Quem tem medo de poesia? Gregorio Duvivier não faz parte deste grupo e, como um apaixonado, faz de tudo para persuadir os outros das qualidades do seu objeto de encanto – até mesmo criar um espetáculo sobre o assunto. No monólogo cômico “O Céu da Língua”, o artista usa o seu discurso sedutor para convencer o público de que tropeçamos diariamente na poesia e o assunto é prazeroso e divertido.
O espetáculo estreou em Portugal em 2024, chegou do Brasil em fevereiro deste ano e cumpriu uma extensa turnê que já acumula mais de 80 mil espectadores e diversas sessões extras na última temporada paulistana e no Festival de Curitiba, onde lotou o gigantesco Teatro Guaíra por três apresentações.
A partir de 7 de agosto, ‘O Céu da Língua’ retorna ao Rio de Janeiro, para curta temporada no Teatro Casa Grande, no Leblon.
“A poesia é uma fonte de humor involuntário, motivo de chacota”, reconhece o ator, que cursou a faculdade de Letras na PUC do Rio de Janeiro e publicou três livros sobre o gênero literário. “Escrevi uma peça que pode ajudar alguém a enxergar melhor o que os poetas querem dizer e, para isso, a gente precisa trocar os óculos de leitura”.
A direção é da atriz Luciana Paes, parceira de Gregório nos improvisos do espetáculo Portátil. No palco, com cenografia de Dina Salem Levy, o instrumentista Pedro Aune cria ambientação musical com o seu contrabaixo, e a designer Theodora Duvivier, irmã do comediante, manipula as projeções exibidas ao fundo da cena. O resto é só o comediante e sua lábia desafiadora:
“Acredito que o Gregório tem ideias para jogar no mundo e, com essa crença, a coisa me move independentemente de qualquer rótulo”, diz Luciana, uma das fundadoras da celebrada Cia. Hiato, que estreia na função de diretora teatral.
“O Céu da Língua” não é um recital e tampouco o artista declamará Castro Alves, Fernando Pessoa ou Carlos Drummond de Andrade. Por outro lado, garante Luciana, a dramaturgia de Gregório não deixa de ser poética neste “stand-up comedy pegadinha”, como ela bem define.
“O Gregório simpático e engraçado está no palco ao lado do Gregório intelectual com seu fluxo de pensamento ininterrupto e imagino que, por isso, a plateia deve embarcar na proposta”, aposta a diretora. “Ele, graças aos seus recursos de ator, pega o público distraído e ninguém resiste quando é surpreendido por alguém apaixonado.”
Toda linguagem é um acordo e, se você entende, tudo bem. Gregório, desde a infância, carrega uma obsessão pela palavra, pela comunicação verbal, pela língua portuguesa. Assim o protagonista, por exemplo, brinca com códigos, como aqueles que, em sua maioria, só são decifrados por pais e filhos ou casais enamorados.
As reformas ortográficas que tiram letras de circulação e derrubam acentos capazes de alterar o sentido das palavras inspiram o artista em tiradas bem-humoradas. O mesmo acontece quando ele comenta a ressurreição de palavras esquecidas, como “irado”, “sinistro” e “brutal”, que voltaram ressignificadas ao vocabulário dos jovens. E aquelas que só de ouvi-las geram sensações estranhas, a exemplo de afta, íngua, seborreia, ou outras, inventadas, repetidas à exaustão, como “atravessamento”, “namorido” ou “almojanta”? Até destas Gregório extrai humor.
Para o artista, a língua é algo que nos une, nos move, mas raramente damos atenção a ela. É só pensar nas metáforas usadas no cotidiano – “batata da perna”, “céu da boca”, “pisando em ovos”. Nesta hora, usamos a poesia e nem percebemos. Para provar que a poesia é popular, Gregório chama atenção para os grandes letristas da música brasileira, como Orestes Barbosa e Caetano Veloso, citados em “O Céu da Língua” através das canções “Chão de Estrelas” (1937) e “Livros” (1997). “Os nossos compositores conseguiram realizar o sonho de Oswald de Andrade de levar poesia para as massas”, festeja o ator.
