Das ruínas de um ambiente arrasado e quase árido, nasce o vislumbre de um futuro potente e já atuante num presente que se percebe incerto, mas que nos envolve de esperanças. É com esse olhar que será realizado o “Festival Futurama – Coleção de Futuros”, que será no Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas, local especialmente escolhido pelos curados, nos dias 20 e 21 de maio de 2023, sábado e domingo, das 9h às 16h.
Idealizado por Daniel Toledo e Consuelo Bassanesi, e realizado pela Despina, o festival é um projeto no campo expandido das artes visuais que propõe pensar e experimentar coletivamente ideias de futuros a serem construídos. A programação do festival reúne trabalhos de 45 artistas, divididos entre instalações, performances, videoartes, oficinas, feira de artes e ativismos, DJs, e cortejo de encerramento.
“Nosso desafio com este projeto é criar momentos públicos, gatilhos para encontros comuns e trocas horizontais, criando brechas e trilhas para novas percepções, prazer, experimentações e para a construção de simbolismos mais justos, abundantes e diversos”, explica Bassanesi. “A ideia, em Futurama, é produzir e reunir uma coleção de futuros, onde novas práticas coletivas e comunitárias produzem políticas de cuidado, com as subjetividades, relações sociais e o meio-ambiente integrados”, complementa Toledo.
Metade das obras são inéditas, produzidas especialmente para o evento, abrangente em linguagens, estilos, gêneros e gerações. Entre os destaques estão instalações e intervenções de Yhuri Cruz, Ernesto Neto e Alexandre Vogler, programa de performances com Yedda Affini, Sabine Passarelli e Tom Grito, mostra de videoartes assinadas por Ailton Krenak, Denilson Baniwa e Rafael Bqueer?, oficinas com Fudida Silk, e Marcelo Ọlajinminá e Mayara Velozo, além 14 expositores na feira de artes e ativismos, quatro DJs e espaços de convivência.
No domingo haverá um encerramento especial com um cortejo liderado pelo Circular Som Sistema, conduzindo com música o público e os artistas presentes do local do evento até o Largo do Curvelo, em Santa Teresa. Confira a programação completa abaixo!
Frente a um passado que por vezes se impõe determinista, e um presente em forma de armadilha, coragem é essencial na transformação do tempo e espaço para gerar novos futuros. “Encaramos o assombro à sombra dos escombros, contradizemos sua aterradora prisão, e criamos possibilidades propositivas de liberdades”, conceitua Toledo. A dupla reforça que o objetivo do evento não é o de tentar engendrar tendências de novidades superficiais e passageiras, mas sim “o de fertilizar memórias ancestrais, que nos conectam uns aos outros, para germinar uma experiência de arte que se confunde e se funde à vida”, finaliza Bassanesi.
Em “Festival Futurama – Coleção de Futuros”, tudo parece que já é ruína, mas ainda é construção. De volta para o futuro. Um futuro atávico balizado pelo sufixo “ama”: feminista, sustentável, coletivo e abundante! Um espaço onde resiste uma coleção de futuros!
Parque das Ruínas
Toda ruína é também um sítio arqueológico. FUTURAMA se conecta à memória do Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas e reverbera sua vocação cultural e artística, abrindo trilhas para futuros propositivos.
Localizado no bairro de Santa Teresa, o Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas (Rua Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa) ocupa o local que foi a casa da mecenas da Belle Époque carioca, Laurinda Santos Lobo. Durante a década de 1920, o casarão foi ponto de encontro do modernismo no Rio de Janeiro, reunindo figuras como Villa-Lobos, Tarsila do Amaral e a bailarina Isadora Duncan. Em 1997, foi inaugurado o Parque das Ruínas, um projeto premiado dos arquitetos Ernani Freire e Sonia Lopes, que manteve a estrutura das ruínas durante os trabalhos de renovação.
O Futurama é realizado através da DESPINA com apoio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através do Programa de Fomento à Cultura Carioca da Secretaria Municipal de Cultura (Foca).
