Criada em 2000, na favela da Maré, pelo britânico Luke Dowdney, a ONG Luta Pela Paz nasceu para ser um instrumento de transformação social em um território marcado por violências e desigualdades. Vinte e cinco anos depois, a iniciativa tem projeção mundial através da transformação de vidas por meio do esporte e da educação.
Com uma metodologia baseada em cinco pilares: boxe e artes marciais, educação, empregabilidade, suporte social e liderança juvenil, a ONG multiplica o que deu certo no Complexo de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, RJ, treinando outras organizações de base comunitária e educadores esportivos. Por meio da “Aliança Luta pela Paz”, expandiu sua atuação em outros estados e países, conquistando reconhecimento, parceiros internacionais e oferecendo oportunidades aos que enfrentam diariamente os desafios da desigualdade.
“Nascemos como uma resposta comunitária aos impactos da violência armada na vida dos jovens da Maré e, hoje, somos uma organização de impacto internacional. Todos os dias produzimos e compartilhamos conhecimentos e metodologias desenvolvidos por nossa equipe na localidade. Essas informações já foram levadas para mais de 250 organizações em diferentes partes do mundo”, pondera Luke Dowdney, fundador e presidente da Luta Pela Paz.
Eventos marcam comemoração dos 25 anos
Na celebração das duas décadas e meia de existência, a Luta Pela Paz preparou uma programação especial. No dia 26 de outubro (domingo), as ruas da Maré serão palco da “III Corrida Destemidas”, atividade só para mulheres. Já no encerramento das festividades de aniversário, o Museu de Arte do Rio foi o local escolhido para a exposição de fotografia “Olhares Negros”, que ficará disponível entre os dias 25 de novembro a 17 de dezembro.
Mais de 250 mil pessoas impactadas
A Luta Pela Paz já impactou mais de 250 mil jovens, em diferentes partes do mundo. Além das aulas de boxe e artes marciais, a metodologia de atendimento da ONG inclui atividades como reforço escolar, desenvolvimento pessoal, liderança juvenil, acompanhamento e suporte social a crianças, jovens e suas famílias e, ainda, orientação profissional e oportunidades de inserção no mercado de trabalho.
No Brasil, mais de 25 mil crianças, adolescentes e jovens participaram das atividades da organização ao longo desses 25 anos. Com essa atuação, mais de dois mil jovens receberam formação e orientação para inserção no mercado de trabalho. Desses, cerca de 600 conquistaram o primeiro emprego.
“Cresci na Luta pela Paz e foi aqui que me formei. Fazer parte da ONG já é uma forma de vencer, pois representamos e somos representados no esporte, na educação e no desenvolvimento pessoal. Somos campeões no ringue, no tatame e, acima de tudo, na vida”, compartilha Maria Eduarda Braga, atleta de Jiu-Jitsu da Luta pela Paz.
Referência para outras iniciativas
O sucesso conquistado ao longo do tempo beneficiou outras organizações pelo mundo. Por meio do eixo Aliança, elas podem contar com a capacitação da ONG e aplicar os mesmos pilares em seus territórios, o que expande o alcance de pessoas impactadas. Em 2024, mais de 130 pessoas incluindo educadores autônomos e representantes de 31 organizações esportivas participaram dos treinamentos.