Nesta cumplicidade com a plateia, Gregório mostra gradativamente que a poesia não tem nada de hermética e, claro, homenageia Portugal, o país que emprestou ao Brasil a sua língua para que todos se comunicassem. Além de Fernando Pessoa, o ator evoca o poeta Eugênio de Andrade e lembra de que a origem de “O Céu da Língua” está relacionada ao espetáculo “Um Português e Um Brasileiro Entram no Bar”. O divertido intercâmbio linguístico colocou no mesmo palco Gregório e o humorista luso Ricardo Araújo Pereira em improvisações sobre o idioma que os une.
O CÉU DA LÍNGUA
- Interpretação e texto: Gregorio Duvivier
- Direção e dramaturgia: Luciana Paes
- Assistente de direção: Theodora Duvivier
- Direção musical e execução da trilha: Pedro Aune
- Criação visual e projeções: Theodora Duvivier
- Cenografia: Dina Salem Levy
- Assistente de cenografia: Alice Cruz
- Figurino: Elisa Faulhaber e Brunella Provvidente
- Iluminação: Ana Luzia de Simoni
- Diretor técnico: Lelê Siqueira
- Técnico de Som: Dugg Mont
- Visagismo: Vanessa Andrea
- Fotos de divulgação: Demian Jacob
- Fotos de cena: Priscila Prade | Joana Calejo Pires | Raquel Pelicano
- Assessoria de Imprensa: Pedro Neves
- Designer gráfico publicação: Estúdio M-CAU – Maria Cau Levy e Ana David
- Identidade visual divulgação: Laercio Lopo
- Marketing digital: Renato Passos
- Assistentes de Produção: João Byington
- Produção Executiva: Lucas Lentini
- Produção: Pad Rok – Clarissa Rockenbach e Fernando Padilha
SERVIÇO
Teatro Casa Grande
- Reestreia dia 7 de agosto
- Quintas, sextas e sábados, às 19h. Domingos, às 16h.
- Ingressos: R$ 140 (Plateia VIP / Camarote), R$ 120 (Setor 1), R$ 100 (Balcão / Setor 2) e R$ 80 (Balcão / Setor 3)
- Classificação indicativa: 12 anos
- Duração: 70 minutos
Felipe Silcler percebeu que não era mais criança quando começou a ser impedido de pegar os tradicionais doces de São Cosme e Damião nas ruas de sua vizinhança. E descobriu que atingia a maturidade quando começou a querer se unir aos adultos para ouvir as histórias contadas por seu avô, Sr. José Clemente, numa rodinha de cadeiras na calçada. Criado entre Marechal Hermes e Praça Seca, bairros do subúrbio carioca, foi nas vivências desses espaços que o menino preto foi se entendendo na vida, e percebendo nas histórias – as suas e as do avô – um tesouro a ser compartilhado. Assim nasceu o solo inédito “Raízes de Mim”, que estreia sob direção de Marcos dos Anjos no dia 5 de agosto às 20h no Teatro Ziembinski, na Tijuca. A entrada é gratuita.
Contemplado pelo edital Pró-Carioca, o espetáculo é um misto de cena, rito e conversa com o público, onde o ator vai costurando histórias, entrelaçando memórias reais a outras imaginadas. Neste processo, cria também um espaço de confissão, onde relata as descobertas sobre si mesmo e trata de temas como o racismo sofrido cotidianamente, em um difícil exercício de olhar para si mesmo. “Escrever algo que falava de mim me travou em muitos momentos. Vários assuntos foram bem difíceis de tratar. Construir esse espetáculo me fez lidar com vários sentimentos e me abriu novas possibilidades. A gente fala com muito cuidado sobre lembranças e sobre a importância de aproveitar o tempo, de compartilhar as histórias. É um monólogo, mas eu não estou sozinho”, acredita Silcler, que ficou conhecido pelo grande público em papéis na TV, como o jornalista Libério na novela “Novo Mundo” (TV Globo).
Com uma dramaturgia que fala de saudade e afeto e uma montagem que mistura dança e teatro, a ideia de Felipe era ter construído o espetáculo junto ao seu avô materno, com quem conviveu por quase três décadas, mas não houve tempo. “Eu sempre quis levar para os palcos um trabalho que honrasse os que vieram antes, trazendo o rito e o sensorial pra cena. Construí o espetáculo mesclando algumas das muitas histórias contadas pelo meu avô, que veio de Minas Gerais, com outras histórias minhas. Ele sempre foi um griô, e eu só fui me dar conta disso durante o processo de construção deste espetáculo, quando ele já não estava mais aqui. Embora parta de mim e das minhas raízes, esta montagem também é sobre muita gente. No fundo, todos nos conectamos em muitas histórias”, pondera Felipe Silcler.
