Como é que pode

Comédia “Como é que pode?”, de Gabriel Louchard, celebra 10 anos de sucesso com nova temporada no teatro MorumbiShopping

Com direção de Leandro Hassum, espetáculo mistura stand up comedy, números de mágica, esquetes e vídeos

por Waleria de Carvalho

Assistida por mais de 1 milhão de pessoas, a bem-sucedida peça Como é Que Pode?, de Gabriel Louchard, comemora 10 anos em cartaz com uma curta temporada no Teatro MorumbiShopping, entre os dias 3 e 26 de março. As apresentações, apresentadas pela Bradesco Seguros, por meio do Circuito Cultural Bradesco Seguros e patrocinadas pela Águas do Brasil, acontecem às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h. O espetáculo, dirigido por Leandro Hassum, venceu o prêmio FITA de Teatro em 2013, na categoria de melhor espetáculo de comédia, eleito pelo júri popular.

Com uma mistura de stand up comedy, esquetes de humor, vídeos e números de mágica, a peça brinca com diversas situações com as quais nos deparamos todos os dias. Como é que pode essas dancinhas do TikTok? Como é que pode este trânsito louco? Um misto de surpresa, curiosidade e fascinação brota dessa expressão popular.

Durante o espetáculo, escrito em parceria com Mauricio Rizzo (roteirista de “A Grande Família”, “Tá no ar a TV na TV”, entre outros sucessos), Gabriel realiza esquetes brincando com as situações cômicas que mágicos enfrentam durante o trabalho em uma festa infantil e realiza números impressionantes de mágicas, sempre aliados ao bom-humor de seu texto. 

“Desmistificar a figura do ilusionista imponente e poderoso,  apresentando-o de uma forma original aproxima o artista do público e populariza a arte da mágica. Para tanto, optamos por mesclar teatro e mágica, compondo o espetáculo com números de ilusionismo, esquetes de humor, vídeos, stand up comedy e momentos de improvisos. Isso tudo torna o espetáculo super inovador”, revela Louchard.

Outro ponto alto do espetáculo é a interatividade com o público, que participa em alguns momentos no palco, isso traz uma boa dose de improviso e espontaneidade ao show. Cada apresentação acaba sendo única.

Gabriel Louchard

Gabriel é carioca e começou a fazer mágicas aos 10 anos de idade. Nessa mesma época, começou a se interessar pelo teatro e encontrou uma maneira de utilizar a  mágica como um instrumento da atuação.  Assim, se construiu como um artista múltiplo, de carreira consolidada, explorando seus talentos como apresentador, ator, humorista e mágico.

Como ator e comediante, participou de diversos seriados, como “Vai que Cola” , “A  secretária do Presidente”, no Multishow e “5 x comédia”, no Prime Vídeo;  integrou o elenco humorístico dos programas  “Zorra Total” e “Domingão do Faustão”; atuou  na novela ‘‘Rock Story’’; e protagonizou o  quadro de humor “Câmera Kids”, no  ’’Fantástico’’, todos da Rede Globo.

Ao longo de sua carreira, participou de diversos quadros e programas na TV, como: “Programa do Jô”, ‘‘Altas horas’’ e  ‘‘Mais você’’ (tendo vencido o reality de culinária  ‘‘SuperChef celebridades’). É apresentador dos programas “Truque de Humor” e ‘‘Fábrica de Talentos’’, ambos no Multishow, e um dos protagonistas da série “Homens?”, no Comedy Central e Prime Vídeo. 

No cinema, recentemente participou de “Um Natal cheio de graça”, na Netflix, e protagoniza a comédia romântica “Incompatível”, da Fox/Disney.  No teatro, está em cartaz há 10 anos com seu espetáculo solo de humor “Como é que pode?”, além de idealizar e apresentar o espetáculo internacional de mágicas, “Ilusões”, com a participação de grandes ilusionistas internacionais.

