O inverno chega oficialmente no próximo dia 21 de junho e, com ele, o aumento de gripes e doenças respiratórias, incluindo a temida covid-19. Médicos alertam para a importância de reforçar a imunidade e cuidar da saúde durante o período. “Com algumas medidas e tratamentos adequados é possível atravessar essa fase sem complicações mais sérias”, orienta a médica ortomolecular e geriatra, Márcia Umbelino.
De acordo com a médica, além da gripe, as doenças mais comuns no inverno são o resfriado, a exacerbação da asma e doenças pulmonares obstrutivas crônicas, como o enfisema e a bronquite do fumante. São doenças que fazem parte do sistema respiratório, que são desencadeadas por gatilhos como mudança de temperatura, inalação de fumaça, poluição no ar, estresse e exercício físico. A doença atinge de forma mais intensa crianças e idosos, por isso, a vacinação contra gripe e pneumonia é fundamental nesse período.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 3,5 milhões de pessoas têm a saúde comprometida de alguma forma, anualmente, por conta do vírus da gripe, outros 300 milhões sofrem de asma e 250 milhões de rinite alérgica, números que podem chegar a 400 milhões até 2025. Segundo Márcia Umbelino, pessoas que sofrem de sinusite e asma podem ter o quadro agravado no inverno, o que facilita infecções como sinusite e pneumonia. A médica ressalta a importância das vacinas e também para tratamentos com vitaminas, aminoácidos e minerais para dar um reforço na imunidade.
Precursora de um inovador tratamento de soroterapia, Márcia costuma fazer combinações de suplementos com medicação para diminuir o processo inflamatório e parar os receptores histamínicos. “A vantagem da soroterapia é que ela substitui até 20 cápsulas diárias por uma única dose semanal de soro. A soroterapia ainda desinflama os tecidos e têm menor perda de substâncias por ser intravenosa”, explica a médica.
Outro alerta que Márcia Umbelino costuma fazer aos pacientes é em relação à dormir mal, que, segundo ela, diminui a imunidade, o que pode gerar maior tendência a problemas respiratórios no inverno. O ideal, segundo ela, é se alimentar e dormir bem, praticar exercícios físicos e evitar o estresse. “É uma série de medidas que têm que ser tomadas. Precisamos falar mais sobre prevenção. É preciso procurar o médico antes de adoecer. A geriatria, por exemplo, é uma especialidade para jovens adultos. O ideal é procurar o geriatra já a partir dos 35, 40 anos”, defende Márcia.
O aumento dos casos de covid é outra preocupação. A orientação dela é não achar que uma tosse que não é normal é uma simples gripe, mas sim procurar pelo menos fazer um teste de farmácia ou ir a um posto de saúde. Tomando-se essas condutas já faz com que se minimize os riscos de um agravamento que leve o paciente ao CTI.
Idoso requer atenção redobrada
As doenças respiratórias são mais perigosas para os idosos e demandam certos cuidados, pois as pessoas de terceira-idade podem apresentar sintomas diferentes das demais faixas etárias. No caso de um resfriado, os sintomas costumam ser brandos, com coriza, leve dor de garganta e um pouco de dor de cabeça. Já a gripe deixa o paciente mais prostrado, cansado e, muitas vezes, com quadro febril e uma tosse mais forte que pode evoluir para um quadro infeccioso. A diferença no idoso é que ele pode não apresentar tosse, nem fadiga ou febre, mas sim desorientação. O geriatra, então, tem que estar ciente de que pode ser um quadro infeccioso ou viral, acompanhado de desidratação.
“Na asma brônquica o paciente já é inflamado. Então qualquer estímulo alergênico inflama mais, produz mais muco e o brônquio vai estreitar, o que vai dificultar a passagem de ar. Por isso que muitas vezes o paciente faz aqueles barulhos. É uma doença inflamatória e por isso se faz o tratamento convencional e a soroterapia também, porque ajuda a desinflamar”, finaliza Umbelino.