A cirurgia ortopédica pode amenizar algumas deficiências. Quem atesta é o ortopedista André Shecaira. Muitas deformidades congênitas e adquiridas são passíveis de tratamento ortopédico. Seja através de uma órtese (dispositivo de uso provisório que permite alinhar, corrigir ou regular uma parte do corpo, como tornozeleira, palmilha, colete e bota ortopédica, por exemplo) que vai facilitar o cotidiano do paciente ou através de intervenções cirúrgicas que possam tornar os membros mais funcionais. A próxima quarta-feira, 21 de setembro, é o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, uma data para se levantar as principais maneiras de lidar com o problema. O especialista chama a atenção para a evolução dos procedimentos que auxiliam na recuperação dos movimentos.
“Hoje em dia temos tecnologia para reparar e reconstruir inúmeras lesões. Desde cirurgias para fazer pés com lesões neurológicas se movimentarem ou até alongar ossos que são mais curtos”, explica o ortopedista.
Mais de 45 milhões de pessoas no Brasil possuem algum tipo de deficiência, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São pessoas que ainda enfrentam desigualdades no acesso à escolaridade, ao mercado de trabalho e a serviços. A questão é: como prevenir e tratar a deficiência física no caso ortopédico? Em primeiro lugar, é necessário procurar um ortopedista e entender quais são as limitações e possíveis correções. As lesões pós-fraturas, por exemplo, são muito comuns no nosso cotidiano e, se mal cuidadas, podem impedir que uma pessoa ande.
“A cirurgia pode melhorar a qualidade de vida de deficientes. Ela é capaz de adaptar melhor a capacidade da pessoa de utilizar o corpo, otimizando a função de uma região que não consegue funcionar plenamente”, garante o ortopedista, que é especialista em pés.
Qualquer lesão causada por trauma ou congênita pode gerar restrições nos movimentos dos pés. É muito comum crianças que nascem com pé torto terem muita dificuldade quando não tratadas. Elas podem apresentar pés deformados para dentro e com pouca mobilidade nas articulações. O melhor tratamento nesse caso é a manipulação das articulações por meio de um gesso. É necessário ainda realizar uma cirurgia para corrigir a deformidade que os gessos são incapazes de corrigir. Após a cirurgia, o paciente coloca outro gesso e em seguida é uma órtese específica. O tratamento tem alta taxa de sucesso, e as crianças conseguem, na grande maioria das vezes, ter uma vida saudável e sem limitações. O fundamental é que o problema seja identificado o quanto antes para que possa ser corrigido.