A boxeadora Rebeca Lima ganhou a categoria de Atleta Revelação do Ano no Prêmio Brasil Olímpico, uma iniciativa do Comitê Olímpico do Brasil (COB). O desempenho é celebrado na ONG Luta Pela Paz, onde a atleta começou a treinar aos 7 anos, como uma forma de reconhecimento do trabalho realizado com jovens.
A organização busca revelar talentos e oferecer oportunidades para além do esporte, formando “Campeões na vida”. Com uma metodologia baseada em cinco pilares: boxe e artes marciais, educação, empregabilidade, suporte social e liderança juvenil, a ONG já impactou mais de 250 mil jovens.
Na premiação, Rebeca apontou a importância da trajetória no esporte, marcada pelo apoio da LPP, na vitória como Revelação do Ano.
“Estou muito lisonjeada e honrada em receber esse prêmio. Quando pesquisamos o conceito de revelação, encontramos ‘tornar público o que estava oculto, secreto ou desconhecido’. E meu título mundial faz muito jus a isso porque muitos aqui não conheciam o meu trabalho antes do título, mas ele tem sido feito há muito tempo”, diz a atleta.
Ela também foi indicada pelo COB como a melhor atleta de boxe após sucessivas vitórias em 2025. A premiação ocorreu no dia 11 de dezembro, na Cidade das Artes, na Zona Sudoeste do Rio.
Reconhecimento das conquistas
Neste ano, Rebeca consagrou-se campeã mundial em setembro, no Campeonato Mundial de Boxe na categoria 60kg, em Liverpool, na Inglaterra, e pentacampeã no Campeonato Brasileiro de Boxe Elite feminino, o principal evento do calendário nacional da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe).
Em 2017, Rebeca conquistou medalha de ouro no Campeonato Brasileiro de Boxe Juvenil na categoria 60 quilos. Um novo passo foi dado em 2018, quando a jovem escreveu seu nome na história do boxe brasileiro. A atleta venceu a luta das quartas de final do Campeonato Mundial Juvenil de Boxe, disputado em Budapeste, na Hungria, e se tornou a primeira mulher brasileira a subir ao pódio em mundiais juvenis.
Preparo e incentivo desde o início
Com os treinos na academia da LPP, Rebeca descobriu seu potencial e foi incentivada pelos seus primeiros treinadores a participar do Campeonato Brasileiro de Boxe.
A jovem atleta venceu e foi convocada para a base de treinamento da Seleção Brasileira, onde passou por uma série de avaliações e testes que selecionam os atletas para participar dos principais campeonatos de boxe, incluindo as Olimpíadas.
“Uma das coisas que sempre gostei muito na aula de boxe da Luta pela Paz é de como os treinadores motivam a gente. Eles incentivam muito quem está lutando. Quando estava treinando eles falavam comigo acreditando mais em mim do que eu mesma. E isso me fez acreditar no meu potencial também”, comenta a atleta.
Atualmente, Rebeca tem Miriam Parga como treinadora, tanto na Luta pela Paz quanto na Federação de Boxe do Estado do Rio de Janeiro, a FEBOXRIO. Miriam, que é moradora da Maré desde os 14 anos e educadora esportiva da LPP desde 2011, é mais um motivo de orgulho da ONG que completa 25 anos. Além de treinar atletas da academia da Maré, ela também é técnica de boxe feminino do Núcleo de Esportes de Base e Alto Rendimento (NEBAR), e em 2025 se tornou a mais nova Head Coach da Federação.
Atuação internacional
Por meio da “Aliança Luta pela Paz”, a ONG multiplica o que deu certo no Complexo de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, para outras organizações de base comunitária e educadores esportivos. Desta forma, expandiu sua atuação a outros estados e países, conquistando reconhecimento, parceiros internacionais e oferecendo oportunidades aos que enfrentam diariamente os desafios da desigualdade.