Gabriel também tem papel de destaque no mercado corporativo. Unindo humor e ilusionismo, tornou-se um dos nomes mais requisitados para participação em eventos,  atuando como mestre de cerimônias, palestrante  motivacional, com show de stand up comedy e em  apresentações personalizadas para divulgação e promoção de produtos. Também protagonizou várias campanhas publicitárias,  com destaque para “ Bradesco” e “Casas Bahia”.

Ficha técnica

  • Autor: Gabriel Louchard e Mauricio Rizzo
  • Direção: Leandro Hassum
  • Co-direção: Gustavo Rodrigues
  • Mágico e ator: Gabriel Louchard
  • Iluminação: Guilherme Penedo
  • Operador de Som: Jean Azevedo
  • Operador de Luz: Guilherme Penedo
  • Figurino: Natalia Paes 
  • Cenário: Fernando Alexim
  • Designer Gráfico: Marcus Claussen
  • Fotos: Alessandra Tolc
  • Trilha Sonora: Marcelo H
  • Assistentes de palco e Produção Local SP: Conrado Sardinha
  • Assessoria de imprensa: Pombo Correio
  • Produção Executiva: Gabriel Louchard
  • Direção de Produção: Monique Franco
  • Realização: Procenium Produções Artísticas Ltda 

Sinopse

Com stand up comedy, esquetes de humor, vídeos e números de mágica, a peça brinca com diversas situações com as quais nos deparamos todos os dias. Como é que pode essas dancinhas do TikTok? Como é que pode este trânsito louco? Um misto de surpresa, curiosidade e fascinação brota dessa expressão popular.

Serviço

Como é Que Pode?, de Gabriel Louchard

  • Teatro MorumbiShopping: Av. Roque Petroni Júnior, 1089
  • Temporada: 3 a 26 de março
  • Às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h
  • Ingressos: R$80 (inteira) e R$40 (meia-entrada)
  • Classificação: 12 anos
    Duração: 70 minutos
  • Acessibilidade:  5 lugares para PCD e 3 para obesos
  • Capacidade: 250 lugares 

PREMIADO CAROS OUVINTES, DE OTÁVIO MARTINS, VOLTA EM CARTAZ NO TEATRO UOL, 

Espetáculo premiado foi assistido por mais de 100 mil espectadores desde sua estreia em 2014. Elenco traz Fernando Pavão, Thiago Albanese, Agnes Zuliani, Natállia Rodrigues, Eduardo Semerjian, Alex Gruli, Carol Bezerra e Léo Stefanini

Caros ouvintes

Caros ouvintes – Foto de Daumer de Giuli

Comemorando 9 anos de uma bem-sucedida trajetória, Caros Ouvintes, com texto e direção de Otávio Martins, já foi vista por milhares de espectadores e agora volta em cartaz para mais uma temporada no Teatro Uol, entre os dias 3 de março e 29 de abril. As apresentações acontecem às sextas às 21h e sábados às 20h.  A peça estreou em 2014, venceu os principais prêmios do teatro paulistano, como o Shell e o Aplauso Brasil, além de ter recebido destaque no site Times Square Chronicles. O elenco é formado por Fernando Pavão, Thiago Albanese, Agnes Zuliani, Natállia Rodrigues, Eduardo Semerjian, Alex Gruli, Carol Bezerra e Léo Stefanini.

Caros Ouvintes é uma comédia sobre o começo das telenovelas, sob o ponto de vista dos atores que faziam sucesso nas radionovelas. Na década de 1960, quando os aparelhos de televisão começaram a fazer parte das casas brasileiras, o público começou a prestar atenção não somente na voz dos personagens, mas também em sua imagem. Assim, muitos atores que faziam sucesso no rádio começaram a temer a TV: muitos galãs eram gordinhos e carecas, muitas mocinhas já eram senhoras.

Na comédia, a ação se passa numa das últimas emissoras a produzir radionovelas. O elenco prepara uma grande apresentação ao vivo, para depois se despedir do público em um palco armado do lado de fora da rádio.

Vicente, o produtor da radionovela, mantém com a atriz Conceição um caso amoroso que entra em colapso quando ela é chamada para estrelar uma telenovela. Empenhado para que o último capítulo seja impecável, Vicente conta com a absoluta lealdade e profissionalismo do sonoplasta Eurico e do locutor Wilson.

