Com texto e direção de Gabriela Estevão, “Camille em fuga” estreia, dia 7 de novembro, na Sala Multiuso do Sesc Copacabana

Inspirada na pintura “Mulher com Sombrinha”, de Monet, a comédia dramática reúne as atrizes Denise Stutz e Eli Carmo numa reflexão sobre os desejos femininos em um mundo que ainda insiste na invisibilidade das mulheres

por Redação
Camille em fuga - Atrizes Lili Carmo (esq) e Denise Stut

A pintura “Mulher com Sombrinha”, também conhecida como “O passeio”, é uma das obras mais emblemáticas do movimento impressionista. No quadro, Monet eternizou sua primeira esposa, Camille, e seu filho Jean, em um campo de papoulas, com delicadeza e sensibilidade. A tela sempre foi uma das preferidas da autora e diretora Gabriela Estevão, e sua inspiração para escrever o espetáculo “Camille em fuga”, que estreia dia 7 de novembro, na Sala Multiuso do Sesc Copacabana. Na peça, no entanto, o momento familiar registrado pelo artista francês suscita discussões sobre sororidade, maternidade, liberdade do corpo, aprisionamentos sociais, medos e inseguranças femininas. Com coordenação de Eli Carmo, este projeto foi contemplado pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar.

“A mulher é observada (e cobrada) o tempo todo pela sociedade. Mesmo sem querer, costuma ser aprisionada pelos moldes que são impostos por um universo patriarcal. Será que as pessoas próximas conseguem enxergar como essa mulher é de verdade? Será que conseguem entender o que realmente deseja? A trama parte desses questionamentos e convida o público a refletir, com leveza e comicidade, sobre temas fundamentais para a sociedade atual”, conta a dramaturga e diretora Gabriela Estevão.

“Camille em Fuga” traça uma relação sensível entre três mulheres, duas humanas e uma em óleo sobre tela. Em cena, estão as atrizes, Denise Stutz e Eli Carmo, que vivem Aura e Camille, respectivamente. Toda segunda-feira, Aura visita a mesma galeria, onde Camille trabalha, para admirar uma instalação inspirada no quadro de Monet. É ali o seu refúgio, onde consegue ser ela mesma, sem precisar desempenhar qualquer papel para ninguém. A partir de um jogo de enquadramentos e pontos de vistas, essas mulheres se entrelaçam construindo uma intimidade incomum no mundo individualista contemporâneo.

O cenário remete a um grande quadro, em que as atrizes são modelos vivos e sujeitos, e, com isso, o espetáculo brinca com as planificações e com os pontos de fuga construídos nessa moldura cênica. Uma tela em branco que, aos poucos, vai ganhando movimento e cor através da iluminação e de tecidos e acessórios coloridos que vão se revelando no figurino. “É importante para a gente construir essa transdisciplinaridade entre teatro e artes visuais para falar da invisibilidade feminina, já que na pintura a mulher sempre ocupou mais o papel de objeto do que de sujeito”, lembra a atriz Eli Carmo. “No Masp, inclusive, há uma obra da Guerrilla Girls que deixa isso em evidência, com o título “As mulheres precisam estar nuas para entrar no Museu de Arte de São Paulo?”. Apenas 6% das obras do museu são de artistas mulheres, enquanto 60% dos nus são femininos”, acrescenta.

A partir da personagem Aura, Denise Stutz lembra que a peça também provoca uma discussão sobre a solidão da mulher que envelhece e que deixou sua própria vida em segundo plano. “Falamos da limitação que o passar do tempo vai impondo na nossa vida, principalmente das mulheres. Para onde foram seus desejos, e quais são os desejos que sobraram para o futuro?”, indaga Denise.

Ficha técnica:

  • Direção e dramaturgia: Gabriela Estevão
  • Atrizes: Denise Stutz e Eli Carmo
  • Direção musical: Karina Neves
  • Cenário: Mina Quental
  • Figurino: Luiza Fardin
  • Iluminação: Ana Luzia Molinari de Simoni
  • Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
  • Designer gráfico: André Senna
  • Gestão de redes sociais: Daniel Barboza
  • Fotografia: Nil Caniné
  • Direção de Produção: Carolina Bellardi e Fernanda Pascoal (Pagu Produções Culturais)
  • Produção executiva: Fernando Queiroz
  • Gestão Financeira: Bárbara Galvão (Pagu Produções Culturais)
  • Coordenação de projeto: Eli Carmo (Pajuçara Produções Culturais)

Serviço:

  • Temporada: de 07 de novembro a 1º de dezembro de 2024
  • Sala Multiuso do Sesc Copacabana: Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana, Rio de Janeiro – RJ
  • Telefone: (21) 2547-0156
  • Dias e horários: de quinta a domingo, às 19h
  • Ingressos: R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia-entrada) e R$ 7,50 (credencial plena Sesc) 
  • Duração: 1h
  • Lotação: 80 lugares
  • Classificação: 12 anos
  • Venda de ingressos: na bilheteria. Horário de funcionamento: terça a sexta, das 9h às 20h; domingos, das 13h às 20h.

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