Gargalhada selvagem

Gargalhada Selvagem de volta aos palcos cariocas

por Waleria de Carvalho

‘Rir de nós mesmos nos aproxima mais daquilo que somos!’ – a frase pode resumir o mote inicial de ‘Gargalhada Selvagem’, escrita em 1987 pelo norte-americano Christopher Durang e sucesso em dezenas de países, com seu humor ácido e uma irresistível linguagem pop. O texto, uma sátira social marcada por referências ao Teatro do Absurdo, chega pela primeira vez ao Brasil pelas mãos de Guilherme Weber, que reuniu um trio com larga experiência na comédia para a missão: Alexandra Richter, Rodrigo Fagundes e Joel Vieira. Comediantes consagrados em programas humorísticos e na internet, os três mergulham em uma comédia underground pela primeira vez. ‘Deslocar comediantes populares para o humor nervoso e provocativo do teatro nova iorquino dos anos 80 tem um sabor especial e particular nesta montagem’, diz o diretor

Depois da bem-sucedida temporada em São Paulo e primeira turnê (Campinas, Belo Horizonte, Vitória e Porto Alegre), ‘Gargalhada Selvagem’ chegou ao Rio e agora ela reestreia na cidade para uma curtíssima temporada, de 11 a 26 de novembro, no Teatro Fashion Mall.

O texto, com título em inglês ‘Laughing Wild’, teve 13 outras montagens em países como Austrália, Inglaterra, Espanha e Argentina. Ao todo, as produções acumularam mais de cinco milhões de espectadores em todo o mundo. O texto teve produções de grande sucesso nos Estados Unidos, sendo um marco na Off Broadway em Nova Iorque.

‘Gargalhada Selvagem’ se desenrola a partir de um encontro no supermercado entre um homem e uma mulher, ambos atores. Estruturada em três atos, a peça apresenta dois monólogos e um terceiro momento em que os personagens se reúnem para uma sequência hilária, que alterna entre o embate, o pesadelo, o colapso e o delírio. A adaptação de Guilherme Weber revisita outros textos do autor e presta uma homenagem ao teatro underground dos anos 70, ambiente que modelou a obra de Durang:

‘Nossa versão pretende ser uma homenagem à comédia como linguagem. É também uma homenagem ao Teatro do Absurdo e à própria e extensa obra do dramaturgo e todos os subgêneros de comédia que ela ambiciona abordar. Para compor esta nova partitura, busquei destacar a cultura queer, a reciclagem de estereótipos, o artificialismo, a vulgaridade, a paródia e também fui inspirado por diversos estilos de comédia, como a screwball comedy dos anos 30, monólogo de fluxo de consciência, stand up, vaudeville, piada de salão, casamento disfuncional… Estes adoráveis personagens em crise usam o humor como escudo, a linguagem como arma e a piada como um colete salva vidas. E nos ensinam que rir pode ser uma maneira muito elegante de encarar o desespero’, analisa o diretor.

A montagem é comandada por um time de peso. A idealização é dos produtores Bruna Dornellas e Wesley Telles da WB Produções, que em sua pesquisa de dramaturgia se encantaram com a ferocidade e a comicidade do texto e resolveram apostar em uma versão brasileira. A produtora também é responsável por outros grandes espetáculos que marcaram o panorama teatral recentemente, como: ‘Através da Iris’, com Nathalia Timberg, ‘Misery’, de Stephen King, com Mel Lisboa e Marcello Airoldi e ‘Três Mulheres Altas’, de Edward Albee, com Deborah Evelyn, Nathalia Dill e Suely Franco.

‘Gargalhada Selvagem’ é uma sátira social que usa o poder corrosivo da comédia para satirizar e refletir sobre costumes, como a neurose da vida em uma grande cidade, os relacionamentos amorosos, a positividade sufocante que a sociedade nos exige e o artificialismo de algumas relações.

