Geraldo Sarno ganha mostra de cinema gratuita no CCBB Rio de Janeiro

por Redação
Geraldo Sarno

Do dia 19 de julho ao dia 7 de agosto de 2023, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro recebe a mostra “Retrospectiva Geraldo Sarno”, um grande inventário sobre a obra de um dos mais combativos cineastas brasileiros. Quase toda filmografia do homenageado estará disponível ao público. Ao todo, serão apresentados 26 filmes, entre curtas, médias e longas – além de um episódio de uma série ainda inédita, permitindo que o público mergulhe na obra de Geraldo Sarno, falecido em 2022, aos 83 anos, de Covid-19. A programação é inteiramente gratuita e inclui ainda mesas de debates presenciais, além de um catálogo online. A retrospectiva conclui sua trajetória no Rio de Janeiro após passar pelos CCBBs Brasília e São Paulo. O patrocínio é do Banco do Brasil.

A MOSTRA

Os curadores, Ewerton Belico e Leonardo Amaral, se empenharam no cuidado com a seleção das obras e na distribuição das mesmas na programação. Elaboraram, pois, uma retrospectiva inédita, incluindo documentários e ficções, de um diretor combativo, perseguido pela ditadura militar, e cuja carreira se estendeu por mais de 5 décadas, sempre empenhado em registrar as diversas faces da cultura tradicional brasileira: a religiosidade popular; a herança cultural e espiritual afro-brasileira; a literatura de cordel; os santeiros; a memória do cangaço; o artesanato; as formas de cantoria tradicional.

Ewerton Belico diz que “a mostra pretende fazer jus à importância histórica deste cineasta com uma carreira de mais de 50 anos, e que é ainda pouco conhecido do grande público. Sua obra é marcada por impressionante consistência temática e notório engajamento político, e atravessada pela preocupação com as permanências das culturas populares e dos efeitos da migração sobre as populações tradicionais. Embora pouco exibidos e, principalmente, raramente debatidos em âmbito nacional nos últimos anos, alguns dos filmes de Sarno foram analisados no calor da época por críticos e pesquisadores de grande relevância. Passados vários anos, é importante que seus filmes sejam revisitados e reprogramados a fim de se estabelecer novos diálogos e novas análises, sobretudo diante da quase ausência de exibições de trabalhos muito relevantes ao longo dos últimos anos. É importante destacar que toda programação da mostra é gratuita”.

Como pontos altos da mostra, os curadores ressaltam: “Sertânia”, premiado último dos longas dirigidos por Sarno, em sessão com acessibilidade moviereading; cópias novas de “Iaô” e “Plantar nas estrelas”, feitas especialmente para a mostra, com apoio do CTAv; distribuição gratuita de DVDs com seis curtas de Geraldo Sarno na sessão de abertura, com apoio do CTAv, responsável pela produção desse material; e a exibição de um episódio de Sertão de Dentro, série inédita dirigida por Geraldo Sarno.

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

A mostra “Gerado Sarna” realizará ainda três atividades paralelas de formação: apresentação da mostra seguida de sessão de abertura pelo curado Leonardo Amaral, no dia 17 de julho, às 18h; debate sobre “Geraldo Sarno, contemporaneidade e história”, com Hernani Heffner e Milena Manfredini, no dia 22 de julho, às 14h; e debate sobre “Documentário e tradição em Geraldo Sarno” com Bernardo Oliveira e Clara Flaksman, no dia 29 de julho, às 14h.

Apresentação da curadoria da mostra – seguida da sessão de abertura com Espaço Sagrado e Iaô

Data: 19/07

Horário: 18h

Com: Leonardo Amaral – curador

Ementa: Apresentação do conceito norteador da mostra, com o eixo curatorial que guia a seleção dos filmes e os principais temas a serem abordados nas atividades formativas.

