Exposição Portinari fica aé 7 de agosto no CCBB – BH

por Redação

O CCBB BH recebe, a partir de 14 de junho a exposição “Portinari Raros”, de Candido Portinari (1903-1962), um dos mais célebres artistas brasileiros de todos os tempos. A mostra híbrida, como bem definiu o curador Marcello Dantas, reúne cerca de 200 obras do artista, no formato físico e digital, sendo algumas pouco vistas ou nunca antes expostas.

SOBRE A CONSTRUÇÃO DA MOSTRA: “Associado a certos matizes de cor e a um conteúdo figurativo levemente geométrico, existe um ‘estilo Portinari’ que se fixou no imaginário popular brasileiro. Poucos tiveram a oportunidade de se impressionar com o conjunto de técnicas e linguagens que atravessam a diversidade de sua obra, revelado em imagens tridimensionais, abstratas e realistas.

Para trazer à tona esses aspectos mais raros de sua produção, desenvolvemos alguns eixos, como sua paixão pela fauna e pela flora, imagens de sua infância, seu flerte com a abstração e a fascinação que teve, no final de sua vida, pela imagem simbólica de uma indígena Carajá, além da sua incursão nos palcos, assinando cenários e figurinos para o balé Iara”. (Marcello Dantas – Criador e Curador da Mostra)

PORTINARI TOTAL: A mostra, que ocupará o terceiro andar e o pátio do CCBB BH, será composta por distintos núcleos: “Cidade Imaginária”, “Cores de Portinari”, “Cronologia de Portinari”, “Paisagens”, “Fauna”, “Gráfica”, “A Maria de Portinari”, “Infância”, “Todos por um”, “Projeto Portinari”, “Desenhos”, “Carajá”, “Balé Iara”, “Fora de Série”, “Flores” e “Portinari Imensos”.

OBRAS EM DESTAQUE: Entre os muitos trabalhos do artista presentes na mostra, ressaltamos:

# “Baile na roça” (1923), trabalho a ser exposto pela primeira vez em Belo Horizonte. Esta é de suma importância na obra do pintor porque foi a primeira tela com temática nacional. Ela foi criada quando Portinari tinha apenas 20 anos e estava estudando na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. O trabalho ficou desaparecido por mais de cinquenta anos. “Baile na roça” é um óleo sobre tela com 97 por 134 cm e pertence a uma coleção particular.

# As pinturas em óleo sobre tela “Meninos com Balões” (1951), “Jangada e Carcaça” (1940), e “Tempestade” (1943), esta, uma encomenda de Assis Chateaubriand. Ao ver a obra, Chateaubriand quis adquiri-la, mas Portinari explicou que ela já estava reservada para um amigo, prometendo-lhe fazer outra semelhante.

“O Cemitério” (1955), obra em óleo sobre papel, presente na mostra. É a nona ilustração do livro “A selva”, de Ferreira de Castro, publicação comemorativa dos 25 anos da primeira edição da obra, ilustrada com doze gravuras de Portinari, executadas na Casa Bertrand.

“A Morte Cavalgando” (1955), a obra se destaca por ser o estudo realizado para o painel “Guerra”, instalado na entrada da Assembleia Geral da ONU, em 1956.

O painel em óleo sobre madeira “Flora e Fauna Brasileiras” (1934), que tem 1,60m de comprimento, e “Menino Soltando Pipa” (1958), a única cerâmica feita por Portinari ao longo de sua vida.

Também se destacam “Paisagem com Urubus” (1944), projeto para cenário do “Balé Iara”, o primeiro balé brasileiro a entrar no circuito internacional. Com a Segunda Guerra Mundial, o Original Ballet Russe, passou a excursionar pelas Américas e procurou enriquecer seu repertório, incorporando concepções arrojadas e modernistas de importantes artistas locais. Desta forma, o argumento foi encomendado ao poeta Guilherme de Almeida; a música ao maestro Francisco Mignone e os cenários e figurinos a Portinari.

# Além do projeto para cenário em óleo sobre cartão, os figurinos criados por Portinari para o “Balé Iara” também estarão na mostra, em uma animação digital.

PORTINARI ATEMPORAL: “Ao se debruçar sobre sua trajetória, descobre-se o domínio de um artista que se desafiou a entender a arquitetura da pintura de forma profunda e eloquente, e que usava o desenho como uma espécie de porto sobre o qual suas cores poderiam pousar. Seu desejo popular, a imersão em seus murais, a música que dialoga com o movimento insinuado em seus quadros já sugeria, desde sempre, uma experiência multidisciplinar”, analisa Marcello Dantas. Em dois distintos espaços desenvolvidos para a mostra, as observações do curador poderão ser vivenciadas pelo público visitante. A saber:

# A apresentação “Portinari Imensos” oferece ao visitante uma experiência imersiva pelas pinturas de Portinari, acompanhada de trilha sonora original e desenvolvida através de cinco módulos temáticos do universo estético do artista: Brasil de Portinari, Guerra e Paz, Infância e Arte Sacra. A apresentação será realizada em horário noturno, diariamente, nas paredes do pátio do CCBB BH, conforme programação a ser oferecida no site e nas redes sociais da instituição.

