Deco Almeida está em dois dos projetos mais comentados do momento: integra o elenco da série Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, da HBO Max, e também na novela Dona de Mim, da TV Globo, contracenando em flashbacks com Suely Franco. Aos 29 anos, o carioca, que já foi baterista da banda Dônica, com passagens por Rock in Rio e Lollapalooza, agora vive seu primeiro grande momento na dramaturgia, justamente quando decidiu trocar os palcos e a gastronomia pela atuação.
Quando o celular tocou em Juiz de Fora, onde estava em cartaz com a peça infantil Villa-Lobos Cantigas e Crianças, ele ainda não imaginava que aquele chamado para um teste marcaria esse novo momento da sua vida: “Quase não acreditei quando me chamaram. Saí correndo de Juiz de Fora para o Rio de Janeiro para fazer o teste. Quando soube que passei fiquei em êxtase, muito feliz!”
Antes de integrar o elenco da série sobre Angela Diniz, Deco não conhecia a história em profundidade. “Rapidamente ouvi o podcast ‘Praia dos Ossos’ e fiquei atordoado. Essa história deixa qualquer um revoltado, principalmente ao descobrir que a ‘defesa da honra’ só foi cair em 2021. É uma série muito necessária para mostrar, para quem ainda não entende ou até ficou do lado do Doca, como tudo aconteceu de fato.”
Para ele, o impacto dessas narrativas vai além da tela. “As séries de true crime têm um papel importante quando tratam essas histórias com responsabilidade. Elas reacendem debates, dão voz às vítimas e expõem estruturas machistas que atravessam gerações. É duro e incômodo, mas é justamente esse incômodo que pode gerar transformação.”
Nos bastidores, o ator destaca a entrega da protagonista. “Contracenar com a Marjorie foi um privilégio. Ela é extremamente generosa, atenta e cria um ambiente seguro para todo mundo crescer junto. Aprendi muito observando seu cuidado com a cena e a sua entrega.”
Em dose dupla na TV
Ao mesmo tempo, Deco também estrela Dona de Mim, novela da Globo escrita por Rosane Svartman. Na trama, vive Josef no passado, marido de Dona Rosa, interpretada por Suely Franco nos dias atuais e por Amara Hartmann nos flashbacks. “Ele é muito carinhoso, ama a família que construiu com ela e também fundou a Boaz, a fábrica de lingerie da novela. Está sendo um prazer inenarrável estrear na Globo em uma novela tão linda, ser dirigido pelo Allan Fiterman e contracenar com esse elenco de peso. Estou vivendo um sonho.”
A convivência com veteranos e novos talentos tem sido, além de tudo, uma aula, segundo o ator. “O elenco é extremamente acolhedor. Tive trocas incríveis com Suely Franco, Amara Hartmann, Tony Ramos, Clara Moneke, Juan Paiva, Rafa Vitti, Bel Lima, Marcelo Novaes e Cris Larin. Cada encontro foi especial nesse processo e sinto que estou crescendo muito como artista por estar cercado de gente tão talentosa.”
Artista entre sets, baquetas e colheres de pau
Antes da atuação, Deco foi baterista da banda Dônica, que nasceu de uma amizade da escola e da vontade de fazer música. “As oportunidades foram surgindo como um efeito dominó e, de repente, estávamos tocando no Rock in Rio e no Lollapalooza. Foi uma fase extremamente formadora para mim como artista.”
Depois da música, veio a gastronomia. Deco se formou na faculdade de Gastronomia e passou por casas como Fasano, Slow Bakery e Gurumê. “Sempre gostei de experimentar sabores, mas quando comecei a estudar percebi que tinha mão para a coisa. A cozinha virou um encantamento. Cada restaurante por onde passei me ensinou muito.”
Mesmo hoje focado na atuação, esses universos ainda estão presentes. “Toco bateria quando posso, cozinho quase todos os dias e isso me alimenta como artista.” Segundo ele, tudo se conecta no palco e diante da câmera: “A bateria me ensinou ritmo e escuta. A cozinha me ensinou disciplina e trabalho em equipe. A atuação junta tudo isso.”
Hoje, além de se aprofundar nos trabalhos em frente às câmeras, Deco também cursa uma pós-graduação em direção teatral na CAL e começa a desenhar seus próximos passos criativos, inspirado por nomes como Anthony Hopkins, Matheus Nachtergaele, Yara de Novaes, Fernanda Montenegro e mais.
Entre novos roteiros que escreve com amigos e ideias que pretende desenvolver no teatro e no audiovisual, ele também carrega um desejo quase secreto que diz muito sobre sua essência de fã e artista: participar, de alguma forma, do universo de Star Wars.
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