Debate sobre Geraldo Sarno, contemporaneidade e história

Data: 22/07

Horário: 14h

Palestrantes:  Hernani Heffner e Milena Manfredini

Acessibilidade – LIBRAS

Ementa: A mesa irá discutir o papel que Sarno ocupa frente a história do cinema brasileiro moderno e em que medida sua obra interpela o cinema contemporâneo.

Debate sobre Documentário e Tradição em Geraldo Sarno

Data: 29/07

Horário: 14h

Palestrantes: Bernardo Oliveira e Clara Flaksman

Acessibilidade – LIBRAS

Ementa: Geraldo Sarno foi em grande medida o cineasta das experiências – culturais e sociais – das comunidades tradicionais. Essa mesa irá discutir em que medida seu cinema é tocado pela religiosidades tradicionais, em especial àquelas de matriz africana.

SOBRE OS PALESTRANTES

Bernardo Oliveira

Professor adjunto da Faculdade de Educação da UFRJ, pesquisador, crítico de música e cinema, produtor. Possui Graduação em Filosofia pelo IFCS/UFRJ, Mestrado e doutorado em Filosofia pela PUC-RIO. Realizou Doutorado-sanduíche em Brown University e Pós-doutorado no IFCS/UFRJ, ambos explorando as relações entre cultura e política na obra de Nietzsche. Participa como colaborador do GEM – Grupo de Educação Multimídia (Letras/UFRJ), do LISE – Laboratório do Imaginário Social e Educação (Educação/UFRJ) e do NFC- Núcleo de Filosofias da Diferença (IFCS/UFRJ). É produtor do selo musical QTV Selo. Co-produziu os filmes Noite e Sutis Interferências, de Paula Maria Gáitan. Publicou Tom Zé ? Estudando o Samba (Editora Cobogó) em dezembro de 2014.

Clara Flaksman

Doutora (2014) em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, possui graduação em Economia (2000) e mestrado (2007) em Antropologia Social pela mesma instituição. Possui um pós-doutorado (CNPq) na Universidade Federal da Bahia (2017-2018) e atualmente realiza um pós-doutorado (Faperj) no PPGAS/Museu Nacional/UFRJ. Desde 2008 pesquisa sobre religiões de matriz africana, com enfoque nos conceitos de noção de pessoa, relação e parentesco. Tem experiência de campo em Salvador, Bahia, no terreiro Ilê Iyá Omi Axé Iyamasé, conhecido como Gantois. Pesquisadora vinculada ao NAnSi (Núcleo de Antropologia Simétrica) do PPGAS/Museu Nacional e ao ECSAS (Núcleo de Estudos em Ciências Sociais, Ambiente e Saúde) do PPGCS/UFBA.

Hernani Heffner

Gerente da Cinemateca do MAM, montador e ator bissexto. Trabalhou como pesquisador e restaurador nos Estúdios Cinédia, é professor licenciado da Puc-Rio e foi Curador do festival Cine Música e da Mostra de Cinema de Ouro Preto. Idealizou a série /lost+found, sobre preservação de filmes.

Milena Manfredini

Cineasta, antropóloga, artista visual e curadora independente. Graduou-se em Antropologia pela PUC-Rio e em Cinema pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Atualmente realiza sua pesquisa de mestrado no programa de Cultura e Territorialidades da UFF, na linha Fronteiras e Produção de Sentidos. Dirigiu e roteirizou os filmes “Eu Preciso Destas Palavras Escrita” (2017); “Camelôs” (2018); “Guardião dos Caminhos” (2019); “De um lado do Atlântico” (2020) filme idealizado a convite do Instituto Moreira Salles para a chamada IMS Convida; “Mãe Celina de Xangô” (2021); e “Grandes Senhoras” (2022), filme desenvolvido como desdobramento da Residência Artística do Goethe-Institut. Tem participado de residências artísticas e produz videoartes para museus. Recentemente esteve com 4 trabalhos comissionados pelo MAR – Museu de Arte do Rio, na exposição “Crônicas Cariocas”. Atua como curadora em mostras e festivais de cinema e é idealizadora e curadora da Mostra de Cinema Narrativas Negras, projeto voltado à pesquisa, exibição e visibilização das filmografias negras. Também exerce as funções de pesquisadora, professora e consultora no campo audiovisual.

