Em meio à realidade de desigualdade que permeia a comunidade do Weda, em Itaguaí, surge uma luz de esperança: o projeto Cultura na Faixa. Com seu lançamento marcado para o dia 19 de outubro, sábado, o projeto se configura como um espaço de resistência e de resgate do território por meio da cultura.
Mantido por um convênio com a Transpetro e desenvolvido pela ONG Se Essa Rua Fosse Minha (SER), o Cultura na Faixa poderá ser um divisor de águas na vida de muitos moradores da região, pois proporciona uma maior autoestima, a conscientização de direitos e a capacitação em atividades produtivas.
Geraldo Bastos, especialista no estudo de violência na Baixada Fluminense é gerente de RH e Mobilização Social do projeto, afirma que, apesar de Itaguaí ser a 13ª cidade mais violenta do estado, periferias como Jardim Weda precisam ser vistas sem o olhar estereotipado de território de violências. Aqui há produção de processos de resistência e reexistências, a comunidade tem diversos potenciais e o projeto vem para fortalecer o território a partir de oportunidades que o convênio com a Transpetro proporciona, mudando essa narrativa preconceituosa sobre a vida nas periferias.
Para o presidente do SER, Walter Mesquita, por meio da cultura, o projeto poderá transformar a vida da comunidade, gerando emprego e novas perspectivas de futuro. “Com uma visão que vai além do entretenimento e do lazer, o projeto atua na transformação da realidade social e econômica da comunidade, mostrando que o poder da cultura pode ser o ponto de partida para novas perspectivas de vida”, disse.
As oficinas do Cultura na Faixa serão realizadas em uma casa na comunidade, que tem parte da equipe administrativa do projeto composta por moradores. O foco está no atendimento de crianças, jovens e da população afrodescendente, oferecendo atividades que valorizam a ancestralidade e promovem a cidadania.
Entre as iniciativas, destaca-se a escolinha de futebol, que ensina valores essenciais desde cedo, e as oficinas culturais, como a de trança afro, que resgata a identidade negra. O projeto também promove o circo social, um espaço de arte e inclusão, e a oficina de música voltada para a formação de uma folia de reis, rica tradição da cultura popular brasileira. A seleção dos participantes será realizada com base em critérios socioeconômicos, garantindo acesso a aqueles que mais precisam. Além disso, a busca ativa por parcerias locais, envolvendo centros culturais, igrejas, terreiros e ativistas sociais, é um dos diferenciais do Cultura na Faixa.
As atividades ocorrerão durante a semana na casa do projeto, e ao final, os participantes receberão certificados que poderão abrir portas para futuras oportunidades e desenvolvimento de habilidades empreendedoras, criando formas de sustento para suas famílias.
Itaguaí será a primeira cidade da Baixada Fluminense a acolher o Cultura na Faixa, que seguirá para Nova Iguaçu e Duque de Caxias, territórios também atravessados pelos dutos da Transpetro. O projeto incentiva uma relação de parceria com a comunidade e favorece a conscientização sobre a importância do trabalho social realizado pela empresa. Ao criar um espaço de cultura e cidadania, o Cultura na Faixa promete transformar vidas e construir um futuro mais esperançoso para os moradores da região.