Gargalhada Selvagem estreia no Rio de Janeiro

por Waleria de Carvalho
Gargalhada Selvagem

“Rir de nós mesmos nos aproxima mais daquilo que somos!” é o mote da divertida e inteligente comédia Gargalhada Selvagem, do norte-americano Christopher Durang, que é sucesso em vários países. Encenado no Brasil pela primeira vez, o espetáculo teve uma temporada em São Paulo e uma pequena turnê passando pelas cidades de Campinas, Belo Horizonte, Vitória e Porto Alegre. A peça chega ao Rio de Janeiro, com estreia no dia 30 de junho, no Teatro XP, e segue em cartaz até 30 de julho, com apresentações sextas e sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h.

Escrita em 1987, com título original de “Laughing Wild”, a obra teve 13 outras montagens em países como Austrália, Inglaterra, Espanha e Argentina, vistas por mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo, nos Estados Unidos, o texto teve produções de grande sucesso em Nova York, tendo brilhado no Circuito Broadway e Los Angeles, além de Boston.

A versão brasileira é comandada por um time de peso. A idealização é dos produtores Bruna Dornellas e Wesley Telles da WB Produções, que em sua pesquisa de dramaturgia se encantaram com a ferocidade e a comicidade do texto e resolveram apostar em uma nova montagem. A produtora também é responsável por vários outros grandes espetáculos, como: “Através da Iris”, com Nathalia Timberg, “Misery” de Stephen King, com Mel Lisboa e Marcello Airoldi e “Três Mulheres Altas” de Edward Albee, com Deborah Evelyn, Nathalia Dill e Suely Franco.

Na direção, está o premiado diretor curitibano Guilherme Weber; e o elenco traz a dupla Alexandra Richter e Rodrigo Fagundes, grandes artistas e veteranos no humor, com muitos trabalhos de sucesso na TV, no cinema e no teatro e participação especial de Joel Vieira.

Gargalhada Selvagem é uma sátira social que mostra por meio de situações comuns do dia a dia que o mais importante da vida é saber rir de si mesmo. A ideia é usar o poder corrosivo da comédia inteligente para satirizar nossos costumes e propor uma reflexão sobre nosso cotidiano, como a neurose da vida em uma grande cidade, os relacionamentos amorosos, a positividade quase artificial que a sociedade contemporânea nos exige e o artificialismo de algumas relações.

“A ferocidade da vida nas grandes cidades apenas aumentou desde que o texto foi escrito e é nesta observação que os personagens são criados. São, ambos, um catálogo de neuroses da vida urbana e, quando estes catálogos se encontram, explodem em comédia. Os personagens são dois atores que usam o humor como escudo, a linguagem como arma e a piada como um colete salva vidas”, reflete o diretor.

A trama é dividida em três grandes momentos que envolvem um homem e uma mulher que atravessam a mesma gôndola de um supermercado. Ambos pertencem a universos diferentes, têm jeitos bem particulares de ser e ver o mundo e compartilham suas experiências com o público. Eles lutam para entender a sociedade e fazer parte de um cotidiano em que todo mundo parece conhecer as regras.

O primeiro desses momentos fica a cargo da personagem feminina, que é altamente agitada, intensa e eleva ao máximo todas as mazelas do seu dia a dia. Ela conta, de forma desenfreada e divertida, como foi o seu trajeto de vida, unindo momentos que vão da loucura à sensatez, e que se cruzam até a chegada daquele dia em que só queria comprar uma lata de atum no supermercado.

O segundo momento fica a cargo do personagem masculino, buscando harmonia, mas a ponto de explodir. Ele reflete de forma intimista e engraçada, como é difícil ser uma pessoa positiva em um mundo altamente negativo.

No terceiro e último momento, os dois personagens se encontram e em um delírio confrontam a forma como cada um enxergou o outro no corredor do supermercado e eles percebem como rir dos próprios problemas é uma forma de encará-los, observando suas posturas e formas de ver o mundo.