SOBRE O CCBB RJ

Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o CCBB está instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva. Marco da revitalização do centro histórico do Rio de Janeiro, o Centro Cultural mantém uma programação plural, regular e acessível, nas áreas de artes visuais, cinema, teatro, dança, música e pensamento. Em 33 anos de atuação, foram mais de 3 mil projetos oferecidos ao público, e, desde 2011, o CCBB incluiu o Brasil no ranking anual do jornal britânico The Art Newspaper, projetando o Rio de Janeiro entre as cidades com as mostras de arte mais visitadas do mundo. O prédio dispõe de 3 teatros, 2 salas de cinema, cerca de 2 mil metros quadrados de espaços expositivos, auditórios, salas multiuso e biblioteca com mais de 250 mil exemplares. Os visitantes contam ainda com restaurantes, cafeterias e loja, serviços com descontos exclusivos para clientes Banco do Brasil. O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro funciona de quarta a segunda, das 9h às 20h, e fecha às terças-feiras. Aos domingos, das 8h às 9h, o prédio e as exposições abrem em horário de atendimento exclusivo para visitação de pessoas com deficiências intelectuais e/ou mentais e seus acompanhantes, conforme determinação legal (Lei Municipal nº 6.278/2017).

Ficha técnica

Patrocínio: Banco do Brasil
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil
Produção: Anacoluto

Curadoria e coordenação: Ewerton Belico e Leonardo Amaral

Produção Executiva: Marisa Merlo

Empresa produtora: Anacoluto Produções

SINOPSES

1_Viramundo

(16mm/Digital, p&b, 38 minutos, 1965)

Sinopse: A chegada de nordestinos à cidade de São Paulo ilustrada com depoimentos dos próprios migrantes e músicas com letras de José Carlos Capinan. A busca do trabalho é o grande tema apresentado, e a partir dele, é possível perceber percursos de vidas que se cruzam em uma nova cidade, onde desemprego, caridade e religião ocupam a ordem do dia.

Classificação indicativa: Livre

2_Brasil Verdade

(16mm/Digital, p&b, 130 minutos, 1968)
Sinopses:

Compilação de 4 médias-metragens realizados entre 1964 e 1965 e lançados na forma de um longa de episódios em 1968, que veio a se tornar um dos clássicos do documentário brasileiro. A produção geral dos filmes foi de Thomas Farkas e todos eles tiveram músicas especialmente compostas por Gilberto Gil. Viramundo faz parte da complicação. Os outros são:

_Memórias do cangaço

Com roteiro e direção de Paulo Gil Soares, trata sobre o Cangaço, movimento armado de bandoleiros que atuou no nordeste brasileiro na década de 1930, incluindo depoimentos de sobreviventes da luta (policiais e cangaceiros), análise do antropólogo Estácio de Lima e imagens originais de 1936, filmadas por Benjamim Abrahão, mascate que se infiltrou nas fileiras de Lampião.

_Nossa escola de samba

Roteiro e direção de Manuel Horácio Gimenez, é um documentário social sobre o bairro carioca onde surge a Escola de Samba Unidos de Vila Isabel: o cotidiano do morro, as transformações que ocorrem todo ano quando se aproxima o Carnaval, os preparativos, os ensaios e finalmente o desfile na avenida.

_Subterrâneos do futebol

Roteirizado em 1964 por Celso Brandão (texto), Clarice Herzog, João Batista de AndradeFrancisco Ramalho Jr. e dirigido por Maurice Capovilla, é exposto a paixão brasileira pelo futebol, o sonho de ascensão econômica dos jovens pobres que tentam ingressar na carreira de jogador e a válvula de escape das tensões sociais da maioria da população torcedora. Imagens de grandes jogos no Maracanã e no Pacaembu (nas quais aparecem o árbitro Armando Marques), com destaque para Pelé e o Santos, campeão paulista de 1964. Cenas com vários jogadores que participaram daquela campanha pelo clube santista: PepeToninho Guerreiro, Lima, Coutinho, dentre outros.

