No Dia Internacional da Mulher (08/03), temas diversos sobre saúde feminina, direitos, conquistas, mercado de trabalho, e autoestima ganham evidência no debate público. No âmbito da saúde, a nutricionista Aline Netto, orientadora educacional do curso de Nutrição da Unigranrio Afya, e especialista em fertilidade feminina, destaca a influência significativa que uma dieta equilibrada pode ter na saúde reprodutiva da mulher.
Segundo Aline, a nutrição desempenha um papel crucial na fertilidade feminina, influenciando diretamente a saúde geral do corpo e o funcionamento dos sistemas reprodutivos. Uma dieta equilibrada, rica em nutrientes como vitaminas, minerais e antioxidantes, é essencial para regular os hormônios, promover a ovulação saudável e criar um ambiente propício para a concepção.
Por outro lado, deficiências nutricionais ou dietas desequilibradas podem aumentar o risco de problemas como ovulação irregular, síndrome dos ovários policísticos (SOP), endometriose e dificuldade para engravidar.
Aline destaca o papel crucial de nutrientes como ferro, ômega-3, vitamina D, antioxidantes, proteínas, carboidratos complexos e fibras. “Esses nutrientes desempenham papéis vitais na regulação hormonal, redução da inflamação, prevenção de danos oxidativos e estabilização dos níveis de açúcar no sangue, todos essenciais para a saúde reprodutiva da mulher”, completou.
Alimentos recomendados para melhorar a fertilidade feminina:
- Vegetais de folhas verdes: Espinafre, couve e brócolis são ricos em ácido fólico, ferro e outros nutrientes essenciais para a saúde reprodutiva.
- Frutas e vegetais coloridos: Frutas como morangos, mirtilos, laranjas e vegetais como cenoura, abóbora e pimentão são ricos em antioxidantes, que ajudam a reduzir a inflamação e proteger os óvulos.
- Proteínas magras: Peixes de água fria, como salmão e sardinha, são ricos em ômega-3, enquanto aves, ovos, tofu e legumes são boas fontes de proteína magra, essencial para a saúde reprodutiva.
- Grãos integrais: Alimentos como aveia, quinoa, arroz integral e pão integral fornecem carboidratos complexos e fibras, que ajudam a regular os níveis de açúcar no sangue e promovem a saúde hormonal.
- Ácidos graxos ômega-3: Além de peixes de água fria, sementes de linhaça, chia e nozes são boas fontes de ômega-3, que é importante para a saúde dos órgãos reprodutivos.
- Laticínios com baixo teor de gordura: Leite, iogurte e queijo com baixo teor de gordura são fontes de cálcio e proteínas, que são importantes para a saúde óssea e reprodutiva.
- Legumes e feijões: Feijão preto, feijão-fradinho, lentilhas e grão-de-bico são boas fontes de proteínas vegetais, fibras e ferro, essenciais para a saúde reprodutiva.
- Gorduras saudáveis: Abacate, azeite de oliva, sementes de chia e nozes são fontes de gorduras saudáveis, que são importantes para a regulação hormonal e a saúde reprodutiva.
Aline ressalta ainda a necessidade de adotar um estilo de vida saudável, que inclua não apenas uma dieta equilibrada, mas exercícios físicos regulares, evitando o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.
“As condições ambientais e nutricionais antes, durante a gravidez e o período neonatal podem afetar a regulação dos genes que controlam o metabolismo e o desenvolvimento do bebê. Chamamos isso de programação metabólica. Ou seja, um estilo de vida saudável da mãe e do pai, levam a maiores chances de uma genética saudável para seus filhos”, explicou.
Uma dieta equilibrada e rica em nutrientes também pode beneficiar mulheres mais velhas, que podem enfrentar desafios adicionais relacionados à fertilidade devido à diminuição da quantidade e qualidade dos óvulos.
“Consumir alimentos ricos em antioxidantes, ácido fólico, ferro, ômega-3 e outras vitaminas e minerais essenciais pode ajudar a proteger os óvulos contra danos oxidativos e melhorar a qualidade geral dos gametas. A manutenção de um peso saudável e a prática regular de exercícios físicos também são importantes para promover a saúde reprodutiva em todas as idades”, completou a nutricionista.
Para mulheres que estão tentando engravidar, Aline recomenda evitar:
- O consumo excessivo de cafeína, que pode reduzir a fertilidade. Recomenda-se limitar a ingestão de cafeína a cerca de 200-300 mg por dia, o equivalente a cerca de 1-2 xícaras de café.
- O consumo alcoólico pode afetar negativamente a fertilidade e aumentar o risco de complicações durante a gravidez. É importante evitar o álcool durante a tentativa de engravidar e durante a gravidez.
- Alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras saturadas, açúcares refinados e aditivos artificiais, podem ter um impacto negativo na saúde reprodutiva e geral. Melhor optar por alimentos integrais e frescos sempre que possível.
- Alguns peixes como tubarão, cavala, peixe-espada e atum fresco devem ser consumidos com moderação, devido ao seu alto teor de mercúrio, que pode ser prejudicial para o desenvolvimento do bebê.
- Carnes processadas, como salsichas, bacon e presunto, devem ser evitadas devido ao seu alto teor de gordura saturada e aditivos.