Sobre suas influências para criar a encenação, o diretor conta: “Minha primeira inspiração veio da pesquisa sobre humor Camp e Queer, os herdeiros do Teatro do Ridículo e a cena paródica, que já trazia Christopher Durang como um dos meus principais focos. O teatro alternativo hilariante que se criou em Nova Iorque nos anos 70 e 80 moldou um tipo de humor muito característico e original que reverbera até hoje. Era uma época de profunda provocação e a comédia sempre foi um terreno fértil para a observação aguda do comportamento humano e seus desvios e desvãos. Foi com o filtro deste teatro que trabalhei nossa versão do texto. Quanto à cena, meu ponto de partida é o corpo dos atores, o desenho que cria narrativas, as tensões que criam comédia. Alexandra e Rodrigo são dois grandes comediantes populares fazendo aqui o trabalho sofisticado de conjugar diferentes tipos de comédia”

“Nossa versão pretende também ser uma homenagem à comédia como linguagem. Estamos compondo em cena diferentes expressões da comédia e do humor: piada de salão, número de plateia, humor físico, paródia, stand up, chanchada. Também lançamos um olhar profundo sobre a obra do Christopher Durang. Sempre me interessou os dramaturgos que criaram grandes papéis femininos através do filtro Queer, como ele. E também os diferentes tratamentos de comédia que ele usa em seus textos, como a paródia, por exemplo. É um recurso de alta voltagem de humor e crítica”, acrescenta Weber.

SINOPSE 

Gargalhada Selvagem é uma comédia hilária e provocativa sobre os perigos e tensões da vida moderna em uma grande cidade. Um homem e uma mulher se esbarram em um supermercado comprando uma lata de atum e a partir deste encontro passam a habitar de forma hilária os sonhos e os pesadelos um do outro.  

Este espetáculo é patrocinado pela Vivo e PRIO através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. 

VIVO CULTURA 

Considerada uma das principais marcas apoiadoras da cultura no Brasil, a Vivo investe nas artes cênicas, plásticas e na música para ampliar e democratizar o acesso dos brasileiros à cultura. A empresa acredita no poder da tecnologia para ampliar o alcance das iniciativas e levar arte a todo o Brasil. Por meio da plataforma @vivo.cultura, reúne suas iniciativas, além de conteúdos inéditos voltados às artes cênicas e às artes plásticas, como lives que debatem a biografia e obras de grandes autores teatrais a e história das artes plásticas. 

Além do Teatro Vivo, que em 2022 promoveu 10 espetáculos, vistos por mais de 33 mil pessoas, a Vivo apoia peças em circulação por todo o país e incentiva importantes equipamentos culturais, como a Pinacoteca de São Paulo, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), Museu da Imagem e do Som (MIS-São Paulo), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), Instituto Inhotim, Museu Oscar Niemeyer e Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM- São Paulo).  Todas as suas iniciativas buscam ampliar o acesso ao conhecimento com novas formas de vivência e aprendizado, fortalecidas nos aspectos de diversidade, inclusão, coletividade e educação. 

PRIO 

A PRIO é a maior empresa independente de óleo e gás do Brasil, pioneira na recuperação e aumento da vida útil de campos em produção. Criada em 2015 e com seus ativos localizados na Bacia de Campos, a companhia tem foco na excelência e na busca por eficiência operacional, priorizando a segurança das operações e o zelo com a preservação do meio ambiente.  

Carioca, a PRIO tem um propósito que supera o O&G, a empresa extrai o melhor da sua energia para transformar o mundo em um lugar mais eficiente. Além disso, busca transformar a sociedade por meio do incentivo ao esporte, à cultura e à preservação do meio ambiente. A companhia acabou de lançar um portal que recebe propostas de quem busca por apoio às suas iniciativas https://investidor.bussolasocial.com.br/prio/editais/portaldeprojetos_prio.  

Ficha Técnica 

  • Texto original: Christopher Durang 
  • Tradução: Bárbara Duvivier e Guilherme Weber 
  • Direção geral e adaptação: Guilherme Weber 
  • Elenco: Alexandra Richter, Joel Vieira e Rodrigo Fagundes 
  • Direção de produção: Bruna Dornellas e Wesley Telles 
  • Assistente de direção: Pedro Rothe 
  • Produção executiva: Aline Gabetto e Clarice Coelho 
  • Figurinos e adereços: Kika Lopes 
  • Assistente de figurino: Mirian Cavour 
  • Costureira: Fátima Felix 
  • Cenário:  Dina Salem Levy 
  • Assistente de cenografia Rio de Janeiro: Raquel Winter Kreis 
  • Desenho de luz: Renato Machado 
  • Trilha sonora: Jayme Monsanto 
  • Visagismo: Verônica Rodrigues 
  • Vídeos: Chamon Audiovisual e Sonan Filmes 
  • Preparador corporal: Toni Rodrigues 
  • Preparadora vocal: Carla Guapyassú 
  • Diretor de palco: Diego Rodrigues 
  • Contrarregra: Adriana Oliveira 
  • Operador de som: Kelson Santos 
  • Operador de luz: Luana Della Crist 
  • Camareira: Silvia Oliveira 
  • Assistente de produção: Bruna Sirena 
  • Design Gráfico:  Leticia Andrade e Natalia Farias 
  • Motion Design: JLStudio 
  • Mídias Sociais: Ismara Cardoso 
  • Gestão de Projetos: Deivid Andrade 
  • Coordenação Administrativa: Leticia Napole 
  • Assessoria Contábil: Leucimar Martins 
  • Assessoria Jurídica: PMBM Advocacia. 
  • Apresentado por: Ministério da Cultura, Vivo e Prio 
  • Produtora associada: WB Entretenimento 
  • Realização: WB Produções 

