Se você fosse uma criança dos anos 90 ou 2000, provavelmente estaria agora em alguma rua do Brasil com diversos amigos. Jogando bola, correndo, pulando corda e, após isso, um tempinho de televisão para assistir alguns desenhos. Criou essa imagem na sua mente? Pois é! Essas são situações que cada vez mais são difíceis de se encontrar.
Mesmo inserido nas casas brasileiras desde os anos 80, nunca antes os aparelhos eletrônicos estiveram tão presentes. As crianças, antes ligadas às atividades reais, se prenderam ao virtual que se tornou a principal distração dos pequenos. Se utilizada com equilíbrio, o uso de tablets, celulares e computadores podem ser de grande valia num mundo onde o aprendizado está no digital.
Contudo, o educador Jean Rodrigues afirma que os pais estão viciando os seus filhos em telas para não se dar o trabalho de fazer cronogramas de atividades e “ganharem tempo” para realizar seus afazeres gerais. Para o especialista, a principal causa é a falta de conhecimento e a praticidade que um celular tem de distrair.
“Os pais não sabem e não têm o conhecimento dos malefícios que o celular pode causar numa criança pequena. Muitos pais preferem colocar o filho na frente de um celular para que o filho fique quieto e isso se torna um ciclo vicioso. Quanto mais ela fica exposta a um celular, mais vai gerar a necessidade de receber tudo pronto. E quando elas tiverem que esperar, não terão mais paciência e ficarão ansiosas até na fase adulta”, disse ele.
Durante a pandemia esse problema piorou por conta da quarentena. Além dos obstáculos de aprendizagem, o excesso de exposição às telas acaba afetando em problemas na visão.
“É uma criança que não consegue interagir com outras pessoas, já que vive no mundo virtual. Estamos roubando de nossos filhos a capacidade de ouvir, de esperar e ler. Estamos os viciando em telas e depois reclamamos que eles não estão se conectando com a família e que não estão reconhecendo nossa autoridade!”, enfatizou Jean Rodrigues.
De acordo com ele, a única forma de resolver esse problema é o pai e a mãe tirarem essa atividade do dia a dia. Na visão do especialista, isso pode gerar um desconforto nos primeiros dias, principalmente porque o uso dos aparelhos se tornou um hábito de vida. Porém, o educador afirma que ir adicionando outras atividades e controlar o tempo das crianças são estratégias que entregarão benefícios de médio a longo prazo.
“Por mais que doa, a criança vai precisar entender que não tem mais celular, e a partir daí você precisa inserir alguma coisa. O primeiro passo é criar atividades mais educativas. Você pode brincar junto com ela e estimular a criatividade do seu filho. Jogos de tabuleiro, soltar pipa, mexer com terra, massinha e outros exercícios que vão fazer com que a criança tenha a percepção do mundo real”, finalizou.
Qual q formação dele?