A diversidade e a inclusão permeiam toda a montagem, e o diretor Marcos dos Anjos lançou mão de um recurso onde a acessibilidade estará em cena, literalmente: o intérprete de LIBRAS Christofer Moreira acompanhará Silcler no centro do palco, em diálogo direto com o ator. “Esta é uma pesquisa minha que está em processo, onde investigo os formatos possíveis para ter a comunicação acessível dentro da cena. Deste modo, evitamos que seja um recurso externo inserido e que a atenção do espectador seja dividida”, antecipa Marcos.
Tendo em vista a riqueza que compõe as tantas camadas da cena suburbana, Felipe Silcler é categórico sobre as que, para ele, não podem ser deixadas de lado: como aproveitar o tempo sem essa aceleração que estamos vivendo hoje? “É sobre colocar as cadeiras nas portas das casas num dia quente de verão e ficar até tarde na rua, conversando sem ver a hora passar. E a leveza de encontrar a felicidade mesmo nas maiores dificuldades. Acho que o subúrbio traz essa coisa de casa, de família, de uma junção coletiva pra construção de algo maior – de uma festa na calçada a pintar a rua na Copa do Mundo. Eu tenho muito orgulho dessas minhas raízes”, finaliza.
SERVIÇO
“RAÍZES DE MIM”
- Temporada: 5 a 27 de agosto de 2025
- Horário: Terças e quartas-feiras às 20h
- – Todas as sessões possuem intérprete de LIBRAS –
- ENTRADA GRATUITA
Local: Teatro Municipal Ziembinski
Endereço: Av. Heitor Beltrão, s/nº – Tijuca – Rio de Janeiro
Classificação Indicativa: 12 anos
Duração: 60 minutos
Gênero: Drama
Instagram: @raizesdemimteatro
FICHA TÉCNICA
- Idealização, Texto e Atuação: Felipe Silcler
- Encenação e Direção Artística: Marco dos Anjos
- Direção de Produção: Leandro Fazolla
- Interlocução e Pesquisa Dramatúrgica: Agatha Duarte
- Direção de Movimento e Preparação Corporal: Gabriela Luiz
- Direção Musical e Composições: Ananda K
- Preparação Vocal: Rohan Baruck
- Iluminação: Lara Cunha
- Figurino e Cenário: Teresa Abreu
- Assistente de Cenografia: Tainan Mattei
- Assistente de Figurino e Adereços: Nayara Pereira
- Costureira: Letícia Nóbrega
- Alfaiate: Fábio Martins
- Trilha Sonora: Ananda K
- Gravação e Mixagem: Marcos Xi
- Voz, violão, percussão, pífano e efeitos: Ananda K
- Sanfona: Marcela Coelho
- Violoncelo: Líbano
- Congas: Kaio Ventura
- Atriz Convidada (Voz em Off): Sirléa Aleixo
- Comunicação em LIBRAS: Christofer Moreira
- Audiodescrição, capacitação e divulgação acessível: Incluir Pela Arte
- Produção Executiva: Valéria Árias
- Operação de Luz: Rafa Domi
- Operação de Som: Erica Supernova
- Designer Gráfico: André Melo
- Fotos: Renato Mangolin
- Gestão de Mídias Sociais: VB Digital
- Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Comunicação
- Realização: Silcler Produções Artísticas
Espetáculo “Asilo?” estreia dia 31 de julho no Sesc Tijuca com olhar poético e bem-humorado sobre a velhice

Asilo – Foto de Renato Mangolin
A partir do encontro real com o envelhecimento, a Cia do Solo estreia no dia 31 de julho o espetáculo “Asilo?”, no Teatro Sesc RJ, da unidade Tijuca (R. Barão de Mesquita, 539 – Tijuca). O espetáculo traz para o palco as experiências acumuladas ao longo de quase uma década de atuação artística com pessoas em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). Com dramaturgia assinada por Martha Paiva e Gabriel Sant´Anna, fundadores da companhia, e direção de Sergio Kauffmann, a montagem propõe um olhar sensível sobre temas ligados à velhice, como solidão, demência, sexualidade, luto e envelhecimento.