SERVIÇO 

GARGALHADA SELVAGEM 

  • Estreia 30 de Junho no Teatro XP 
  • Temporada de 30 de Junho a 30 e Julho de 2023 
  • Sextas e sábados às 20h e aos domingos às 19h 
  • As sessões aos domingos contam com intérprete de Libras 
  • Ingressos: Plateia: R$ 100,00 e R$ 50,00  /  Preço promocional: R$ 50,00 e R$ 25,00 

TEATRO XP
Av. Bartolomeu Mitre, 1110 – Leblon (Jockey Club Brasileiro)
Telefone: 3807-1110 

Bilheteria:  

Aberta somente nos dias de espetáculo, três horas antes da atração.  

Vendas: Teatro XP Investimentos (sympla.com.br) 

Clientes Vivo Valoriza têm 50% de desconto na compra de até dois ingressosPara isso, basta fazer o resgate do voucher acessando o app Vivo > Vivo Valoriza > Cultura e apresentar o voucher na bilheteria do teatro. 

Classificação: 14 anos  

Duração: 75 minutos 

Gênero: Comédia 

Capacidade: 366 lugares. 

Pulsões de vida e de morte na peça tráfico 

Tráfico - Robson Torinni

Tráfico – Robson Torinni – Foto de Gabriel Nogueira

Eros e Thanatos, deuses mitológicos que na psicanálise correspondem ao desejo erótico e ao fascínio pela destruição, vivem simultaneamente em todo ser humano. É a partir desse entendimento de coexistência entre as pulsões de vida e de morte que se desenrola “Tráfico”, monólogo do franco-uruguaio Sergio Blanco que, depois de lotar o Poeirinha em maio e junho, faz nova temporada, agora na sala maior do Teatro Poeira, a partir de 11 de julho. Com direção de Victor Garcia Peralta, o espetáculo foi idealizado pelo ator Robson Torinni, que entra em cena como um garoto de programa que acaba se tornando um matador de aluguel diante da falta de oportunidades na vida. O espetáculo repete a bem-sucedida parceria entre autor, diretor e ator, depois de “Tebas Land” (2018), que fez temporadas premiadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. “Tráfico” foi indicado a cinco prêmios de teatro: Prêmio APTR nas categorias Melhor Ator (Robson Torinni), Melhor Iluminação (Bernardo Lorga) e Melhor Direção de Movimento (Toni Rodrigues) e Prêmio Cesgranrio nas categorias Melhor Ator (Robson Torinni) e Melhor Iluminação (Bernardo Lorga).

A peça se passa na periferia de uma cidade latino-americana, cheia de desigualdades, onde vive Alex, um jovem garoto de programa. Os problemas familiares, o relacionamento conturbado com a sua namorada e a vontade de vencer na vida, representada pelo sonho de comprar uma moto de alto luxo, o levam para caminhos sedutores e também muito violentos. A partir de uma paixão, a história invade as áreas mais sombrias da vida desse personagem que, paralelamente à sua profissão de garoto de programa, se tornará um assassino de aluguel. Aos poucos começa a surgir uma trama fascinante que mistura a narração dos seus encontros, sonhos e seu dia a dia. Ao longo da peça, Alex vai se desnudando, expondo o seu lado mais ingênuo e mostrando o seu lado mais monstruoso.

“A peça fala sobre pessoas sem chances na vida, que acabam tendo que seguir caminhos violentos, da corrupção dos poderosos e da hipocrisia de um grupo de progressistas”, define Victor Garcia Peralta. “A história de Alex é a história de muitos no Brasil. Pessoas pobres, frutos de um sistema que não lhes dá oportunidades, que sofrem violência familiar, morte de pais, e precisam se virar muito cedo na vida”, acrescenta o diretor.

