Nesta sexta-feira (20), o Rock in Rio recebeu um dos ícones mais duradouros da música pop, Cyndi Lauper, que aos 71 anos demonstrou que sua energia e talento continuam intactos. Conhecida não apenas por suas contribuições musicais, mas também por seu impacto no feminismo e na moda, Lauper enfrentou críticas recorrentes sobre suas performances ao vivo. No entanto, a noite no festival foi, em grande parte, uma reafirmação de seu legado.
O espetáculo iniciou com um leve atraso, mas logo Cyndi tomou o palco com seu característico look: um terninho de quadriculado de lantejoulas e cabelo platinado, que combinava elegância com um toque desengonçado. A abertura com “She Bop” foi recebida com entusiasmo, demonstrando a capacidade da artista de conectar-se com o público desde o primeiro acorde. Tentativas de interação em português logo após a abertura mostraram seu respeito e carinho pelo público brasileiro.
Apesar de um início um pouco oscilante, especialmente durante a interpretação de “All Through the Night”, onde Lauper aparentou dificuldade em acompanhar o ritmo e buscou apoio dos backing-vocals, a cantora conseguiu recuperar o ritmo. A performance de “Sisters of Avalon”, faixa-título de seu álbum de 1997, também apresentou momentos de confusão, refletindo talvez a complexidade dos arranjos musicais utilizados.
Entretanto, a noite foi marcada por momentos de pura energia e nostalgia. Clássicos como “She Bop” e “The Goonies ‘R’ Good Enough”, trilha do filme de 1985, animaram o público, especialmente a geração X presente no festival. A cover de Roy Orbison, “I Drove All Night”, demonstrou a potência vocal de Lauper, silenciando críticos que duvidavam de sua capacidade vocal aos 71 anos.
A performance continuou com “Time After Time”, transformando o festival em um verdadeiro bailinho, seguido por “Money Changes Everything”, onde Lauper, abraçada pela bandeira brasileira, trouxe um hino americano para a multidão. O encerramento foi grandioso, com “True Colors” envolvendo a plateia em um coro uníssono, destacando a mensagem de autenticidade e diversidade que a cantora sempre defendeu.
Além da qualidade musical, Cyndi Lauper encantou com sua presença de palco carismática, tocando flauta e dançando de maneira divertida, o que rendeu aplausos e risadas da audiência. A performance fez parte do “Dia Delas”, uma iniciativa do Rock in Rio para celebrar artistas mulheres, destacando a importância do talento feminino no cenário musical.
Apesar de algumas falhas pontuais, o show de Cyndi Lauper no Rock in Rio foi amplamente elogiado, reafirmando sua posição como uma das grandes vozes da música pop. Sua capacidade de se reinventar e de manter a relevância ao longo das décadas foi claramente demonstrada, provando que a juventude eterna de Lauper vai além da idade, sustentada por sua inabalável paixão e talento.