Classificação indicativa: 12 anos

3_Dramática popular

(35mm/Digital, p&b, 28 minutos, 1968)

Sinopse: Dirigido por Geraldo Sarno em 1969, é Dramática Popular, abordando a literatura de cordel e manifestações como zabumba, dança do maribondo e o bumba-meu-boi, teatro de rua que trata da vida, da morte e da mitologia sertaneja.

Classificação indicativa: Livre

4_Viva Cariri!

(35mm/Digital, colorido, 39 minutos, 1969)

Sinopse: Os confrontos e conflitos entre a cidade dos romeiros do Padre Cícero e as tentativas de desenvolvimento da região.

Classificação indicativa: Livre

5_Vitalino/Lampião

(16mm/Digital, colorido, 9 minutos, 1969)

Sinopse: Dentre os artesãos do barro do Nordeste, o mais famoso, sem dúvida, foi Vitalino. A herança de sua arte se espalhou pela família. O filme se fixa na arte das mãos do mestre, através de seu filho, desde o instante em que pega o barro até quando o transforma numa imagem detalhada de Lampião, o rei do Cangaço, com todos os ícones de sua história.

Classificação Indicativa: Livre

6_Os Imaginários

(16mm/Digital, colorido, 9 minutos, 1970)

Sinopse: Os romeiros nordestinos têm o hábito de comprar imagens de personagens nos quais neles identificam um comportamento exemplar. Talhando a madeira para dar forma a estas figuras, os imaginários, artesãos que fazem imagens de personagens típicos do nordeste tradicional, perpetuam uma tradição que se modificou com o tempo. As formas do artista tradicional se adaptar às exigências do mercado de turismo e a dissociação entre sua consciência e o significado real da obra a que se dedica.

Classificação indicativa: Livre

7_O engenho

(16mm/Digital, p&b, 10 minutos, 1970)

Sinopse: A fabricação da rapadura – açúcar mascavo em forma de tijolos – em um engenho do Vale do Cariri no Ceará. A plantação da cana-de-açúcar em rico solo de massapê, o atraso tecnológico da produção em relação ao litoral, e o consumo final do produto no comércio local.

Classificação indicativa: Livre

8_A cantoria

(16mm/Digital, colorido, 15 minutos, 1970)

Sinopse: Os cantadores profissionais Severino Pinto e Lourival Batista se encontram para uma disputa poética, desafios de repente na fazenda Três Irmãos em Caruaru, Pernambuco. Do encontro desenrolam-se Sextilhas, Dez pés a quadrão, Mourão, Martelo e Gemedeira, gêneros de cantoria marcados pela fidelidade às formas tradicionais do improviso e do canto.

Classificação indicativa: Livre

9_ Jornal do Sertão

(16mm/Digital, P&B, 15 minutos, 1970)

Sinopse: Através dos improvisos dos cantores-repentistas e da literatura de cordel, uma visão de como essa forma cultural se transforma num verdadeiro jornal do sertão.

Classificação: Livre

10_Herança do Nordeste
(16mm/Digital, colorido, 82 minutos, 1972)

Sinopse: O filme documenta aspectos diversos da cultura e da economia do Nordeste, registrando uma realidade em rápida transformação. Abrangem cinco capítulos que relatam o que de mais típico tem a região.

_Casa de farinha

Dirigido por Geraldo Sarno, o documentário apresenta o processo de fabricação de farinha sertaneja.

_O rastejador

Dirigido por Sérgio Muniz, o documentário mostra a profissão de rastejador no Nordeste.

_Erva bruxa

Dirigido por Paulo Gil Soares, a produção de fumo tipo Bahia-Brasil é mostrada no documentário.

_Jaramantaia

Dirigido por Paulo Gil Soares, o filme apresenta um dia de trabalho numa fazenda.