Vespúcio, o publicitário, quer que o casal romântico da rádio repita a dose na telenovela que seu cliente irá patrocinar, despertando ódio no ex-galã Péricles Gonçalves, Ermelinda Penteado e a cantora decadente Leonor Praxades. A série de atritos é desencadeada quando o anúncio de que o patrocinador passará a produzir telenovelas vem à tona, colocando em risco o final da radionovela.

Premiações

    • Prêmio Shell
      Melhor cenário: Marco Lima
      Melhor Música: Ricardo Severo
    • Prêmio Arte Qualidade 2014
      Melhor direção: Otávio Martins
      Melhor espetáculo: Caros Ouvintes
    • Prêmio Top Quality Brazil
      Melhor atriz: Natállia Rodrigues
    • Prêmio Aplauso Brasil
      Melhor figurino: Fábio Namatame
    • Prêmio R7 de teatro
      Melhor figurino: Fábio Namatame
  • Melhores do ano 2014 Veja São Paulo
  • Melhores do ano 2014 Folha de S. Paulo

FICHA TÉCNICA

  • Texto e Direção: Otávio Martins
  • Assistente de direção: Marcos Damigo
  • Elenco:  Agnes Zuliani, Alex Gruli, Carol Bezerra, Eduardo Semerjian, Léo Stefanini, Fernando Pavão, Natállia Rodrigues e Thiago Albanese
  • Cenário: Will Siqueira e Fabio Almeida Prado
  • Cenotécnica: Rafael Mesquita, Rafael Junqueira, Rafaelle Magalhães e Phelippe Lima
  • Direção de arte: Fábio Almeida Prado
  • Música Original: Ricardo Severo
  • Desenho de luz: Matheus Macedo
  • Figurino:  Fábio Namatame, Otávio Martins e Adriana Grzyb
  • Visagismo: Eliseu Cabral
  • Operador de luz: Matheus Macedo
  • Operador de som: Vinícius de Souza
  • Contrarregras: Danilo Queiroz e Lucas Ramos
  • Fotos: Heloisa Bortz
  • Vídeo: Matheus Luz
  • Produção: Adriana Grzyb, Léo Stefanini, Will Siqueira e Gabi Fiorentino
  • Assessoria de imprensa: Pombo Correio
  • Assistente de produção: Gabriela Fiorentino
  • Assistente de elenco: Mayara Justino
  • Design: Aline Moreira
  • Administração: Adriana Grzyb
  • Realização: Cora Produções Artísticas Ltda.

Serviço

Caros Ouvintes, de Otávio Martins

  • Temporada: de 3 de março a 29 de abril
  • Sextas às 21h; Sábados às 20h.
  • Ingressos: 
  • Sextas – setor B – R$ 70,00 e R$ 35,00 (meia-entrada)  e setor A – 100,00 ou R$ 50,00 (meia -entrada)
  • Sábados-  setor BR$ 90,00 ou R$ 45,00 (meia-entrada) e setor A-  R$ 120,00 ou R$ 60,00 (meia – entrada).
  • Venda online – Bilheteria Express
  • Classificação: 12 anos
  • Duração: 100 minutos
  • Capacidade: 305 lugares
  • Acessibilidade: O teatro é acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

O ESPETÁCULO “UMA MULHER AO SOL”, QUE PROPÕE UMA REFLEXÃO SOBRE O ISOLAMENTO A PARTIR DA OBRA DA AUTORA MAURA LOPES CANÇADO, VOLTA AO CARTAZ, DIA 2 DE MARÇO, NO TEATRO POEIRINHA, EM BOTAFOGO