No espetáculo, Sergio Blanco investe mais uma vez na autoficção, gênero pelo qual ficou conhecido, que mistura relatos reais com invenção, verdade e mentira. A peça começa com o ator Robson Torinni explicando ao público que vai contar a história de Alex. Trechos da vida do dramaturgo também aparecem na criação de um professor universitário que leva seu nome, se envolve com Alex e ganha o apelido de “o francês”. É ele quem encoraja Alex a entrar no mundo do crime. Pela primeira vez Robson Torinni estará sozinho em cena, como Alex, que, ao lado de sua moto (e sonho de consumo), alterna relatos de encontros sexuais com outros de grande violência, e dá voz a todos os outros personagens da trama.

“Foi o próprio Sergio Blanco quem me mostrou o texto, sugerindo que eu montasse. O maior desafio deste projeto é não ter outro ator para trocar em cena. É a minha primeira experiência em um solo, então estou aprendendo a jogar com a plateia. O texto me tocou bastante desde a primeira vez em que li, por falar sobre uma pessoa que, pelas circunstâncias de uma vida periférica sem oportunidades, não conquista nada e segue pelo caminho do crime. A partir daí, a peça toca em vários temas como desejo, sonho, criação, solidão, sexualidade, vício, separação, falta de esperança, beleza, traição e crime”.

Ficha técnica

  • Texto: Sergio Blanco
  • Atuação: Robson Torinni
  • Direção: Victor Garcia Peralta
  • Adaptação: Robson Torinni e Victor Garcia Peralta
  • Direção de Arte: Gilberto Gawronski
  • Iluminação: Bernardo Lorga
  • Sonoplastia: Marcello H.
  • Direção de Movimento: Toni Rodrigues
  • Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
  • Direção de produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela
  • Produção Executiva: João Eizô Y. Saboya
  • Idealização: Robson Torinni e Victor Garcia Peralta

Serviço:

Tráfico

  • Temporada: De 11 de julho a 23 de agosto de 2023.
  • Teatro Poeira: Rua São João Batista, 104 – Botafogo – Rio de Janeiro/RJ
  • Telefone: (21) 2537-8053
  • Dias e horários:  terça e quarta, às 20h.
  • Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada)
  • Lotação: 145 pessoas
  • Duração: 1h20 minutos
  • Classificação: 18 anos
  • Venda de ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/84087/

Complexo Negra Palavra ocupa teatro Poeirinha por dois meses

Complexo Negra Palavra

Complexo Negra Palavra – Foto: Maria Clara Oliveira

O Teatro Poeirinha recebe a partir do dia 29 de junho uma ocupação artística realizada pelo Complexo Negra Palavra, que apresentará dois espetáculos de sucesso no cenário teatral carioca. “Pelada –  A hora da Gaymada”, escrito por Eudes Veloso e sob direção geral de Orlando Caldeira, que desenvolveu a dramaturgia com Eudes e Patrick Sonata, e “Negra Palavra – Solano Trindade” com direção do idealizador e roteirista Renato Farias e Orlando Caldeira, que também assina a direção de movimento. A temporada vai até dia 27 de agosto.

O Complexo Negra Palavra nasceu com a criação do espetáculo homônimo sobre a vida e obra de Solano Trindade. Com 4 anos de existência, tem em seu repertório ainda um terceiro espetáculo, “O Amor de Mulambo”, um solo de Leá Cunha, com direção de Cátia Costa e Renato Farias; desenvolveu sua própria roda de samba, o “Samba do Negra”; e trabalha na elaboração de dois novos projetos para dar sequência a suas linhas de pesquisa: poesia e dramaturgias próprias.

“Pelada – A hora da Gaymada” é uma peça escrita por Eudes Veloso, com direção geral, direção de movimento e idealização de Orlando Caldeira e direção musical e trilha sonora de Muato, que traz na raiz o tom de comédia para contar uma típica história do subúrbio carioca. Um espetáculo de teatro com números de circo e musical, costurado por projeção de imagens e exibição de um minidocumentário. Uma parceria do Coletivo Preto com o Complexo Negra Palavra.

Do cruzamento da clássica pelada heterossexual com a “gaymada” (adaptação do tradicional “jogo de queimado” pelos gays periféricos), a montagem apresenta os bastidores da disputa de dois times pelo uso do Campo do Furão – um campo que existe, de fato, em Olaria – antes que uma empreiteira o compre. Um embate entre o conservadorismo de um campo tradicionalmente de futebol e o desejo da realização do primeiro Campeonato de Gaymada em Olaria. O espetáculo ficará em cartaz às quintas e sextas-feiras, sempre às 21h.

