Dora Motta te convida para entrar em ‘Casa’, seu primeiro EP, que chega dia 1º de outubro nas plataformas

Com composições assinadas por Luiz Antonio Simas, Chico Limeira, Mestre Humberto Maracanã, Rafael Lorga e Moyseis Marques, a artista faz um mergulho na sonoridade brasileira, unindo forró, MPB, boi, coco e outros ritmos

por Redação
Dora Motta

Abra a porta, tire os sapatos e sinta o aconchego no primeiro EP da carioca Dora Motta: “Casa”, que chega às plataformas de música no dia 1º de outubro. Produzido por Dudu Rezende, “Casa” é um mosaico de brasilidades, em que o forró, o boi, o coco, o samba e a MPB se encontram em arranjos cheios de afeto.

O trabalho reúne composições de Rafael Lorga, Moyseis Marques, Luiz Antonio Simas, do paraibano Chico Limeira e do maranhense Mestre Humberto Maracanã, com participações de músicos como Kiko Horta (sanfona), Matheus Camará (violão de sete cordas), Negadeza e Pablo Carvalho (percussões) e Cacau Amaral (pandeirão), e foi viabilizado graças ao apoio de 320 colaboradores por meio de um financiamento coletivo. Em sua sonoridade, “Casa” privilegia instrumentos acústicos e timbres que remetem à música de raiz, criando uma paisagem sonora intimista e festiva.

“Casa” nasceu como um projeto de acolhimento, mas ao longo de sua gestação se tornou também um território de elaboração do luto e de celebração da memória, especialmente a do pai de Dora, que faleceu durante o processo de produção do EP, trazendo um novo significado para o projeto da artista:

“Sempre fui muito caseira, muito ligada à minha família. Nosso pequeno núcleo, formado por mim, meu pai, minha mãe e meu irmão, sempre foi de muita parceria e proximidade. O tema da casa já me convocava há tempos. Durante a produção, esse lugar de aconchego se entrelaçou com outras camadas: a da memória e, inevitavelmente, a da morte. Quem acompanha alguém nesse processo sabe que a saudade chega antes mesmo da partida”, conta.

Esse vínculo aparece também na capa do EP: Dora é retratada tocando o bambutino, instrumento inventado pelo pai, apelidado de Tino. Todas as músicas do álbum trazem sua sonoridade nos arranjos, costurando a presença dele em cada faixa.

A concepção visual do projeto é outro capítulo especial: a capa nasceu do diálogo entre diferentes artistas mulheres. Inspirada em uma tatuagem criada por Isabel Svoboda, Ágatha La Piedra desenvolveu a casa de papel machê que aparece na imagem. O clique é da fotógrafa Marcella Saraceni, com design gráfico assinado por Iramaya Rocha. A partir dessa mesma referência, a artista Juliana Moreno vem criando pequenas casas de cerâmica que dialogam com o disco.

Mesmo com esse pano de fundo, Dora não quis que o EP fosse marcado apenas pela dor.

“Não queria cair numa carga dramática. Voltei com ainda mais vontade de cantar essa memória, de botar essa saudade pra dançar. E gosto muito dessa expressão: uma saudade que dança. Porque meu pai foi um brincante. Cantar essas músicas agora é uma forma de continuar dançando com ele”, diz a artista, que tem como referências musicais Geraldo Azevedo, Fagner, Pietá, Dominguinhos, Maria Bethânia, Glória Bonfim e Roque Ferreira.

Canções transitam entre a saudade, a celebração e as raízes da música brasileira

A primeira faixa de “Casa” é “Até Mais Tarde”, de Rafael Lorga, que Dora chama de uma oração musical, composta especialmente para o EP, e que nasceu de uma conversa íntima e definitiva com o pai. Uma canção que fala da dor da perda e da beleza da autonomia daqueles que amamos.

“Foi cerca de um mês antes da partida dele. Conversamos sobre escolhas e limitações humanas. Essa música tem sido uma escola pra mim — o luto é um professor, e dos mais exigentes. Ele não ensina tudo de uma vez. Vai mostrando aos poucos onde ainda dói, o que precisa de colo, o que já pode virar canto”, revela a artista.

Já “Dona do Tempo”, uma composição inédita presenteada pelo músico Moyseis Marques e pelo historiador Luiz Antonio Simas é dedicada a Nanã, orixá das águas calmas e profundas, do barro,  da ancestralidade e da memória. Na faixa, Dora encontra um ponto de apoio espiritual para atravessar a perda. Ela recebeu a canção durante uma internação do pai, mas guardou para ouvir em um momento de mais calma. No dia da despedida, tornou-se seu mantra.

