVC é o entupimento ou rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro, provocando a paralisia da área cerebral pela falta da circulação sanguínea. Essa doença acomete mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo”, explica o médico.
O AVC é comum em pessoas com mais de 60 anos, porém o índice de pessoas com menos de 45 anos e jovens sofrendo com a doença aumentou depois da pandemia. “O principal fator é a mudança de hábitos. A alimentação não saudável, casos de diabetes , hipertensão e sedentarismo, estão relacionados ao acidente vascular cerebral. Além disso, altos níveis de estresse também estão ligados ao acidente vascular, já que ele faz aumentar a pressão”, relata Orlando.
O neurocirurgião acrescenta que os sintomas são súbitos e de início repentino, relacionados à perda de movimento normalmente de um dos lados do corpo, ou de um dos lados da face, alguma alteração de fala, mudança exclusiva da visão, alteração de equilíbrio, a pessoa pode ter dificuldade de se manter em pé, exista a possibilidade da perda da visão de um dos lados, ou dos dois lados ao mesmo tempo que é mais incomum.
Os acidentes vasculares cerebrais são divididos em hemorrágicos e isquêmicos, o segundo é o mais frequente, representa 85% dos casos. “A isquemia é uma obstrução de alguma parte da circulação, podendo ser nas artérias, órgão que leva o sangue oxigenado ao cérebro, ou nas veias que faz o retorno do sangue pelo organismo. Já o hemorrágico, ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, causando a hemorragia. Ela pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge”, intera o médico.
Os fatores que aumentam a probabilidade de ocorrência de um AVC, seja ele hemorrágico ou isquêmico são: hipertensão; diabetes, colesterol alto, sobrepeso, obesidade, tabagismo, alcoolismo, idade avançada, sedentarismo, uso de drogas ilícitas e histórico familiar.
“Apesar do AVC isquêmico ter menos chances de levar a pessoa a óbito, o tempo para conseguir recuperar o paciente é mais curto, porque nesse caso a obstrução da oxigenação vai destruindo neurônios, e quanto maior o tempo que o paciente espera para ir ao hospital, o risco de ter alguma sequela aumenta. Nesse caso, existem alternativas terapêuticas, como um medicamento aplicado na veia, ou a reabertura mecânica para desobstruir a veia, mas a segunda opção , geralmente, é realizada quando o medicamento não é suficiente”, conclui o neurocirurgião Orlando Maia.