A narrativa vai além do teatro tradicional. Em cena, os palhaços profissionais se alternam entre personagens de 3 famílias que lidam com os desafios propostos pelo envelhecimento. Ao mesmo tempo, as dinâmicas encontradas nos asilos também são apresentadas, com um tom de humor, sem superficialidade.
Selecionado pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar, a peça é fruto do trabalho realizado em projetos como “O Presente Encontro”, da própria companhia, e “Uma Bela Visita”, do Teatro do Sopro, inspirados na metodologia da Fundação Dr. Clown, do Canadá. “Somos palhaços especialistas no cuidado com o idoso. Tudo que aprendemos com nossa vivência de quase dez anos permitiu que este espetáculo pudesse não só fazer pensar, mas também fazer rir”, conta Gabriel Sant´Anna.
Baseado em entrevistas com gerontólogos, bibliografia específica e nos relatórios escritos semanalmente por palhaços e palhaças durante as visitas, o grupo construiu uma narrativa que une recursos do teatro, palhaçaria, pantomima, música e dança. O espetáculo convida o público ao presente e possibilita reflexões sobre a relação com o próprio tempo. “A população está envelhecendo e a discussão sobre esse tema é urgente. ‘Asilo?” nasce dessa necessidade de produzir uma peça que fala de envelhecimento para todos nós, porque para envelhecer, basta estar vivo”, explica Martha Paiva.
Além da proposta artística, o projeto tem um compromisso direto com a educação gerontológica, a inclusão e a acessibilidade. A equipe contou, durante o processo, com a consultoria de Cris Muñoz, que fez a capacitação dos artistas, e de uma monitora que estará presente em todas as sessões, assim como uma intérprete de libras.
A temporada de estreia acontece no Sesc Tijuca, de 31 de julho a 24 de agosto, com sessões de quinta a sábado, às 19h, e domingos às 18h.
Serviço
Espetáculo “Asilo?” – Cia do Solo
- Temporada: 31 de julho a 24 de agosto de 2025
- Horário: Quinta a sábado, às 19h | Domingo, às 18h
- Local: Teatro Sesc Tijuca
- Endereço: R. Barão de Mesquita, 539 – Tijuca
Ingressos:
- Bilheteria – Horário de funcionamento:
- Terça a sexta – de 7h às 19h30;
- Sábados – de 9h às 19h
- Domingos – de 9h às 18h.
Valores:
- R$ 10 (associado do Sesc), R$ 15 (meia-entrada), R$ 30 (inteira), Gratuito (PCG)
Ficha técnica
- Direção: Sergio Kauffmann
- Dramaturgia: Martha Paiva e Gabriel Sant´Anna
- Elenco: Martha Paiva, Gabriel Sant´Anna, Eliza Neves, Luísa Machado e Antônio Valladares
- Cenografia: Cachalote Mattos
- Figurino: Alice Cruz
- Assistente de figurino: Yasmim Lira
- Iluminação: Thiago Monte
- Preparação Vocal: Marcelo Rodolfo
- Consultoria de Acessibilidade: Cris Muñoz
- Monitora de acessibilidade: Kami Souza
- Intérprete de libras: Diana Dantas
- Assessoria de Imprensa: Target Assessoria de Comunicação
- Social Mídia: Calmon LAB
- Design gráfico: Luiza Peixoto – Estúdio Quitanda
- Fotografia: Renato Mangolin
- Coordenação geral: Martha Paiva
- Diretor de produção: Gabriel Sant´Anna
- Produção executiva: Mayara Voltolini
Imagine se seu corpo pudesse contar a história da sua rua, do seu bairro, da sua cidade. É essa a premissa que move “Paisagem Sonhada”, a nova criação da Alarcon Picanço Criações, que desembarca no Teatro Angel Vianna (Centro Coreográfico da Tijuca) para uma curta temporada nos dias 08, 09 e 10 de agosto. A obra é um convite para o público mergulhar em um universo onde a Baixada Fluminense é protagonista.
