O Festival Path 2025 lotou o Cinema Belas Artes nos dias 23 e 24 de outubro, consolidando sua posição como o maior festival de inovação e cultura do Brasil. Durante dois dias intensos, o público ocupou as seis salas do cinema desde as 7h30 da manhã até às 21h, participando de mais de 100 atividades que colocaram o país no centro de discussões sobre futuro, tecnologia, empreendedorismo, comportamento, sustentabilidade, entre outros temas de extrema importância. A décima edição do evento transformou o icônico cinema de São Paulo em um grande laboratório de ideias sobre a pergunta que norteou toda a programação: o que o Brasil tem de oferecer ao mundo em tempos de transformação?
A programação dos dois dias deixou claro que o festival apostou em colocar o Brasil como protagonista de soluções globais. Com a COP30 marcada para novembro em Belém, o Path antecipou em São Paulo os debates mais urgentes sobre crise climática, bioeconomia e Amazônia. Painéis sobre urbanismo climático, finanças verdes e economia regenerativa lotaram as salas e mostraram que o público está ávido por discutir não apenas os problemas, mas principalmente as soluções que nascem do conhecimento brasileiro.
Ambos os dias começaram com a Yoga Experience, experiência imersiva que combinou meditação, cinema e música ao vivo no palco principal do Belas Artes. Conduzida por Thaís Faleiros e pelo músico Gui Vitali, a atividade gratuita trouxe uma proposta diferente para o início do dia no festival: pausar, respirar e se conectar antes de mergulhar na intensidade da programação.
Inteligência artificial com sotaque brasileiro
A inteligência artificial foi tema recorrente nos dois dias, mas sempre com um olhar crítico e questionador. Debates sobre as duas faces da IA, sobre soberania cognitiva e sobre como o contexto brasileiro pode influenciar o desenvolvimento da tecnologia mostraram um público preocupado em não apenas consumir tecnologia, mas em produzir inovação com identidade própria. A discussão sobre diversidade, equidade e inclusão na IA também ganhou destaque, reforçando que o caminho tecnológico brasileiro precisa ser plural.
Encontros marcantes
O primeiro dia reservou um dos momentos mais aguardados do festival. Paulo Lima, fundador das revistas Trip e TPM, entrevistou o embaixador José Maurício Bustani em conversa sobre liderança, ética e coragem em tempos de crise. Ex-diretor-geral da OPAQ e ex-embaixador do Brasil na França e Reino Unido, Bustani compartilhou experiências de quem esteve no centro de decisões geopolíticas globais, oferecendo ao público brasileiro uma perspectiva rara sobre como o país pode se posicionar no cenário internacional.
A integração entre saberes ancestrais indígenas e inovação tecnológica foi um dos pontos altos do evento. Logo na manhã do dia 23, Ubiraci Pataxó trouxe a perspectiva dos povos originários sobre saúde e território, estabelecendo o tom para discussões que atravessaram os dois dias. Rafael Vilela, fotógrafo da National Geographic, fechou o primeiro dia apresentando como a sabedoria do povo Guarani Mbya pode ser caminho para o futuro das megalópoles.
A programação também trouxe vozes diversas sobre economia criativa, trabalho e comportamento. Discussões sobre empreendedorismo feminino, liderança regenerativa, futuro do trabalho multigeracional e saúde mental no ambiente corporativo mostraram que o festival não se limitou a pensar o futuro em termos tecnológicos, mas abraçou as transformações humanas e sociais que já estão em curso.
Cultura e arte como pontes
A programação cultural marcou presença forte nos dois dias. Seis shows gratuitos levaram música brasileira contemporânea para dentro das salas do Belas Artes. Aristella, Juniper, Melvin, Spike, Tião Carvalho e Nina Oliveira representaram a diversidade da cena musical do país, transitando entre tradição popular e sonoridade urbana experimental.
O cinema também ocupou papel central. Às 20h de cada dia, três filmes eram exibidos simultaneamente. “Amazônia Sociedade Anônima”, “Mundurukuyü – A Floresta das Mulheres Peixe” e “Línguas da Nossa Língua” no primeiro dia trouxeram reflexões sobre território, identidade e diversidade cultural. No segundo dia, “Amazônia Eterna”, “Biomas do Brasil” e “Inspire & Conte-me” continuaram o diálogo sobre as múltiplas faces do país.
Novas trilhas para novos tempos
A décima edição inovou ao lançar três trilhas temáticas inéditas. “Finanças Sistêmicas e Cultura do Mercado Financeiro”, curada por Lucas Matarazzo em parceria com a Mútua.Systems, propôs olhar o sistema financeiro para além dos números. “Cidades Resilientes e Biourbanismo”, conduzida por Davi Lemos e pela Supernature Labs, apresentou as metrópoles brasileiras como laboratórios de futuro. “Respostas à Metacrise”, do Coletivo MettaTropical, enfrentou a teia de crises interconectadas e mostrou que o Brasil tem respostas sistêmicas a oferecer.
Fiel ao compromisso que mantém desde a primeira edição, o Festival Path 2025 seguiu apoiando ações de transformação social. O projeto EDUCADEIRAS e o patrocínio à construção de duas escolas ribeirinhas no Rio Negro, no Amazonas, em parceria com a Fundação Almerinda Malaquias, reforçam que o festival não se limita a debater mudanças, mas atua concretamente para produzi-las.
Uma década de transformação
Desde 2013, o Festival Path já reuniu mais de 2.200 palestrantes, 200 artistas e um público de 250 mil pessoas. Nomes como DJ Alok, Regina Casé, Marcelo Tas e Gaby Amarantos passaram pelo evento ao longo desses 12 anos. A décima edição reafirmou o propósito que move o festival desde o início.
A realização da décima edição do Festival Path foi possível através da Lei de Incentivo à Cultura, com apresentação do Ministério da Cultura e Governo Federal. O patrocínio de Vivo e Nestlé viabilizou a programação gratuita e acessível que marcou os dois dias de evento.
“O Path nasceu em São Paulo e foi pioneiro ao inspirar outros eventos de inovação no Brasil. Nesta edição comemorativa, queremos que cada pessoa saia transformada, inspirada e conectada. Pelos feedbacks que recebemos nesses dois dias, conseguimos cumprir essa missão e coloca o Path de volta ao centro dos principais eventos de cultura e inovação do país”, celebrou Fabio Seixas, fundador do Festival Path.
Serviço:
Festival Path
Site: https://festivalpath.com.br/
Instagram: https://www.instagram.com/
Linkedin: https://www.linkedin.com/