“A gente escolhe, a partir do riso, mostrar o ridículo do ser humano. Nesse caso, estamos falando do ridículo desta heterossexualidade que precisa ser revisada e que só atrapalha o desenvolvimento pessoal de cada um, inclusive do homem hétero a expressar suas subjetividades. E como este comportamento também é violento com o corpo da mulher, do gay e das pessoas transexuais, escolhemos o riso para mostrar o ridículo e fazer esta análise”, antecipa o diretor Orlando Caldeira.

Já o espetáculo “Negra Palavra I Solano Trindade”, que ocupa a sala aos sábados (21h) e domingos (19h), celebra a obra desse poeta pernambucano, ativista político, ator de cinema, artista plástico, pesquisador de culturas populares e homem de teatro.  Conhecido como Poeta do Povo, Solano foi, e segue sendo, uma referência fundamental na luta por igualdade no país. Vida e obra do poeta transformam-se em teatro através de uma narrativa composta exclusivamente por poemas. A pesquisa, chamada poema-em-cena, é realizada pela Cia de Teatro Íntimo, que completa 18 anos em 2023. A parceria com o Coletivo Preto traz um olhar sofisticado sobre o corpo do ator negro em cena.

O espetáculo redimensiona a poesia de Solano, dando um basta a seu apagamento histórico. Corpo, música e poesia se entrelaçam para representar uma só história: tanto a do poeta, em seu tempo, como a dos homens negros contemporâneos, aqui e agora. “O maior desafio – e creio que, também, a grande força desse trabalho – veio da percepção de que as poesias de Solano são profundamente atuais”, afirma Renato Farias, roteirista e um dos diretores do espetáculo.

Encenada originalmente por 10 atores antes da pandemia, o elenco passou por uma adaptação na retomada em 2021. A atriz Leá Cunha fez a transição de gênero durante o período em que as atividades culturais estavam suspensas em 2020 e, assim como nasceu socialmente, nasceu também no elenco do espetáculo. Poeticamente, podemos dizer que ganhamos a representação da figura mais importante da vida de Solano, Margarida, sua esposa.

SERVIÇO:

CPX NEGRA PALAVRA em DOSE DUPLA / TEATRO POEIRINHA

Temporada:  29 de junho a 27 de agosto

 – Não haverá apresentação nos dias 22 e 23 de Julho –

“PELADA – A HORA DA GAYMADA” 

Quintas e sextas, 21h.

Duração: 60 minutos

Classificação Indicativa: 12 anos

NEGRA PALAVRA – SOLANO TRINDADE

Sábado, 21h; Domingo, 19h.

Duração60 minutos

Classificação Indicativa: 12 anos

Onde: Teatro Poeirinha
Endereço: Rua São João Batista, 104 – Botafogo
IngressosR$ 60 (inteira) R$ 30 (meia-entrada)

FICHA TÉCNICA – “PELADA, A HORA DA GAYMADA”

  • Direção Geral, Direção de Movimento, Argumento e Idealização | ORLANDO CALDEIRA
  • Texto | EUDES VELOSO
  • Dramaturgia | EUDES VELOSO, ORLANDO CALDEIRA e PATRICK SONATA
  • Diretor Assistente | JORGE OLIVEIRA
  • Assistente de Direção | RITA DIAS
  • Elenco | ADRIANO TORRES . ALEH SILVA . DJEFERSON MENDES . DIGÃO RIBEIRO . EUDES VELOSO . GUILHERME CANELLAS . IPOJUCAN . LUCAS SAMPAIO . RAPHAEL ELIAS . RODRIGO ÁTILA
  • Direção Musical, Percussão Corporal e Trilha Sonora | MUATO
  • Direção de Arte | RAPHAEL ELIAS
  • Cenografia | UIRÁ CLEMENTE
  • Assistente de Cenografia | RAQUEL CLEMENTE
  • Figurino | JÚLIA MARQUES
  • Assistente de Figurino | CLARA GARRITANO
  • Iluminador | PEDRO CARNEIRO
  • Operador de Luz | BRUNO ARAGÃO
  • Assistente de Iluminação |  DIOGO NUNES
  • Fotografia | MARIA CLARA OLIVEIRA
  • Redes Sociais | CAROLINE FRIZEIRO
  • Projeto Gráfico | RAQUEL ALVARENGA
  • Assessoria de Imprensa | MARROM GLACÊ ASSESSORIA