A criação do espetáculo é da dupla que dá nome à companhia. Bruno Alarcon assina a criação e a direção de movimento, trazendo sua pesquisa de Mestrado na UFRJ e sua atuação como Conselheiro de Cultura em Duque de Caxias. Ele divide a liderança com Luiz Fernando Picanço, responsável pela direção artística, que contribui com sua experiência em produções da Globoplay e Netflix. Juntos, eles reúnem um time de peso para dar corpo ao projeto: a coreografia é de Canela Monteiro, artista com trajetória no AfroReggae e em comissões de frente de grandes escolas de samba. A solidez conceitual é garantida pela orientação acadêmica de Adriana Schneider Alcure, professora titular de Direção Teatral da UFRJ e um dos maiores nomes da pesquisa em artes cênicas no país. A trilha sonora original de Paulo Richard Ramos, o figurino de Elen Carva, bem como a criação de luz de Nina Balbi são também pontos altos na construção do espetáculo.
Através de laboratórios criativos baseados em escrita, imagem, som e movimento, o elenco foi provocado a imaginar: “E se a gente fosse estes lugares?”. A resposta vem em cena, articulando circo, dança, teatro e visualidades para questionar como os espaços que habitamos nos moldam e, principalmente, como podemos, através da arte, reinventá-los. O resultado é uma visão da Baixada não como um ponto distante, mas como um corpo vivo que pulsa no palco.
Em cena, os artistas movem não apenas seus corpos, mas o próprio chão, revelando mapas afetivos que brotam do cheiro dos laranjais, das veias dos rios que transbordam e das memórias ancestrais Tupinambás que ainda pulsam sob o asfalto. A obra propõe uma perspectiva da Baixada não como um ponto fixo ou distante, mas como uma confluência de vidas, sonhos e transformações constantes.
“Levar a estreia deste trabalho, criado no Ponto de Cultura Gomeia Galpão Criativo, localizado na Baixada Fluminense, para um palco tão emblemático como o Teatro Angel Vianna, no Centro Coreográfico, na Tijuca, é um movimento necessário e urgente que cria turbulência no trânsito entre os espaços centrais e as periferias. O gesto do fazer artístico dos espaços subalternizados ressignificam as relações, sejam elas físicas ou simbólicas”, afirma o criador e diretor de movimento Bruno Alarcon. “Queremos que o público da Zona Norte sinta a potência, a poesia e as urgências dos nossos territórios, mostrando que, no fim, todos somos lugares em erupção”, completa o diretor artístico Luiz Fernando Picanço.
A montagem é resultado de uma profunda investigação cênica sobre a temática “corpo e lugar”, iniciada em 2023, com um grupo de 14 jovens artistas de Belford Roxo, Duque de Caxias, São João de Meriti e Nova Iguaçu. Neste percurso, apenas 4 permaneceram e deram vida ao espetáculo. Por meio de laboratórios criativos baseados em escrita, imagem, som e movimento, o elenco foi provocado a imaginar: “E se a gente fosse estes lugares?”. O resultado é um espetáculo que articula circo, dança, teatro e visualidades para questionar como os espaços que habitamos é a extensão de nossa construção de subjetividades afetivas, onde através das corporeidades, é possível reinventá-los.
Fundada por Bruno Alarcon e Luiz Fernando Picanço, a Alarcon Picanço Criações atua desde 2016 com o objetivo de fomentar a arte produzida na Baixada Fluminense, ampliando as vozes dos artistas que desenvolvem a cultura na região. Com um trabalho que transita entre dança, teatro, performance e audiovisual, a companhia já circulou pela capital, outros municípios e fora do estado, sempre com foco na pesquisa de multilinguagens.
SERVIÇO
Espetáculo: Paisagem Sonhada
- Linguagem: Dança /multilinguagem
- Datas: 08, 09 e 10 de agosto de 2025
- Horários: Sexta e Sábado às 19h; Domingo às 18h
- Local: Teatro Angel Vianna – Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro
- Endereço: Rua José Higino, 115 – Tijuca, Rio de Janeiro – RJ
- Classificação Indicativa: Livre
- Duração: 50 minutos

Sou formada em jornalismo pela Universidade Gama Filho, apaixonada por
eventos culturais, em especial o teatro, que nos faz viajar, pensar, sonhar,
sorrir, chorar e amar.