‘A ferocidade da vida nas grandes cidades apenas aumentou desde que o texto foi escrito e é nesta observação que os personagens são criados. Eles são um catálogo de neuroses da vida urbana e, quando estes catálogos se encontram, explodem em comédia’, reflete Guilherme Weber, cuja trajetória como diretor é marcada por encontros com dramaturgos contemporâneos e repleta de êxitos, como as recentes montagens de ‘Tudo’ (2022), de Rafael Spregelburd, com Julia Lemmertz, Vladimir Brichta, Dani Barros, Claudio Mendes e Marcio Tito, ‘Peça do Casamento’ (2019), de Edward Albee, com Eliane Giardini e Antonio Gonzales, ‘Os Realistas’ (2016), de Will Eno, com Debora Bloch, Mariana Lima, Emilio de Mello e Fernando Eiras, ‘Os Altruístas’ (2011), de Nicky Silver, protagonizado por Mariana Ximenes e Kiko Mascarenhas.

Para a criação deste novo trabalho, Guilherme conta que a primeira referência foi a sua pesquisa sobre o humor Camp e Queer, com foco nos herdeiros do Teatro do Ridículo, muito conhecido no Brasil pela figura de Charles Ludlam, autor do fenômeno ‘Irma Vap’. Este teatro alternativo e hilariante criado em Nova York nos anos 70 e 80 moldou um tipo de humor característico que reverbera até hoje.

‘Era uma época de profunda provocação e a comédia sempre foi um terreno fértil para a observação aguda do comportamento humano e seus desvios e desvãos. Foi com o filtro deste teatro que trabalhei nossa versão do texto. Quanto à cena, meu ponto de partida é o corpo dos atores, o desenho que cria narrativas, as tensões que criam comédia. Alexandra e Rodrigo são dois grandes comediantes populares fazendo aqui o trabalho sofisticado de conjugar diferentes tipos de comédia’, analisa o diretor.

Ficha Técnica

  • Texto original: Christopher Durang
  • Tradução: Bárbara Duvivier e Guilherme Weber
  • Direção geral e adaptação: Guilherme Weber
  • Elenco: Alexandra Richter, Rodrigo Fagundes e Joel Vieira
  • Direção de produção: Bruna Dornellas e Wesley Telles
  • Figurinos e adereços: Kika Lopes
  • Cenário e adereços:  Dina Salem Levy
  • Desenho de luz: Renato Machado
  • Trilha sonora: Jayme Monsanto
  • Preparador corporal: Toni Rodrigues
  • Preparadora vocal: Carla Guapyassú
  • Design Gráfico:  Leticia Andrade e Natalia Farias
  • Assistente de direção: Pedro Rothe
  • Produção executiva: Aline Gabetto e Clarice Coelho
  • Assistente de figurino: Mirian Cavour
  • Costureira: Fátima Felix
  • Assistente de cenografia Rio de Janeiro: Raquel Winter Kreis
  • Fotos: Nana Moraes / Leekyung Kim.
  • Visagismo: Verônica Rodrigues
  • Vídeos: Chamon Audiovisual e Sonan Filmes
  • Diretor de palco: Diego Rodrigues
  • Contrarregra: Adriana Oliveira
  • Operador de som: Kelson Santos
  • Operador de luz: Luana Della Crist
  • Camareira: Silvia Oliveira
  • Assistente de produção: Bruna Sirena
  • Motion Design: JLStudio
  • Mídias Sociais: Ismara Cardoso
  • Gestão de Projetos: Deivid Andrade
  • Coordenação Administrativa: Leticia Napole
  • Assessoria Contábil: Leucimar Martins
  • Assessoria Jurídica: PMBM Advocacia.
    Assessoria de Comunicação: Pedro Neves / Clímax
  • Apresentado por: Ministério da Cultura, Vivo e Prio
  • Produtora associada: WB Entretenimento
  • Realização: WB Produções

SERVIÇO

GARGALHADA SELVAGEM

  • Curtíssima temporada!
  • 11 a 26 de Novembro
  • Sábados às 21h e aos domingos às 20h.
  • Na última semana, sessão na sexta às 20h.

