Um dos funiculares mais famosos de Lisboa, o Elevador da Glória, sofreu um trágico acidente nesta quarta-feira, 3 de setembro de 2025. O descarrilamento resultou em 15 mortes e 18 feridos, 5 deles em estado grave. O incidente chocou a capital portuguesa e gerou comoção internacional devido ao valor turístico do transporte histórico.
Destaques da tragédia
- O acidente ocorreu às 18h05 (horário local) na Calçada da Glória, quando o funicular, lotado, descarrilou.
- A principal suspeita é que a ruptura de um cabo de tração causou a falha do freio de emergência.
- Entre os feridos, 5 estão em estado grave, e uma das vítimas fatais é de nacionalidade sul-coreana.
- O presidente de Portugal, o primeiro-ministro e o prefeito de Lisboa manifestaram-se, e a cidade decretou luto.
- O Elevador da Glória, inaugurado em 1885, é considerado um Monumento Nacional desde 2002.
Entenda o cenário do acidente
A tragédia aconteceu por volta das 18h05 na Calçada da Glória, quando o funicular, que faz a ligação entre a Praça dos Restauradores e o Jardim de São Pedro de Alcântara, descarrilou e colidiu violentamente contra um prédio. O Elevador da Glória, com capacidade para 42 passageiros, estava com lotação máxima, transportando mais de 40 pessoas no momento do impacto.
Testemunhas relataram a violência da colisão. “Bateu com uma força brutal num prédio e se despedaçou como uma caixa de papelão”, disse uma pessoa presente no local. “Foi uma pancada muito forte, algo impressionante. Não tinha nenhum tipo de freio”.
Causa e resposta de emergência
As investigações preliminares apontam para a ruptura de um cabo de tração como a causa do acidente, o que teria impedido o funcionamento dos freios de emergência. Fernando Nunes da Silva, especialista em engenharia, afirmou que, “o mais provável é que um cabo de tração tenha se quebrado e, ao quebrar, os freios que normalmente deviam funcionar numa situação destas não funcionaram”.
A resposta de emergência foi rápida. Os bombeiros foram acionados às 18h08 e chegaram ao local três minutos depois. Um total de 59 operacionais, apoiados por 21 veículos terrestres, participaram do resgate, com equipes do INEM (Serviço de Emergência Médica), Proteção Civil e Polícia de Segurança Pública. Os feridos foram distribuídos entre diversos hospitais de Lisboa, incluindo o Hospital de São José, Hospital de Santa Maria, Hospital de São Francisco Xavier e Hospital de Cascais.
Reações oficiais e luto na cidade
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou seu “pesar e solidariedade às famílias afetadas por esta tragédia” e pediu que a causa da ocorrência seja rapidamente esclarecida. O primeiro-ministro Luís Montenegro cancelou sua agenda de compromissos para acompanhar a situação.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, decretou luto na cidade e declarou: “É um dia trágico para a nossa cidade. É um dia duro para todos nós. Lisboa está de luto”. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também expressou seus sentimentos às famílias das vítimas.
Investigações em curso e histórico do funicular
Diversas entidades, incluindo a Polícia Judiciária, o Ministério Público e o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), foram acionadas para apurar as causas e responsabilidades.
O Elevador da Glória é um dos três funiculares ainda em operação na capital portuguesa. Projetado por Raoul Mesnier du Ponsard, foi inaugurado em 1885 e transporta anualmente mais de 3 milhões de passageiros. O sistema havia passado por uma revisão geral em 2022 e manutenção periódica em 2024. O funicular já havia sofrido um acidente em 2018, sem feridos, quando uma falha de manutenção causou um descarrilamento. A tragédia de 3 de setembro, no entanto, é o acidente mais grave envolvendo o transporte público histórico de Lisboa.