Direção Artística: @_danieltoledo & @consuelobassanesi
Realização: @despina.rio
PROGRAMAÇÃO:
Sábado
Vídeos
10h – 15h
Teatro Ruth de Souza
Performances
11h – 16h
Amanda Costa
14h – 15h
Yedda Affini
14h – 16h
Tom Grito
10h-12h e 14h-16h
Livia Flores
Oficinas
12h – 14h
Saberes de Quintais com Marcelo Ọlajinminá e Mayara Velozo
14h – 16h
Serigrafia com Fudida Silk, com Yuki Hayashi e Kaetérine Terra
DJs
11h – 13:30h
Glau Tavares
13:30h – 16h
Bieta
Domingo
Vídeos
10h – 15h
Teatro Ruth de Souza
Performances
11h – 16h
Amanda Costa
12h – 16h
Sabine Passarelli
A partir das 10h
Odaraya
10h-12h e 14h-16h
Livia Flores
Oficina
11h – 14h
Pintura corporal com Luxtutwa
DJs
Quimera 11 – 14 hs
Bruno Qual 14 – 16 hs
Encerramento do Festival Futurama
Cortejo com Circular Som Sistema
Saída 16 horas do Parque das Ruínas para o Curvelo
INSTALAÇÕES
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Yhuri Cruz
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Opavivará
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Ernesto Neto
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Alexandre Vogler
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Isabela Sá Roriz
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Andréa Hygino (cadeiras)
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Rastros de Diógenes
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Almeida da Silva
MOSTRA VíDEOS
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Grupo Erosão (filme Delírio do Caranguejo)
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Denilson Baniwa (filme Ty Ty – memórias de beija-flor)
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Ricardo Càstro (filme A hora mágica)
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Ailton Krenak – discurso constituinte
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Rafael Bqueer (filme Febre)
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Wanja Kimani + Genesis (filme Pele/Skin)
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Mari FRaga (filme 63 perfurações)
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Daniel Toledo e cia Futuro
FEIRA DE ARTE E ATIVISMOS
Aiz
Coletivo Misto-Quente
Cooperativa Cultural
Daspu
Fauna
Fudida Silk
Marcelo Moti
Roosivelt Pinheiro
Projeto Xoxotista
Rébus
Slam das Minas
Tupinambá Lambido
Vem pra Luta Amada
Coletiva Feminista Santa Luta
Daniel Toledo (@_danieltoledo)
Daniel Toledo nasceu em 1981 no Rio de Janeiro onde vive e trabalha. É artista visual graduado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestre pela linha de pesquisa Linguagens Visuais do Programa de Pós Graduação da mesma instituição. Estudou na escola de fotografia Ateliê da Imagem e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde participou da histórica exposição Posição 2004, e posteriormente foi professor dos cursos Coletivos em Ação e Selfie Performance. Trabalhou na equipe dos programas de educação do CCBB-RJ, Museu Nacional de Belas Artes e Paço Imperial. Foi integrante do Grupo UM e do Grupo Py.
É um dos fundadores do coletivo OPAVIVARÁ @opavivara e integrante atuante desde 2005. Trabalhou como assistente de curadoria e produção no MAM RJ com o curador Fernando Cocchiarale e Franz Manata. Expôs em instituições como: TATE, Fondadtion Cartier, Guggenheim NY, Belvedere 21, MAM RJ, MAM SP entre outras. Participou das Bienais de Arte de São Paulo, Taipei e Havana. Possui obras em diversas coleções internacionais renomadas como: Portzamparc, GilbertoChateaubriand MAM-RJ, Guggenheim NY , MAM SP, entre outras. É coordenador do programa de residência artística @caos_cais_cosmos em parceria com a @casadunaduna. Trabalha com direção de arte em produções de audiovisual, teatro e musical.
Consuelo Bassanesi (@consuelobassanesi)
Consuelo Bassanesi co-idealizou e é diretora artística de Futurama. Em 2013 fundou a Despina e desde então é diretora artística e de projetos da organização. Concebeu e dirigiu diversos projetos especiais, entre eles “Iran-Rio Art Connection” e “Arte e Ativismo na América Latina”, ambos com o suporte do Prince Claus Fund, e “Corpos Abertos”, em parceria com a The Fruitmarket Gallery (Edimburgo) e suporte do British Council e Creative Scotland. Em 2020, concebeu e dirigiu a implementação de Compa – Arquivo das Mulheres, através do patrocínio do Fundo Internacional de Ajuda do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha e do Goethe Institut.
Mais recentemente, em 2022, dirigiu os projetos Zum Zum Auê – Coletiva de Coletivos e Podemos ser mais do que imaginamos ser, ambos realizados através do Programa de Fomento à Cultura Carioca da Secretaria Municipal de Cultura. Integrante desde 2015 do grupo de 12 gestores culturais que compõem a Network Partnership da organização Holandesa Prince Claus Fund, é responsável por articular relações institucionais e já trabalhou em parceria com diversas organizações nacionais e internacionais. Ativista e feminista interseccional, atua de forma independente e também coletivamente (Vem pra Luta Amada, Coletiva Feminista Santa Luta, e outras). Jornalista de formação (PUC-RS), tem mestrado em Política Global pela Birkbeck, University of London.
Despina (@despina.rio)
Despina é uma organização cultural independente comprometida com o desenvolvimento de plataformas de pesquisa, produção e intercâmbio nos campos da arte e do ativismo cultural em atividade desde 2013.
A organização realiza diversos programas e atividades, entre eles um programa de residências artísticas e uma agenda dinâmica de exposições, oficinas, cursos, conversas, exibições de filmes, entre outras ações. Desde 2020 Despina é também responsável pela concepção e gestão de Compa – Arquivo das Mulheres, o primeiro arquivo digital brasileiro colaborativo dedicado às memórias e às lutas das mulheres e do movimento feminista no país.
Despina já realizou projetos colaborativos e de intercâmbio com várias organizações e instituições ao redor do mundo, como o Goethe Institut, a Central Saint Martins – University of the Arts London, Diagonale e Arts Council de Montreal, Fruitmarket Gallery (Edimburgo) e British Council. Despina também é membro da rede de parceiros do Prince Claus Fund.
Serviço:
Festival FUTURAMA – Coleção de Futuros
Dias 20 e 21 de maio, sábado e domingo
Horário: 9h às 16h
Gratuito, Classificação livre
Local: Parque das Ruínas
R. Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa, Rio de Janeiro – RJ, 20241-050