MINI DOC e VÍDEOS

  • Roteiro | ORLANDO CALDEIRA
  • Direção | MARCELA RODRIGUES e ORLANDO CALDEIRA
  • Câmera | MARCELA RODRIGUES e THAYSA LOTA
  • Operação de Drone | KARAN CABRAL
  • Técnico de Som |  TON OLIVEIRA
  • Assistência de Som |  PAMELA MONTEIRO
  • Trilha Sonora |  MUATO
  • Roteiro, Montagem e Edição |  EUDES VELOSO
  • Edição e Finalização |  THAYSA LOTA
  • Produção Executiva | FERNANDA XAVIER e JORGE OLIVEIRA
  • Direção de Produção | EUDES VELOSO
  • Parceria | COLETIVO PRETO e COMPLEXO NEGRA PALAVRA
  • Realização |  SAIDEIRA PRODUÇÕES

FICHA TÉCNICA – “NEGRA PALAVRA | SOLANO TRINDADE”

  • Idealização |  RENATO FARIAS
  • Poesias |  SOLANO TRINDADE
  • Roteiro |  RENATO FARIAS
  • Direção Artística |  ORLANDO CALDEIRA E RENATO FARIAS
  • Elenco |  ADRIANO TORRES . ANDRÉ AMÉRICO . EUDES VELOSO . JOÃO MANOEL . JORGE OLIVEIRA . LEÁ CUNHA . LUCAS SAMPAIO . RAPHAEL ELIAS . RODRIGO ÁTILA  . THIAGO HYPÓLITO
  • Direção Musical e Percussão Corporal |  MUATO
  • Direção de Movimento |  ORLANDO CALDEIRA
  • Direção de Atores – Ensaios |  DRAYSON MENEZZES
  • Assistência de Direção |  THATI MOREIRA
  • Direção de Arte |  RAPHAEL ELIAS
  • Figurino |  JULIA MARQUES
  • Iluminação |  RAFAEL SIEG
  • Designer |  VITOR MONIZ
  • Redes Sociais |  CAROLINE FRIZEIRO
  • Produção Executiva |  FERNANDA XAVIER e JORGE OLIVEIRA
  • Direção de Produção |  EUDES VELOSO
  • Parceria |  COLETIVO PRETO e COMPANHIA DE TEATRO ÍNTIMO
  • Realização |  SAIDEIRA PRODUÇÕES

A Princesa dos Caminhos discute empoderamento feminino

A Princesa dos Caminhos

A Princesa dos Caminhos – Foto de Cassio Portillo

Com a missão de discutir o empoderamento feminino, a Cia. das Madás estreia A Princesa dos Caminhos no dia 8 de julho no Teatro Itália Bandeirantes. O espetáculo infantojuvenil segue em cartaz até 27 de agosto, com apresentações aos sábados e domingos, às 15h.

A estreia deste espetáculo é o primeiro trabalho da companhia e tem direção de Karol Garrett, que também está no elenco ao lado de Vitória Micheloni, Giovana Arruda, Isabella Tilli, Larissa Morais e Beatriz Nascimento.

Na trama, uma princesa adormecida aguardava no alto da torre mais alta do reino o beijo do príncipe encantado para que eles fossem felizes para sempre. Porém, quem a acorda é a filósofa Simone de Beauvoir, que vai conduzir a nossa princesa por uma jornada feminina com a ajuda de outras mulheres poderosas, como Anália Franco, Elizabeth I e Dandara.

A ideia, segundo a diretora Karol Garret, é fazer com que meninos e meninas tenham contato com essas figuras históricas e poderosas. “Tantas crianças sonham em ser como as princesas dos contos de fadas que quisemos trazer personagens reais para servirem de inspiração para elas. Cada uma dessas mulheres foi um marco importante na História e suas conquistas não podem ser apagadas, comenta”

“E essas mulheres mostram que as crianças podem sim ser o que elas quiserem, que a educação pode levá-las a ter um futuro brilhante e que a luta por um mundo mais igualitário pode ser travada de diversas maneiras”, acrescenta. 

Sobre a escolha dessas influências, a diretora comenta:

“Simone de Beauvoir foi uma grande pensadora e ativista feminista que usou a sua voz para questionar como a sociedade tratava as mulheres e fazer com que as próprias pensassem se a posição que elas estavam sendo colocadas era uma escolha delas ou dos outros. As crianças também se beneficiam, principalmente as meninas, se aprenderem a entender quais são as suas vontades e quais são os limites impostos pela sociedade. Muitas meninas ainda crescem em lares onde a única opção para o futuro é ser mãe e dona de casa. 

Já Analia Franco, uma mulher incrível que desafiou muitos homens em nome da educação para todos, mal é lembrada pelos livros de histórias. Uma mulher brasileira dedicada à educação e ao fim do racismo. Com ela as crianças irão entender como a educação é a base para uma sociedade mais justa. 