_Padre Cícero

Dirigido por Geraldo Sarno, o documentário apresenta a figura icônica Padre Cícero, alvo catalisador da religiosidade da região nordeste.

Classificação indicativa: Livre

11_Semana de arte moderna

(16mm/Digital, colorido, 54 minutos, 1972)

Sinopse: Este documentário aborda o que ficou definitivamente sepultado naqueles sete dias de 1922 e o que permaneceu vivo até hoje, ressaltando o significado de Tarsila do Amaral, Mario de Andrade, Di Cavalcanti e outros nomes.

Classificação indicativa: Livre

12_O Picapau Amarelo

(35mm/Digital, colorido, 82 minutos, 1972)

Sinopse: O Visconde de Sabugosa está trancado na biblioteca escrevendo uma enciclopédia sobre os personagens das fábulas infantis. Dona Benta recebe uma carta do Pequeno Polegar, escrita em uma pétala de rosa, em que ele, constatando que os habitantes do mundo das fábulas estão esquecidos nos livros das estantes, solicita que todos morem no Sítio do Picapau Amarelo. Emília e as crianças adoram a ideia, e Dona Benta responde que sim. Eles se mudam. O Capitão Gancho aprisiona o príncipe da Branca de Neve e exige resgate em ouro. O Visconde de Sabugosa vai ter com Gancho e o convida para comer bolinhos de fubá no Sítio. Enquanto isto, Pedrinho e Narizinho convencem Sancho Pança a se fazer passar pelo Capitão Gancho, enganar os piratas e ordenar a soltura do príncipe. Este quando se vê livre, cai perto de um jacaré e é comido. Branca de Neve chora inconsolada. O Capitão Gancho descobre que foi ludibriado e foge furioso, jurando vingança. Emília quer ajudar Branca de Neve. Pega o arco e a flecha de Cupido e promove o romance de Branca de Neve com o Príncipe. O Capitão Gancho volta e toma o Sítio. Todos os personagens das fábulas querem arrumar uma solução para a situação. Don Quixote diz que derrotará o pirata, mas cai numa armadilha e é preso, juntamente com todos do Sítio do Picapau Amarelo. O Visconde enlouquece, por causa do excesso de cultura. Ele, Emília e as crianças cheiram pó de pirlimpimpim e se transportam atrás de Hércules, para buscar ajuda. O Visconde toma banho em uma panela para limpar o excesso de cultura e voltar ao normal. Hércules resolve se banhar no caldo do Visconde e fica horrivelmente culto e, por conseguinte, inútil para salvar o Sítio. Emília, Narizinho e Pedrinho decidem enfrentar o pirata sozinhos. Eles conseguem afugentar o Capitão Gancho, com a ajuda de um jacaré e estilingues. Finalmente a vida no Sítio do Picapau Amarelo volta ao normal.

Classificação indicativa: Livre

13_Segunda Feira

(16mm/Digital, colorido, 11 minutos, 1975)

Sinopse: Um documentário que Sarno realizou em 1975 na Feira de Caruaru, Pernambuco, esmiúça as particularidades desses mercados a céu aberto, com seus rostos, canções populares e grande sorte de produtos à venda, vinculando esses ambientes à mais genuína cultura brasileira.

Classificação indicativa: Livre

14_Iaô

(35mm/Digital, colorido, 70 minutos, 1976)

Sinopse: Africanos da língua ‘Iorubá’, originários da costa ocidental, foram trazidos para o Brasil a fim de trabalhar nos engenhos, nas minas e nos serviços domésticos. Seus descendentes até hoje conservam suas tradições, que sobreviveram às ofensivas da cultura dos brancos.

Classificação indicativa: 16 anos

15_Espaço Sagrado

(16mm/Digital, colorido, 17 minutos, 1976)

Sinopse: O culto dos orixás no terreiro, na cidade de Cachoeira, Recôncavo Baiano. A casa de Exu e a comida sagrada. A camarinha, as ervas para fins rituais e os presentes para Yemanjá.

