O Campão da Real, no Caju, virou ontem um verdadeiro palco da música e da arte no sábado (22), com mais uma edição do Conexões Urbanas. O público ocupou o campo para acompanhar Chefin e Major RD, dois dos maiores nomes do trap/rap nacional, em uma noite que reafirmou: a favela é o centro pulsante da cena cultural no Brasil.
O público cantou cada verso, vibrando com as letras que traduzem a realidade das periferias. Com estrutura de palco, luz e efeitos de alto nível, o evento mostrou que a qualidade da produção acompanha a força do talento que nasce e cresce nesses territórios.
Major RD se apresentou pela primeira vez no Caju e destacou a importância do momento: “Cantar e ver a alegria no rosto de cada um foi o que mais me marcou. A galera vibrando, cantando tudo… Todas honras ao AfroReggae e ao projeto – é nosso, pro nosso povo.”
Chefin apresentou faixas do álbum “Nós Era Duro”, reafirmando sua conexão com a favela e a expansão da sua carreira. Reconhecido também por colaborações internacionais, como a com Ed Sheeran, o artista consolidou sua presença como uma das vozes mais representativas da cena.
Entre o público, Sandra Regina Neves, moradora local, resumiu: “Eu amei. Palco bacana, vim com minhas amigas e curtimos tudo. Podia ter sempre!” — ela era uma das mais animadas de um grupo com seis mulheres, que cantaram tudo na apresentação de Chefin.
O maior circuito de shows em favelas do Brasil, o Conexões Urbanas, já soma mais de 70 apresentações gratuitas em comunidades do Rio, levando gigantes como Caetano Veloso, Marisa Monte e Gilberto Gil para dentro das favelas – e abrindo espaço para novos talentos que emergem desses locais.
Para João Paulo Garcia, Diretor do AfroReggae, o foco é claro: “Aqui, a favela é protagonista. É música, arte e expressão das ruas ocupando espaço com qualidade.”
O Conexões Urbanas mais uma vez mostrou: quando a cultura nasce na favela e volta para a favela, o impacto é real.