Elizabeth I foi uma rainha que decidiu, apesar de ir contra a sociedade, ser uma líder e não se deixar afetar pelo mundo masculino que a envolvia e que tentava a manipular. Ela seguiu o seu coração e governou como achava justo. Ela fala sobre liderança feminina, sobre ser uma mulher no poder. Dandara vem mostrando para as crianças a importância da luta antirracista e como a mulher pode sim ser uma líder, uma ativista, mãe e esposa”.

Todas essas histórias são contadas com muito bom-humor e ajuda de projeções mapeadas em 3D, idealizadas e executadas pela Maze FX, uma produtora especializada no mercado dos grandes musicais.

Cia. das Madás

Criada pelas artistas Giovana Arruda, Karol Garret e Vitória Micheloni, a Cia das Madás tem como principal objetivo difundir e discutir o empoderamento feminino através da Arte e da Educação. O grupo é focado em contar histórias através das narrativas e vozes femininas, exaltando o valor da mulher na nossa sociedade, que, muitas vezes, é esquecido.

Sinopse 

No quarto mais alto da torre mais alta em um Reino do mundo mágico, vivia uma princesa que aguardava o príncipe encantado acordá-la com um beijo para que eles pudessem viver felizes para sempre. Porém, quem a desperta é a irreverente filósofa Simone de Beauvoir. O encontro provoca diversos questionamentos na mente da jovem que demandam o aparecimento de mulheres importantes da história, e juntas elas embarcam em uma jornada feminina através das épocas e de seus ideais, transformando para sempre os caminhos daquela Princesa.

Ficha Técnica

  • PRODUÇÃO GERAL: Giovana Arruda 
  • DIREÇÃO: Karol Garrett 
  • DRAMATURGIA: Giovana Arruda e Karol Garrett 
  • CENÁRIO: Vitória Micheloni e Bruno Micheloni
  • FIGURINO: Vitória Micheloni 
  • COSTUREIRA: Beth Lima e Pablo Abreu 
  • ELENCO: Beatriz Nascimento, Giovana Arruda, Isabela Tilli, Karol Garrett, Larissa Morais, Vitória Micheloni e Victória Rocha.
  • ASSISTENTE TÉCNICO: Giovana Roque 
  • PRODUÇÃO DE PALCO: Maria Siqueira
  • SONOPLASTIA E PRODUÇÃO: Victória Rocha
  • ASSISTENTE DE PRODUÇÃO: Marcela Liviér 
  • VÍDEO MAPPING: Maze FX 
  • DIREÇÃO ARTÍSTICA MAPPING : Bruno Micheloni 
  • VLX MAPPING: Ariel Bernardino, Flávio De Cesare, Jazmin Vilera e Renan Fernandes
  • ILUSTRADOR MAPPING: Guilherme Thomazini 
  • FOTOS: Cassio Portilo
  • DESIGN GRÁFICO: Bianca Agostino 
  • VOZ EM OFF: Daniel Pinheiro e Valentina Vasconcelos 
  • APOIO: IMM – Imagem Mágica, Muskinha, Oficina de Atores Nilton Travesso, Maze Fx.  

Serviço

A Princesa dos Caminhos, da Cia. das Madás

  • Temporada: 8 de julho a 27 de agosto, aos sábados e domingos, às 15h
  • Teatro Itália-Bandeirantes – Avenida Ipiranga, 344 – República
  • Ingressos: R$50 (inteira) e R$ 25(meia-entrada)
  • Venda online em https://bileto.sympla.com.br/event/84169
  • Classificação: LIVRE
  • Duração: 50 minutos

De onde vem o medo da morte? A Última Cena investiga o tabu da finitude

A Última Cena

A Última Cena – Foto de Otávio Dantas

De onde vem o nosso medo da morte? Com a proposta de investigar esse tabu, A Última Cena, com direção de Flávia Melman e codireção de Paula Picarelli e Aline Filócomo, reúne relatos reais de quatro homens de contextos bem diferentes sobre a finitude da vida. A peça está em cartaz no Sesc Vila Mariana até o dia 22 de julho, com apresentações às sextas, às 20h30, e aos sábados, às 18h30.Parte de uma tetralogia sobre abismos sociais e afetivos, o espetáculo teve sua pesquisa iniciada durante a pandemia de Covid-19, entre os meses de maio de 2020 e abril de 2021, por meio de uma série de encontros virtuais entre os participantes.