Classificação indicativa: Livre

16_Coronel Delmiro Gouveia

(35mm/Digital, colorido, 90 minutos, 1978)

Sinopse: Delmiro Gouveia é um homem rico e influente que decide ingressar na carreira política contra os tradicionais mandachuvas de Recife. Por ser idealista e populista, ele é expulso da cidade e acolhido no interior por um poderosíssimo coronel. No novo lar, ele planeja montar uma indústria bem no meio do sertão, e mais uma vez encontra poderosos inimigos em sua empreitada.

Classificação indicativa: Livre

17_Casa Grande e Senzala

(35mm/Digital, colorido, 90 minutos, 1978)

Sinopse: Sobre o livro “Casa Grande E Senzala” de Gilberto Freyre, publicado em 1933, obra que marcou uma nova fase estudos de Sociologia e Antropologia Social no Brasil. Análise da sociedade patriarcal, escravocata e latifundiária, essencial ao estudo da formação da sociedade e do homem brasileiro.

Classificação indicativa: Livre

18_Plantar nas estrelas

(16mm/Digital, colorido, 17 minutos 1979)

Sinopse: Moçambique, ex-colônia portuguesa na África, independente desde 1975, é um país que busca seu próprio caminho lutando pela erradicação do analfabetismo e a reconquista de seus valores culturais. A prática da discussão comunitária e a educação pelo cinema são amplamente utilizadas nas aldeias. (…) o funcionamento da escola, o trabalho comunitário e as manifestações culturais deste povo.

Classificação indicativa: Livre

19_Eu carrego um sertão dentro de mim

(16mm/Digital, colorido, 14 minutos, 1980)

Sinopse: Com narração baseada em texto de João Guimarães Rosa, são apresentados aspectos do sertão nordestino com depoimentos de Mestre Noza, um imaginário, artesão que se dedica ao artesanato em madeira produzindo imagens para os romeiros; declamação de versos e cantoria na voz de Severino Pinto, cantador profissional de repente; “o Coronel” Chico Heráclio, dono de terras e pai de dois deputados. Vaqueiros em cantoria feita por Raimundo Silvestre dos Santos.

Classificação indicativa: Livre

20_O Côco de Macalé

(Vídeo, colorido, 40 minutos, 1982)

Sinopse: Documentário sobre Jards Macalé.

Classificação indicativa: 14 anos

21_A Terra Queima

(35mm/Digital, colorido, 58 minutos, 1984)

Sinopse: O Nordeste é uma questão nacional em muitos sentidos. Não foi o clima que produziu o Nordeste como problemas, mas os senhores donos de terra, gente de carne e osso que vive no chão e não nas nuvens. Nenhuma fatalidade obrigou o Nordeste a trabalhar a cana-de-açúcar, a plantar o algodão, a criar o gado, mas os mesmos senhores de terra. O Nordeste não inventou o trabalho escravo, nem a exploração do trabalho das mulheres e das crianças, nem os imensos latifúndios. Foram os senhores donos da terra que para cá vieram e cá ficaram. O fato de não chover não produz miséria, assim como o fato de chover não produz riqueza. São os homens concretos. Por isso milhões de nordestinos ficaram sem trabalhar; assim se produziu a migração. Antes que o sol queimasse as costas dos imigrantes, queimou-se o fogo da concentração da terra.

Classificação indicativa: 12 anos

22_Deus é um fogo

(16m/Digital, colorido, 80 minutos, 1992)

Sinopse: O movimento católico da Teologia da Libertação.

Classificação indicativa: Livre

23_Tudo isto me parece um sonho

(Digital/Digital, colorido, 150 minutos, 2008)

Sinopse: Documentário e ficção se unem para realizar pesquisa sobre a vida do General Abreu e Lima, pernambucano que participou, ao lado de Bolívar, de batalhas que libertaram Colômbia, Venezuela e Peru da coroa espanhola.

Classificação indicativa: 14 anos

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