# A criação de uma sala dedicada ao pensamento de Candido Portinari, com uma sequência de experiências visuais e depoimentos de amigos, inclusive da mulher do artista, Maria.

A vasta obra de Candido Portinari reflete o êxito de um artista que triunfou por ser original. A exposição “Portinari Raros” integra a comemoração dos 80 anos do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, complexo mineiro que é considerado patrimônio cultural da humanidade pela Unesco.

Gislane Tanaka, gerente-geral do CCBB BH, ressalta a importância da mostra “Portinari Raros” em Belo Horizonte:  “A exposição Portinari Raros é uma homenagem ao artista que, mesmo sem ter nascido em Belo Horizonte, teve uma relação muito próxima com a cidade. Portinari deixou sua marca em importantes obras que hoje fazem parte do patrimônio cultural da cidade. É uma honra para nós, que também temos uma relação tão forte com Belo Horizonte, recebermos essa exposição que traz um acervo tão valioso e diversificado. Tenho certeza de que os visitantes ficarão encantados e emocionados ao conhecerem essas obras pouco conhecidas do grande mestre brasileiro”.

João Candido Portinari, fundador e diretor-geral do Projeto Portinari, destaca que “uma exposição desta natureza, e com esta abrangência, não seria possível sem os 44 anos de trabalho do Projeto Portinari, que além de cooperar com seu parceiro de longa data, o curador Marcello Dantas, na seleção das obras, no universo de seu banco de dados que cruza 5.400 obras com 30 mil documentos, forneceu-lhe também suas fichas técnicas, e demais informações sobre elas, além dos arquivos em alta resol

o que permitiram a realização de projeções monumentais das obras, além de conseguir o empréstimo de algumas obras capitais, como o Baile na Roça citado acima”.

Aroldo Medeiros, diretor-presidente da BB Asset, co-patrocinadora da mostra, diz que a gestora de fundos do Banco do Brasil contribui para uma sociedade mais inclusiva e participativa ao investir em cultura. “Acreditamos que cultura e arte geram valor para a sociedade. Estamos felizes em incentivar a exposição de um artista brasileiro tão versátil e relevante como Cândido Portinari”.

O CURADOR

Marcello Dantas é um premiado curador interdisciplinar com ampla atividade no Brasil e no exterior. Trabalha na fronteira entre a arte e a tecnologia, produzindo exposições, museus e múltiplos projetos que buscam proporcionar experiências de imersão por meio dos sentidos e da percepção. Nos últimos anos esteve por trás da concepção de diversos museus, como o Museu da Língua Portuguesa e a Japan House, em São Paulo; Museu da Natureza, na Serra da Capivara, Piauí; Museu da Cidade de Manaus; Museu da Gente Sergipana, em Aracaju; Museu do Caribe e o Museu do Carnaval, em Barranquilla, Colômbia. Realizou exposições individuais de alguns dos mais importantes e influentes nomes da arte contemporânea como Ai Weiwei, Anish Kapoor, Bill Viola, Christian Boltanski, Jenny Holzer, Laurie Anderson, Michelangelo Pistoletto, Rebecca Horn e Tunga. Foi também diretor artístico do Pavilhão do Brasil na Expo Shanghai 2010, do Pavilhão do Brasil na Rio+20 e da Estação Pelé, em Berlim, na Copa do Mundo de 2006. Atualmente, é responsável pela curadoria da próxima edição da Bienal do Mercosul que ocorre em 2022, em Porto Alegre, e é curador do SFER IK Museo em Tulum, México. Formado pela New York University, Marcello Dantas é membro do conselho de várias instituições internacionais e mentor de artes visuais do Art Institute of Chicago.

PROJETO PORTINARI

Fundado em 1979 pelo professor João Candido Portinari, então docente do Departamento de Matemática da PUC- Rio, o Projeto Portinari tem como objetivos, além do resgate abrangente e minucioso da vida e da obra de Candido Portinari, e o atendimento aos estudantes, pesquisadores, e ao público em geral, assim como a realização de exposições, publicações, palestras, e outras atividades de um centro cultural vivo e dinâmico, democratizar o legado pictórico, ético e humanista de Portinari. Com seu Educativo, criado em 1997, ele visa mobilizar este legado na promoção de valores — mais atuais do que nunca! —, como a paz, não violência, a justiça social, o espírito cívico e comunitário, a fraternidade entre os povos, e o respeito à dignidade da vida e à natureza, principalmente junto às crianças e aos jovens, esperança de um mundo mais justo e mais fraterno, mais respeitoso dos direitos humanos.

CIRCUITO LIBERDADE

O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.

SERVIÇO – MOSTRA “PORTINARI RAROS”

LOCAL: Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450 – Tel: 31 3431-9400)

PERÍODO: De 14 de junho a 07 de agosto de 2023

HORÁRIO DE VISITAÇÃO: De quarta a segunda, das 10h às 22h

RETIRADA DE INGRESSOS:  bb.com.br/cultura e bilheteria física do CCBB BH

ENTRADA GRATUITA com apresentação obrigatória do ingresso digital

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: Livre

 

CURADORIA: Marcello Dantas

PATROCÍNIO: BB ASSET e BANCO DO BRASIL

APOIO: PROJETO PORTINARI

 

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