Expurgo, delicado monólogo sobre saída do armário, abre temporada no Rio

O espetáculo fica em cartaz às terças e quartas de junho, a partir do dia 10, dentro do II Festival Identidades, promovido pelo Centro Cultural da Justiça Federal.

por Redação
Expurgo

O ator Ari Areia, do Outro Grupo de Teatro, abre temporada do seu monólogo Expurgo, no Centro Cultural da Justiça Federal, Cinelândia, às terças e quartas de junho, a partir do dia 10, sempre às 19h. Os ingressos estão à venda na bilheteria virtual a preços populares: R$ 40, inteira / R$20, meia (com disponibilidade de cota de gratuidade para pessoas trans). As apresentações compõem a programação do II Festival Identidades, promovido pelo CCJF no mês do Orgulho LGBTI+.

A dramaturgia da peça parte de memórias pessoais do artista sobre sua descoberta de amar outros garotos, a busca por coragem de dizer isso à mãe, o choque dela rompendo a relação com o filho e o movimento do  tempo colocando as coisas de volta no lugar. Expurgo é o trabalho mais recente de Ari Areia, ator cearense radicado no Rio de Janeiro, que desde 2011 dedica energia à experimentações cênicas com foco em pesquisas de linguagem e no aprofundamento de debates sobre diversidade sexual.

Enquanto prepara um café, o ator convida o público a mergulhar em uma história puxada da memória: infância, adolescência na Assembleia de Deus e a saída do armário que arranhou a relação dele com a mãe. A partir daí, vários nós difíceis de desatar vão sendo amortecidos pelo tempo, que faz o abraço mãe-filho ser possível novamente. Expurgo é um espetáculo relacional, com uma interpretação intimista, costurado com a sutileza de quem dobra um barquinho de papel, canta uma cantiga de ninar ou se esquece em um abraço.

Mãe, eu sou gay

“Quem dera o conflito mãe-filho que dá movimento à história dessa peça fosse o registro de um passado superado”, pontua Ari, “mas infelizmente, em 2025, ainda há pessoas LGBTI+ que ficam sem teto quando saem do armário.” Ativista dos direitos humanos, o ator é fundador de um abrigo para jovens expulsos do convívio familiar por lgbtfobia, é a Outra Casa Coletiva, que funciona há cinco anos na cidade de Fortaleza (CE). O espetáculo Expurgo, é uma experiência cênica que surgiu de conversas mediadas com grupos que acolhem familiares de LGBTI+ em processo de compreensão e aceitação dos filhos: Mães pela Diversidade, Mães da Resistência, Associação Amor.

O OUTRO GRUPO DE TEATRO

O Outro Grupo de Teatro surgiu em 2011, na cidade de Fortaleza (CE), a partir do encontro entre os atores Ari Areia, Tavares Neto e o diretor Yuri Yamamoto. Desde o pós-pandemia, a companhia mantém trabalho no eixo Rio-São Paulo, seguindo uma linha de pesquisa criativa focada no debate sobre a sexualidade humana e suas subjetividades. A escritora e transativista Helena Vieira se juntou a coletivo em 2014, colaborando em montagens como “Histórias Compartilhadas” (CE. 2015, direção de Eduardo Bruno), “Jango Jezebel – Onde Estavam as Travestis na Ditadura?” (SP. 2023, direção de Luis Fernando Marques) e “Expurgo” (RJ. 2024, direção de Ari Areia).

Ficha Técnica
Realização: Outro Grupo de Teatro
Texto, direção e elenco: Ari Areia
Produção: Cícera Vieira
Desenho de Luz: Thiago Monte
Preparação vocal: Plinio Morais
Consultoria de Dramaturgia: Helena Vieira
Consultoria de Figurino: Layse Medeiros
Assessoria de Imprensa: Alessandra Costa
Fotos de estúdio: Diego Souza
Fotos de cena: Hygor Linhares
Projeto Gráfico: Rodrigo Paschoal
Agradecimentos: Centro Cultural da Justiça Federal

SERVIÇO
O QUE: Espetáculo Expurgo – Temporada Junho
QUANDO: Terças e Quartas (10, 11, 17, 18, 24 e 25/06), 19h
ONDE: Teatro do Centro Cultural da Justiça Federal
Av. Rio Branco, 241 – Centro, Rio de Janeiro

INGRESSOS: R$ 40 (Inteira),  R$ 20 (Meia), há cota de gratuidade para pessoas trans (observar disponibilidade).
Bilheteria Virtual: https://ccjf.trf2.jus.br/programacao/expurgo

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