As sessões aos domingos contam com intérprete de Libras

INGRESSOS

R$ 100,00 (inteira) e R$ 50,00 (meia)
10% da capacidade a preço popular: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia).

TEATRO FASHION MALL

Shopping Fashion Mall – Estrada da Gávea, 899, São Conrado, Rio de Janeiro/RJ.
Telefone: (21) 99857-8677
Clientes Vivo Valoriza, plataforma de relacionamento da Vivo, tem desconto de 50% na compra de até dois ingressos

  • Classificação: 14 anos
  • Duração: 75 minutos
  • Gênero: Comédia
  • Capacidade: 420 lugares
  • Vendas onlinehttps://www.sympla.com.br/
  • Ou na bilheteria do teatro!
  • Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito

Nem Todo Filho Vinga faz temporada em São Paulo

Nem Todo Filho Vinga

Nem Todo Filho Vinga – Foto de José Bismarck

A CAIXA Cultural São Paulo apresenta entre os dias 09 e 19 de novembro, de quinta a domingo, o espetáculo Nem Todo Filho Vinga, da Cia. Cria do Beco. Com direção de Renata Tavares, a peça é musicada, pautada em coros e desenvolvida em formato arena, convidando a plateia a fazer parte da história e propondo uma experiência imersiva e sensorial.

O espetáculo conta a história de Maicon, um jovem negro e cria da Favela da Maré, que após ingressar na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), passa a confrontar os ideais de justiça do Estado Brasileiro diante dos inúmeros eventos de injustiça que ele e seu grupo de amigos vivenciam diariamente. Ao longo do seu ano letivo, Maicon sente na pele como essas políticas de precarização abalam todas as esferas da vida de pessoas periféricas, chegando ao ponto de colocá-lo contra seu melhor amigo.

Com classificação indicativa de 14 anos, os ingressos são gratuitos e podem ser retirados na bilheteria do local, com 1 hora de antecedência ao início do espetáculo.

Companhia Cria do Beco

A Cia. Cria do Beco é um grupo formado por jovens artistas negros, universitários e moradores do Complexo de Favelas da Maré, no Rio de Janeiro. A peça nasceu da cena que venceu como “Melhor Esquete” na 9ª edição do Festival Nacional de Teatro Universitário – FESTU, em 2019, e é inspirada no conto “Pai contra Mãe”, de Machado de Assis.

A peça teatral Nem Todo Filho Vinga, com pouco mais de um ano de estreia, já conquistou quatro indicações nos Prêmio Shell de Teatro e no Prêmio APTR, vencendo em ambos na categoria “Melhor Direção” com a encenadora Renata Tavares.

SERVIÇO:

Nem todo filho vinga 

  • Local: Grande Salão da CAIXA Cultural São Paulo – Praça da Sé, 111  – Centro Histórico de São Paulo – São Paulo/SP.
  • Data: de 09  a 19 de novembro de 2023
  • Horário: quinta e sexta às 19h, sábado e domingo às 17h.
  • Duração: 70 minutos
  • Entrada Franca: Os ingressos serão distribuídos 1h antes do espetáculo, limitados a um par por pessoa. Não há lugares marcados.
    Classificação Indicativa: 14 anos
  • Observação: O espetáculo possui luzes estroboscópicas

Um novo olhar para a masculinidade

Latitudes dos Cavalos

Latitudes dos Cavalos – Foto de Roberto Carneiro

A peça “Latitudes dos Cavalos” chega ao Centro do Rio de Janeiro. O espetáculo, que é protagonizado por Danilo Maia (no ar na novela “Fuzuê”, da Globo) e por Gabriel Flores, entra em cartaz no Teatro Glauce Rocha, entre os dias 8 e 30, às quartas e quintas, sempre às 19h. O enredo trata de temas diversos como o amor, autoconhecimento, traumas e memórias, mas tem como principal foco a masculinidade, repensando a posição do homem na sociedade moderna e as sequelas herdadas do patriarcado.