Uma Mulher ao Sol

Uma Mulher ao Sol – Foto de Dalton Valério

Quais são as relações possíveis de estabelecer entre o confinamento em instituições psiquiátricas e a reclusão experimentada por todos nós em 2020 e 2021 na pandemia de Covid-19? Como ressignificamos a vida em isolamento sem sucumbir à depressão e à melancolia? A partir desses questionamentos, o Projeto Trajetórias (formado pelo diretor Ivan Sugahara e pela atriz Danielle Oliveira) idealizou o espetáculo “Uma Mulher ao Sol”, que volta ao cartaz, no Teatro Poeirinha, em 2 de março, com sessões de quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 19h. A peça se debruça sobre a vida e a obra de Maura Lopes Cançado (1929-1993), escritora mineira, radicada no Rio de Janeiro, que passou longos períodos em manicômios. A montagem estreou na programação da Ocupação Artística sobre a saúde mental “Lugar de Cabeça Lugar de Corpo”, realizada no Oi Futuro de maio a junho de 2022. Em julho, fez sua estreia internacional no Festival de Avignon (França), um dos maiores festivais de teatro do mundo, com ótima repercussão entre o público, além de críticas elogiosas em jornais locais.

Com direção e organização dramatúrgica de Ivan Sugahara, a montagem é construída a partir de fragmentos do primeiro livro de Maura, “Hospício é Deus” (1965). Filha de uma abastada família de Minas Gerais, a escritora veio morar no Rio de Janeiro em 1950. Publicou contos no Jornal do Brasil e no Correio da Manhã e, em 1958, passou a integrar a equipe do suplemento dominical do Jornal do Brasil, ao lado de Cony, Ferreira Gullar, Reynaldo Jardim, Assis Brasil, entre outros nomes importantes do jornalismo e da cultura na cidade. Porém, a instabilidade emocional sempre a levava de volta ao mesmo lugar: o hospício.

Os dois livros de Maura, “Hospício é Deus” e “O Sofredor do Ver”, foram publicados em 1965 e 1968, respectivamente. Com uma narrativa forte e precisa, obtiveram grande reconhecimento de crítica na época, porém sem muito retorno financeiro. Em “Hospício é Deus”, que guia a peça, a autora conta em detalhes uma de suas internações no Centro Psiquiátrico Nacional, localizado no Engenho de Dentro (Rio de Janeiro). A narrativa acompanha desde a sua autointernação, em outubro de 1959, até a saída em março de 1960. No elenco, estão as atrizes Danielle Oliveira e Maria Augusta Montera, que interpretam a escritora e também a si mesmas em um apurado trabalho corporal.

Pesquisa sobre saúde mental

Há seis anos, Danielle pesquisa o tema da saúde mental. Em 2017, idealizou o experimento cênico “Lugar de Cabeça Lugar de Corpo” a partir de relatos de pessoas que vivenciaram a experiência manicomial, como Stela do Patrocínio, Bispo do Rosário, Lima Barreto e Maura Lopes Cançado. O projeto foi realizado até 2019 no Espaço Travessia, centro de arte e cultura localizado no hospital onde Maura esteve internada – atual Instituto Municipal Nise da Silveira – sendo apresentado para usuários e funcionários da rede de saúde mental e visitantes.

 “Pouco antes da pandemia, eu e o Ivan já tínhamos decidido trabalhar com a obra de Maura Lopes Cançado. Em 2020 e 2021, durante o isolamento, vivendo no mesmo apartamento, começamos a associar a nossa experiência com a clausura vivenciada por Maura em suas diversas internações. E, assim, começamos a idealizar um espetáculo que reflete muito sobre nossa vivência interior e joga uma nova luz sobre saúde mental”, descreve Danielle. “O espetáculo realça a natureza teatral dos escritos de Maura. Se, durante a pandemia, livros, séries, filmes e músicas foram grandes aliados no enfrentamento da reclusão, Maura também recorreu à arte como forma de subverter o isolamento. Em sua literatura, além de retratar de modo duro a experiência manicomial, ela reflete sobre a própria criação literária e faz inúmeras referências a livros, filmes, peças e óperas. Mais do que isso, parece fazer ficção a partir de sua experiência no hospício, enxergando-se e portando-se como uma personagem”, comenta o diretor Ivan Sugahara.