Em cena, estão quatro homens brasileiros de diferentes classes sociais, profissões e espaços geográficos, que imaginam seus momentos finais na vida e respondem à seguinte pergunta: como entrar em contato com o medo da morte nos transforma?São eles: Antônio Janô, 82 anos, professor de teatro, maestro da vida e mestre de muitos atores brasileiros; Osmair Cândido, apelidado de Fininho, 64 anos, um coveiro filósofo, cuja vida se alterna entre empilhar cadáveres e empilhar histórias; Nando Bolognesi, 56 anos, um palhaço que enfrenta com risos e facas a esclerose múltipla, diagnosticada há 30 anos; e  Thiago Amaral, 40 anos, o jovem viúvo de Tião, que traz consigo a sua experiência do luto. Tião Braga (in memorian), aparece em vídeo. Tião cineasta e psicodramatista que descobriu o contato com a finitude aos 34 anos, ao ser diagnosticado com leucemia crônica em meio a pandemia.

Tião morreu antes da estreia do projeto, em outubro de 2022, aos 37 anos.  Dessa forma, o corpo físico de Thiago traz sempre a presença de Tião, marcando, assim, sua ausência. A dramaturgia ainda é composta por conversas gravadas por Zoom e parte do extenso material de Tião em sua batalha contra o câncer.

“Ao tratar da morte e nos debruçarmos sobre ela, estamos buscando aquilo que nos aproxima, nos iguala, porque no final, a morte é a única certeza que temos na vida. A humanidade tem em comum, sobretudo, esta certeza: ‘viver, morrer, [sonhar talvez]’. E sonhamos que, ao falar sobre o medo de morrer, possamos nos encontrar e promover outros sentidos para a vida, outras formas de nos relacionarmos com o outro, com a natureza, de compartilhamos uma realidade”, comenta a diretora Flávia Melman.

A ideia do espetáculo não é tratar o medo da morte para dissipá-lo, como conta a encenadora. “Tratar a morte como algo que caminha ao nosso lado, de mãos dadas, como companheira; pode criar uma proximidade conciliadora entre as pessoas e diminuir o abismo que existe entre as relações humanas”, acrescenta.

E, para contar essas histórias, o grupo pesquisou a linguagem do teatro-documentário

Um Mergulho em Quatro Atos 

A Última Cena nasce como a segunda parte de uma tetralogia que se propõe a expor nossos abismos sociais e afetivos através de encontros entre pessoas de realidades e experiências de vida diversas.

A primeira parte dessa sequência foi o espetáculo A Noite dos Mortos-Vivos, que expunha os abismos e aproximações dos intérpretes com o universo das drogas.

E os outros dois espetáculos, ainda sem título definido, terão como ponto de partida a sexualidade e o dinheiro, respectivamente. 

Sinopse

De onde vem nosso medo da morte? E se falar sobre nossa condição finita fosse uma prática do cotidiano? Num encontro improvável, quatro homens se aproximam da morte: um coveiro, um senhor de 80 anos, um palhaço portador de esclerose múltipla, um jovem viúvo de 40 anos. Guiados pela diretora, mergulham em seus medos e fantasias sobre o morrer e, com humor e sensibilidade, questionam-se sobre aquilo que os une: a vulnerabilidade. Uma peça que aspira a sensibilidades diversas, abrindo caminhos para a reflexão sobre hiatos entre viver e morrer comuns a todos nós.

Ficha técnica

  • Direção: Flavia Melman
  • Codireção: Aline Filócomo e Paula Picarelli
  • Estrutura de dramaturgia: Aline Filócomo, Flavia Melman e Paula Picarelli
  • Elenco: Antonio Januzeli (Janô), Nando Bolognesi, Osmair Candido (Fininho), Thiago Amaral e Tião Braga (in memorian).
  • Vídeos: Clara Lazarin
  • Cenário e luz: Marisa Bentivegna
  • Operação de luz: Guilherme Soares 
  • Operação de som e vídeo: Tomé de Souza
  • Direção de produção: Aura Cunha
  • Produção executiva: Yumi Ogino
  • Programação visual: Laerte Késsimos
  • Foto divulgação: Otávio Dantas
  • Assessoria de imprensa: Pombo Correio

Serviço

A Última Cena

  • Temporada: 23 de junho a 22 de julho
  • Às sextas-feiras, às 20h30, e aos sábados, às 18h30*
  • *A sessão dos dias 14 e 15 de julho terãtradução em LIBRAS e audiodescrição.
  • Sesc Vila Mariana – auditório – Rua Pelotas, 141, Vila Mariana
  • Ingressos: R$30,00 (inteira), R$15,00 (meia-entrada) e R$10,00 (credencial plena)
  • Classificação: 14 anos
  • Duração: 70 minutos
  • Acessibilidade: sala acessível para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

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