Com direção e dramaturgia de Gabriel Flores, a peça acaba de receber três indicações no 22º Prêmio Cenym de Teatro Nacional, uma das principais premiações de teatro do país: Melhor Texto Original (Gabriel Flores), Melhor Direção de Movimento (Soraya Bastos) e Melhor Cartaz ou Programação Visual (Thaysa Paulo). O resultado será divulgado no dia 21 de novembro, em Aracaju, Sergipe. “Receber a notícia das indicações foi um presente incrível e totalmente inesperado. Sentir esse reconhecimento e perceber que o espetáculo tem esse poder de diálogo é algo que me move muito, que nos dá muito combustível para essa nova temporada e para todos os frutos que certamente virão desse projeto”, afirma Gabriel.

“Latitudes dos Cavalos” foi criado de forma independente e nasceu em 2022, em uma curta temporada no Teatro Noel Rosa, no Maracanã. Sucesso de público e crítica, a peça encheu os teatros por onde passou na cidade, em bairros como Ipanema, Lapa, Copacabana e Leblon, atingindo mais de 1000 espectadores. Repleto de reflexões e diálogos intensos, o espetáculo narra o encontro entre dois homens em conflitos amorosos: um deseja terminar um relacionamento falido, enquanto o outro busca reconquistar aquela que ele jura ser o amor de sua vida. Ao se conhecerem em circunstâncias inusitadas, os dois selam um acordo para se ajudar e passam, então, a interpretar cada um a mulher do outro, numa tentativa de ensaiar o que irão falar para elas. À medida que a relação entre os dois avança, os ensaios e as memórias do passado se embaralham para colocar em xeque as suas certezas e elucidar futuros possíveis, enquanto características elementares do universo masculino são expostas em cena.

Ficha técnica:

  • Elenco: Danilo Maia e Gabriel Flores
  • Direção e Dramaturgia: Gabriel Flores
  • Direção de Produção: Renan Fidalgo (RG CULTURAL) 
  • Produção Executiva: Gabrielle Novello (RG CULTURAL)
  • Iluminação: Paulo Denizot
  • Supervisão de Movimento: Soraya Bastos
  • Direção de Arte: Larissa Helena Alpino
  • Projeto Gráfico: Thaysa Paulo
  • Trilha Sonora Original: Gabriel Papaléo
  • Fotos: Thaysa Paulo e Roberto Carneiro
  • Assistente de produção e Administrador de Temporada: Marcus Vinícius de Moraes
  • Assistência de Direção: Gabriel Papaléo
  • Assistência de Iluminação: Daniel Almeida
  • Operação de Som: João Brasil
  • Mídias Sociais: Beatriz Andreolli
  • Assessoria de Imprensa: Michelle Antelo
  • Realização: RG Cultural
  • Serviço:
  • Peça “Latitudes dos Cavalos”
  • Local: Teatro Glauce Rocha (Av. Rio Branco, 179 – Centro)
  • Datas: 8 a 30 de Novembro (Quartas e Quintas)
  • Horário: 19h
  • Duração: 85 minutos
  • Classificação: 12 anos 
  • Valor: R$50,00 (inteira) e R$25,00 (meia)
  • Ingressos: https://www.sympla.com.br/evento/latitudes-dos-cavalos/2224740 
  • Instagram: @latitudesdoscavalos

Percalços e conflitos Políticos na Casa Livre

Não te Pareço Vivo?

Não te Pareço Vivo? – foto Caio Oviedo

Não te Pareço Vivo?, novo trabalho  do coletivo Màli Teatro, quer estabelecer relações entre as tragédias gregas e o tempo presente.  O espetáculo parte do mito dElectra, em particular na peça de Sófocles, estabelecendo pontes com os percalços e conflitos políticos e civilizatórios vivenciados no Brasil dos últimos anos. A temporada de estreia acontece entre os dias 11 de novembro e 17 de dezembro de 2023 na Casa Livre (R. Conselheiro Brotero, 195 – Barra Funda), com sessões aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 18h.