A busca de Dora pela sonoridade ideal para esta canção revela-se nas nuances de sua voz, que parece sussurrar segredos antigos.

“Gravar essa faixa foi quase um ritual. É uma música que me ensinou sobre o tempo da dor, da memória e da continuidade. E também a confiar, mesmo sem entender tudo. Nanã é essa força antiga que atravessa o tempo com sabedoria e silêncio”, explica.

O forró leve e bem-humorado “Ventilador no Três”, de Chico Limeira, lançado previamente como single, abre uma janela ensolarada dentro de “Casa”. Com a sanfona vibrante de Kiko Horta e a letra esperta e cheia de brincadeiras de Limeira, a faixa evoca a alegria dos festejos juninos, bem como o gosto musical do pai da artista.

“É leve, cheia de graça, de vida. Meu pai adorava quando eu cantava. É uma porta de entrada alegre para essa casa”, diz.

A última faixa é “Quando Eu Voltar Serei Dois”, canção do Mestre Humberto Maracanã, figura central do Boi de Maracanã, uma das mais importantes manifestações da cultura popular maranhense. O pandeirão de Cacau Amaral, mestre maranhense de Boi e Tambor de Crioula, e a percussão delicada de Pablo Carvalho, percussionista que há anos compartilha caminhos musicais com Dora, conduzem essa faixa minimalista, que faz refletir sobre as presenças que permanecem, mesmo quando se transformam.

Em “Casa”, Dora Motta abre as portas de seu mundo interior, convidando o público a, de fato, se sentir em casa, um lugar onde cada cômodo guarda uma lembrança e cada melodia acende um encontro.

“A sonoridade desse EP é o clichê de um primeiro trabalho, no melhor sentido. Carrega tudo que me construiu até aqui, todas as brasilidades que me tocam profundamente. É um passeio por esse Brasil imenso, mas também pelos caminhos íntimos que tive a alegria de trilhar”, conclui Dora.

O lançamento de “Casa” também ganha os palcos: no dia 10 de outubro, Dora apresenta o repertório completo do EP em um show intimista no aconchego da Casa Laranja, em Santa Teresa (RJ). Será uma noite de celebração, em que as canções ganham corpo coletivo e convidam o público a compartilhar essa “saudade que dança”.

DORA MOTTA:

Dora Motta

Dora Motta

Nascida e criada no Rio de Janeiro, Dora Motta é cantora, compositora e produtora cultural. Filha de educadores e com forte ligação às tradições populares brasileiras, sua voz mistura delicadeza e força em interpretações marcadas por afeto e presença. Após integrar o grupo Coconomã e colaborar com artistas como Aurinha do Coco e Negadeza, Dora inicia nova fase com o EP “Casa”, que percorre memórias e lutos pessoais com lirismo e raízes musicais.

FICHA TÉCNICA:
Produção musical e arranjos: Dudu Rezende
Produção executiva: Dora Motta
Assistente de produção: Maria Sayd
Preparação vocal: Marcelo Rodolfo
Gravação, mixagem e masterização: João Ferraz (Estúdio Lontra)
Fotografia: Marcella Saraceni
Beleza: Jackson Souza
Figurino: Acervo de Dora Motta e Marcella Saraceni
Design da capa: Iramaya Rocha
Editora: YB
Assessoria de Imprensa: Prisma Colab

FAIXAS:

  1. Até Mais Tarde

  2. Dona do Tempo

  3. Ventilador no Três

  4. Quando Eu Voltar Serei Dois

EP realizado com o apoio de 320 colaboradores por meio de financiamento coletivo.

SIGA DORA MOTTA:

Instagram: https://www.instagram.com/doramotta_/

Spotify: https://open.spotify.com/artist/4wImO2PRcp5qZqMltPVf5T

SERVIÇO – Show de lançamento do EP “Casa”

Data: 10 de outubro de 2025, sexta-feira

Horário: 20h

Local: Casa Laranja (Rua Paschoal Carlos Magno, 100 – Santa Teresa, Rio de Janeiro)

Ingresso: R$35

Antecipados: https://www.sympla.com.br/evento/show-de-dora-motta-lancamento-do-ep-casa/3114211

Livre. 70 minutos.

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