No espetáculo, o foco está no mundo interior, nas sensações e pensamentos que as atrizes e personagens atravessam ao longo dos dias em confinamento. Daí a opção pelo trabalho com vozes em off, procurando trazer à tona o turbilhão que acontece na intimidade. A visualidade da cena e o trabalho corporal, construído a partir das linguagens da dança, do teatro físico e a mímica corporal dramática, são elementos determinantes da montagem. Danielle tem formação em dança pela Faculdade de Dança Angel Viana, no Rio de Janeiro, e Maria Augusta formou-se em Mímica Corporal Dramática na Ecole Internationale de Mime Corporel Dramatique, em Paris.

“Acreditamos que um espetáculo com foco no trabalho corporal e na visualidade pode transcender a dimensão biográfica da escritora e fazer emergir seus sentimentos e conflitos mais íntimos. O objetivo é a criação de uma dramaturgia cênica vigorosa que evidencie a penosa experiência do confinamento, mas também a intensa vivência interior gerada pela reclusão”, explica Sugahara.

Ficha Técnica

  • Texto: Maura Lopes Cançado
  • Direção e Organização Dramatúrgica: Ivan Sugahara
  • Atuação: Danielle Oliveira e Maria Augusta Montera
  • Direção de Movimento: Dani Cavanellas
  • Assistência de Direção: Ana Moura e Beatriz Bertu
  • Cenografia: Cristina Novaes e Renata Pittigliani
  • Iluminação: Alessandro Boschini
  • Figurino: Joana Lima Silva
  • Trilha Sonora Original: Marcello H 
  • Programação Visual: Luciano Cian
  • Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
  • Fotos: Dalton Valério e Marcelo Valle
  • Direção de Produção: Sergio Saboya e Silvio Batistela
  • Realização: Projeto Trajetórias PROJETO TRAJETÓRIAS

Serviço:

Uma mulher ao sol

  • Temporada: De 02 de março a 30 de abril de 2023
  • Teatro Poeirinha: Rua São João Batista, 104 – Botafogo – Rio de Janeiro/RJ
  • Telefone: (21) 2537-8053
  • Dias e horários:  quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 19h.
  • Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada)
  • Lotação: 41 pessoas
  • Duração: 1h20
  • Classificação: 16 anos
  • Venda de ingressos: na bilheteria no teatro e pelo site Sympla: https://bileto.sympla.com.br/event/80203/d/180207/s/1220024

EM UM FASCISTA NO DIVÃ, A ATRIZ GIOVANA ECHEVERRIA CONTRACENA COM UM CORO FORMADO POR PESSOAS DO PÚBLICO

Com texto de Marcia Tiburi e Rubens Casara, a peça mostra uma psicanalista lidando com os conflitos ao atender em seu

Um fascista no divã

Um fascista no divã – foto Flora Negri

consultório um político da extrema direita 

“Eu sou um homem de ação. Posso não saber, mas faço. Ignoro, mas faço. Se as pessoas parassem de pensar tanto e trabalhassem, a economia cresceria. Para que pensar?”. Essa é a pergunta lançada pelo político ao chegar ao consultório de uma psicanalista. Em cena, ela propõe um diálogo que exige autorreflexão e subjetividade; mas isso se mostra impossível, pois rapidamente entendemos a personalidade autoritária do paciente, com posicionamento de extrema direita. A peça Um fascista no divã se dá nesse cenário hostil. Foi escrita por Marcia Tiburi e Rubens Casara entre 2016 e 2017, antevendo os desafios que o Brasil enfrentaria nos anos seguintes, e lançada em 2021. A escritora e também filósofa foi alvo de ataques e ameaças de morte diversas vezes, e após ser perseguida politicamente, deixou o Brasil depois das eleições de 2018. 

A atriz Giovana Echeverria, que interpreta a psicanalista, idealizou trazer para a cena o texto que coloca lado a lado o duelo dessas linhas de pensamento e se uniu a André Capuano, que criou o jogo cênico e dirige o espetáculo. A estreia acontece dia 2 de março de 2023 e segue em cartaz até dia 25, de quinta a sábado, na SP Escola de Teatro, na Praça Roosevelt, com ingressos gratuitos.