Na trama do espetáculo, a história milenar é apresentada ao público em paralelo à descrição de uma tragédia que não deixou sobreviventes ocorrida em uma comunidade não tão distante de nós. “Nos dois casos, a morte deixa de ocupar a esfera particular e se torna um evento público, às vezes morbidamente banalizado em praça pública, como vimos aqui no Brasil nos últimos anos. As terríveis e ambíguas relações entre poder e morte são uma condição perene da humanidade.”, comenta o diretor Marcos de Andrade.

A peça evoca um ritual de luto para superar um trauma coletivo, além de um chamado por justiça. Dessa forma, os personagens/atores vagueiam pelo espaço imaginário de um território destruído, transitando entre a vida e a morte e dando pistas de um cotidiano que outrora existiu.

O grupo segue, como marca herdada do CPT de Antunes Filho, onde os integrantes do coletivo se conheceram,  o desejo de tornar a função dos intérpretes o centro absoluto da cena. O ator é o rei do palco. A função do ator é quase religiosa e dele, por contiguidade, emana toda e qualquer sensação espetacular de uma apresentação para público. “Limamos tudo aquilo que não consideramos essencial. Pensamos em uma encenação crua, em que a presença viva importa mais do que qualquer outra coisa. Tanto é que nosso cenário é formado por uma mesa, algumas cadeiras e poucos objetos. E o figurino é sóbrio e muito próximo do que usaríamos em ensaios. O que de certa maneira, remete ao modo franciscano de produção, característico do Prêt-à-Porter, outra influência da nossa convivência com Antunes”, conta o diretor.

O público é convidado a participar de uma experiência intimista, na qual um grupo de intérpretes em coro está ansioso para compartilhar histórias, como a de Electra, a mulher que nunca esquece o assassinato de seu pai, o rei Agamêmnon. Na narrativa clássica, cabe ao seu irmão Orestes vingar essa morte.

O trabalho também representa uma declaração de amor ao teatro. “Sofremos muito como classe durante a pandemia. E depois dela, como coletivo, nos acostumamos a conviver intensamente com a ameaça de extinção. Mas essa é a hora de dizer SIM! Apesar dos obstáculos e percalços, falta de apoio e da dificuldade incomensurável que é produzir um espetáculo de teatro de forma independente, a palavra da hora é SIM! Continuamos lutando firmes e fortes pela nossa arte ”, afirma Andrade.

No elenco estão Anísio Serafim, Carol Marques da Costa, Chrystian Roque, Guta Magnani, Marcelo Villas Boas e Maria Clara Strambi. Já a dramaturgia é assinada colaborativamente e contou com a parceria de Rogério Guarapiran na adaptação do texto de Sófocles.

Para o Màli Teatro, a tragédia de Sófocles faz um alerta sobre a atual construção dos espaços de diálogo e ação na sociedade, que cada vez mais se firmam na extinção da complexidade e na cega defesa de ideologias herdadas. Impulsos atávicos típicos do universo trágico se misturam e se confundem com questões urgentes e contemporâneas, e parecem nos perguntar: poderá haver algum sonho coletivo de futuro em que construiremos um novo destino?

Assim, o espetáculo pretende ser um espelho, uma catarse, em que as certezas humanas se revelam em crise constante.

FICHA TÉCNICA
Texto: baseado em Electra de Sófocles
Direção: Marcos de Andrade
Elenco: Anísio Serafim, Carol Marques da Costa, Chrystian Roque, Guta Magnani, Marcelo Villas Boas e Maria Clara Strambi
Assistência de direção: André Mourão
Dramaturgia: Màli Teatro
Adaptação Electra de Sófocles: Rogério Guarapiran
Cenografia e figurino: Lívia Loureiro e Màli Teatro
Desenho de luz: Aline Santini
Operação de luz e som: André Mourão, Ivo Leme e Marcos de Andrade
Fotos: Caio Oviedo, Marcelo Villas Boas e Nicolle Comis
Vídeo: Caio Oviedo e Marcelo Villas Boas
Produção executiva: Carol Marques da Costa e Marcos de Andrade
Produção: Màli Teatro, Ivo Leme e Corpo Rastreado – Lud Picosque
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques
Arte Gráfica: Anísio Serafim
Realização: Màli Teatro

SERVIÇO
Não te Pareço Vivo?
De 11 de novembro a 17 de dezembro, aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 18h
Local: Casa Livre – R. Conselheiro Brotero, 195 – Barra Funda, São Paulo
Valor: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada)
Link para compra de ingresso: www.sympla.com.br/maliteatro | Também é possível adquirir o ingresso direto na bilheteria do teatro
Duração: 90 minutos | Classificação: 14 anos 

Labirinto Feminino Labirinto Imersivo discutem violência contra mulheres cis e trans em uma versão teatral e outra imersiva em realidade virtual

Labirinto imersivo

Labirinto imersivo – Foto de Karen Maiagoli

Com a missão de ensinar o público a identificar as diferentes fases do ciclo de violência contra mulheres cis e trans, os espetáculos Labirinto Feminino e Labirinto Imersivo, ambos escritos e dirigidos por Gabriela Gama, estreiam durante a programação do 31º Festival MIX Brasil, que acontece online e de forma presencial em vários espaços de São Paulo, entre 8 e 19 de novembro.

Em uma montagem teatral presencial, Labirinto Feminino é apresentado no Teatro Sérgio Cardoso (na Sala Paschoal Carlos Magno), nos dias 17 e 18 de novembro, às 19h. Já o espetáculo em realidade virtual (VR) Labirinto Imersivo pode ser conferido no MIS – Museu da Imagem e do Som, de 9 a 19 de novembro. Os dois trabalhos trazem no elenco Wallie Ruy, Gabriela Gama e Shirtes Filho.

Os espetáculos surgiram de uma investigação que o grupo deu início em 2018 sobre a Síndrome de Estocolmo e as violências contra as mulheres. A pesquisa resultou em uma performance chamada Núpcias, a história de uma noiva que se prepara para seu casamento enquanto vai contando as histórias de abuso que sofre por parte do noivo, mas ainda está feliz por realizar o seu sonho de casar.

“Fiquei impactada como essa história apresentada em looping fazia o público interagir e se indignar com a narrativa. A partir daí intensifiquei a pesquisa sobre o ciclo da violência, assim como a linguagem performática, principalmente durante a pandemia já que os números de agressões e feminicídios aumentaram no período. Então, surgiu o Labirinto Feminino em forma virtual em uma residência pela Lei Aldir Blanc. Compilei uma série de performances sinestésicas demonstrando como a violência perpassa por esse ciclo”, conta a diretora e autora Gabriela Gama.

A peça Labirinto Feminino conta a história de duas mulheres, uma trans e outra cis, que estão prestes a casar com seus respectivos príncipes. Porém, o que aparenta ser uma relação amorosa e feliz esconde uma realidade bem diferente. Por meio de performances e monólogos intensos, a peça explora o ciclo da violência doméstica e como essas situações de abuso se apresentam de diversas formas.

Já o espetáculo imersivo em VR Labirinto Imersivo apresenta a história dessas mesmas mulheres após o ‘Felizes Para Sempre’. Através de performances, o espetáculo explora o ponto de vista da parcela omissa da sociedade em relação ao ciclo de violência feminina.

“O texto é composto por performances que foram criadas a partir de cada estação desse ciclo da violência. Contamos essa história desde a mitologia, contos de fadas até os dias de hoje. Tudo foi pensado não só para ajudar a contar essa história, como a passar pelas estações do ciclo. A cenografia é minimalista, com um palco vazio que representa um espaço neutro e com elementos simbólicos que vai criando uma alusão de como vai ficando o psicológico de uma vítima de violência”, revela Gama.