O texto reflete e questiona a ascensão do fascismo no Brasil e o público exerce um papel fundamental, já que o personagem do fascista será representado por um coro de não atores, formado por diferentes pessoas a cada sessão do espetáculo. 

“Nós buscamos uma forma de mostrar a complexidade que nos atravessou quando passamos a imaginar a relação entre uma psicanalista, que não é fascista, e um paciente fascista. Tentamos lidar cenicamente com as questões suscitadas em nós pelo texto da Márcia Tiburi. Um fascista só não faz terror e sempre haverá uma máquina fascista operando, enquanto o capitalismo correr solto. Por isso criamos na peça um coro guiado remotamente para assumir o personagem do fascista. A Giovana, que faz a psicanalista, vai precisar lidar com o modo de esse coro agir, com a circunstância de cada dia”, revela o diretor. 

 O cenário da peça inicialmente é um consultório, mas ele vai se modificando ao longo das cenas: se transforma em uma sala de jantar, em um programa de televisão ou em um acampamento. Quem faz essa mudança de cenário também é o coro do dia. “Por causa do modo como será guiado, haverá um desajuste teatral na movimentação do coro, uma falta de acabamento do gesto. Essa falta de acabamento também é proposital, porque não entendemos de fato o corpo fascista contemporâneo. Ao mesmo tempo que seus movimentos são extremamente eficazes, apoiados por uma máquina, a aparência é de falta de habilidade, como as marchas que vimos na frente dos quartéis e as inúmeras cenas bizarras que eles despejaram na nossa cara nos últimos anos”, diz Capuano.  

Para Giovana, essa forma de encenação reforça a proporção que o delírio em massa tomou, facilita a experiência que o jogo de linguagem propõe de desnaturalizar os clichês absurdos ditos pelo fascista com frases misóginas, racistas, homofóbicas, sem qualquer constrangimento. “É muito importante entender e visualizar que por mais inacabado e ridículo que possa parecer, o comportamento autoritário jamais pode ser descredibilizado e a indiferença nutre o crescente do absurdo”, diz a atriz. 

A ação se passa durante algumas sessões entre a psicanalista e o fascista e os diálogos levantam questões sobre autoritarismo, direitos humanos, religião, entre outras. A analista procura entender o mecanismo desse pensamento, sem conseguir criar um laço possível.

Durante a peça existe uma contextualização histórica apresentada em vídeo, com imagens documentais e estudos sobre fascismo e antifascismo. A linguagem audiovisual vira uma ferramenta aliada e mostra o fascismo como um movimento antigo, estrategicamente elaborado a serviço de outros setores. Uma das frases da peça é do filósofo Max Horkheimer que diz: “Quem não quer falar de capitalismo deveria também se calar sobre o fascismo”.

Ficha Técnica

  • Texto: Marcia Tiburi e Rubens Casara 
  • Idealização: Giovana Echeverria 
  • Direção: André Capuano 
  • Elenco: Giovana Echeverria 
  • Direção de arte: Renato Bolelli  
  • Iluminação & vídeo: Daniel Gonzales 
  • Sonoplastia: Miguel Caldas 
  • Operador de luz: Daniel Gonzales 
  • Corifeu: Benedito Canafístula 
  • Cenotécnico: Bibi de Bibi 
  • Assistente de iluminação: Felipe Mendes 
  • Assistente de direção de arte: Wesley Souza da Silva 
  • Design: Veni Barbosa 
  • Foto divulgação: Flora Negri
  • Foto/filmagem: Cabaça Produções 
  • Assessoria de imprensa: Canal Aberto 
  • Produção: Corpo Rastreado | Gabs Ambròzia 

Serviço

  • Temporada de 02 a 25 de março de 2023
  • Quinta, Sexta e Sábado às 20h30
  • SP Escola de Teatro – Sede Praça Roosevelt
  • Praça Roosevelt, 210
  • Ingressos gratuitos – via Sympla
  • Lotação – 60 lugares
  • Classificação indicativa – 16 anos

Você pode gostar

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceito Leia mais

Share via