“A iluminação cria atmosferas diferentes ao longo da peça e ajudar de forma simbólica a destacar a transformação das personagens. Em contraste com esses momentos de violência, momentos de esperança e empoderamento são também destacados na iluminação”, acrescenta a diretora.

A encenadora ainda conta que o espetáculo é uma resposta ao aumento absurdo de casos de feminicídio no Brasil. “Só no primeiro semestre de 2023, houve um aumento de 34% em São Paulo, assim como agressões, ameaças e medidas protetivas. São números de grande expressividade para serem ignorados. Por que querem nos matar? O que podemos fazer para mudar esse cenário? A peça foi pensada como forma de expor essa calamidade e de alerta, assim como uma tentativa de prevenção. Talvez, se conseguirmos reconhecer esses ciclos, seja uma das formas de libertar toda uma próxima geração dessa pandemia silenciosa”, explica.

Ficha Técnica

  • Direção Geral: Gabriela Gama 
  • Assistente de direção: Júlio Oliveira 
  • Atores: Wallie Ruy, Gabriela Gama e Shirtes Filho 
  • Iluminação e operação: Diego Chimenes 
  • Sonoplastia e operação: Daniel Freire 
  • Direção de Câmera VR: Yuri Reuter 
  • Direção de Fotografia: Júlio Oliveira 
  • Operação de Câmera VR: Tuca Moraes e Igor Ventura 
  • Design VR: Jorge Groove 
  • Design Gráfico: Shirtes Filho 
  • Fotos: Karen Malagoli 
  • Produção Executiva: Gabriela Gama 
  • Executivo Comercial: Osvaldo Ortega 
  • Assessoria de imprensa: Pombo Correio 
  • Produção e Idealização: Faga’s Produções 

Serviço

Labirinto Feminino (peça)

  • 31ª Edição Festival Mix Brasil – Dramáticas 
  • Apresentações: 17 e 18 de novembro, às 19h
  • Teatro Sérgio Cardoso (Sala Paschoal Carlos Magno) – Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista
  • Ingressos: Grátis 
  • Classificação: 16 anos
  • Duração: 75 minutos
  • Possui acessibilidade

Sinopse: Labirinto Feminino conta a história de duas mulheres (trans e cis) que estão prestes a casar com seus respectivos príncipes. Porém, o que aparenta ser uma relação amorosa e feliz esconde uma realidade bem diferente. Através de performances e monólogos intensos, a peça explora o ciclo da violência doméstica e como essas situações de abuso se apresentam de diversas formas, ao mesmo tempo em que discute a importância de combater os feminicídios e transfeminicídios que resultam na dizimação do empoderamento feminino. 

Labirinto Imersivo (Realidade Virtual)

31ª Edição Festival Mix Brasil – MIX.XR

  • Apresentações: 9 a 19 de novembro
  • Terça a sexta: 13h às 19h
  • Sábado: 13h às 20h 
  • Domingo e feriado: 12h às 18h

Museu da Imagem e do Som (MIS) – Avenida Europa, 158, Jardim Europa

  • Ingressos: Grátis 
  • Classificação: 16 anos
  • Duração: 75 minutos
  • Possui acessibilidade

Muito rock para as crianças na Bahia

Rock para crianças

Rock para crianças – Foto de Rodrigo Sampaio

A BB Seguros, uma das principais apoiadoras da cultura no Brasil, leva a Salvador (BA) o espetáculo “Rock Para Crianças”, que conta a história do gênero musical a partir de alguns dos maiores clássicos do estilo. As apresentações na capital baiana acontecem no próximo final de semana, dias 11 e 12 de novembro, às 16h, no Teatro Jorge Amado.
De autoria, roteiro e direção de Ana Ferguson e Solange Bighetti, “Rock Para Crianças” narra a história do rock and roll por meio de diálogos, coreografias, imagens e muita música, com banda ao vivo. A atração tem produção da Zeus Produções e co-produção de “As Meninas Produções Artísticas”.
Os personagens Duda e Kiko apresentam às crianças a evolução do rock ao longo dos tempos, partindo da década de 50 até os dias atuais. Para isso, recorrem à releitura de clássicos de artistas que ajudaram a construir o gênero musical, passando por Elvis Presley, Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin, Guns N’ Roses, Bon Jovi, entre outros que marcaram época

“A temporada desse ano está muito especial, pois estamos percorrendo o Brasil inteiro e observamos o público aderindo à proposta do espetáculo, que é integrar jovens e adultos na mesma sintonia, que é a paixão pelo rock”, afirma Luciana Esteves, Gerente de Marketing Institucional e Mercadológico da Brasilseg, uma empresa BB Seguros. “Nessa apresentação em Salvador haverá uma novidade, que será a projeção de imagens em telões de LED, de modo a dar mais cor e luz ao espetáculo”, acrescenta. A temporada de 2023 do “Rock Para Crianças” já passou por Natal (RN), João Pessoa (PB), Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Belém (PA), Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Goiânia (GO)

No repertório, estão presentes canções como “Yellow Submarine”, dos Beatles; “Hotel California”, do Eagles; e “Sweet Child O’Mine”, do Guns N’ Roses. “A ideia é que o espetáculo seja um entretenimento para a família, permitindo que os pais roqueiros ou que curtem um bom rock and roll apresentem o gênero para seus filhos, com imagens projetadas em um telão e banda ao vivo. Vai ser muito divertido”, comenta uma das roteiristas e diretora geral Ana Ferguson

Serão 27 músicas cantadas em seus principais trechos e projeção de imagens que irão prender a atenção das crianças e fazer todo mundo dançar em um espetáculo de 60 minutos. “Todo o espetáculo foi pensado para que a família tenha uma tarde inesquecível, tanto pais quanto para as crianças que já curtem e escolheram o rock and roll como trilha musical de suas vidas”, salienta Solange Bighetti, roteirista e diretora de produção

No local do show, haverá ainda um backdrop exclusivo da BB Seguros, além de elementos gráficos simulando os instrumentos de uma banda, para que os espectadores registrem sua presença

Serviço:

  • Duração: 60 minutos
  • Gênero: Musical Infantil
  • Classificação etária: Livre
  • Acessibilidade: Intérprete em Libras em todas as sessões
  • Local: Teatro Jorge Amado – Av. Manoel Dias da Silva, 2.177 – Salvador – BA
  • Data/Horário: 11 e 12 de novembro de 2023, às 16 horas
  • Ingressos: Link

Ficha Técnica

  • Autoria e Roteiro: Ana Ferguson e Solange Bighetti
  • Direção Geral: Ana Ferguson
  • Direção de Produção: Solange Bighetti
  • Direção Musical: Leandro Barros
  • Engenharia de Som: Esdras “Grego”
  • Coreografia: Carlos Fontinelle
  • Concepção de Imagens (Original): Eduardo Salles
  • Edição de Imagens (Mapeadas/Telão de LED): Ivan Vinagre – VDMBR
  • Projeto de iluminação: Jorge Raibott (Chapinha)
  • Concepção Gráfica: Ian Caldas Tavares
  • Cenografia: Valéria Caldas
  • Fotografia: Cristina Granato e Rodrigo Sampaio
  • Estúdios: Cafofo do LB e 2R Estúdios
  • Filmagem e edição de vídeos: Digipauta – Ricardo Azambuja
  • Sonoplastia: Be Áudio Sound Design
  • Assistente de produção e stand-in: Amara Hartmann
  • Camareira: Sueli Matos
  • Produção Local: Jorge Elali
     

Elenco:

  • Jardel Sodré – Kiko
  • Mika Alves – Duda

Cantores:

  • Fernanda Abi-Ramia
  • Victor Hugo

Banda:

  • Diego Sena – Guitarra
  • Gibran Oliveira – Bateria
  • João Guilherme – Baixo

 

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