Filha de bailarina, a gaúcha Hana Kolodny respira arte desde a infância em Porto Alegre. No entanto, aos 30 anos e morando no Rio de Janeiro, vive sua ascensão na profissão. Isto porque, além de ter feito uma participação na última temporada de Reis, uma das séries bíblicas mais aclamadas da Record, a atriz ainda retorna aos palcos como protagonista de Lotte Zweig: A Mulher Silenciada, ao lado do consagrado ator e diretor Carlos Vereza, com mais de 50 anos de carreira. Vereza também dirige a peça.
A obra, que lhe rendeu a indicação ao 19º Prêmio Jovem Talento APTR em 2025, ficará em cartaz durante o mês de junho, de sexta a domingo, no teatro da Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema.
O Prêmio APTR acontece anualmente, homenageando os destaques do teatro brasileiro. Com uma história de quase duas décadas, é reconhecido por sua excelência e rigor na avaliação, considerado um dos mais prestigiosos do teatro brasileiro, premiando artistas e profissionais em diversas categorias, desde atuação até direção e dramaturgia.
“A indicação de Jovem Talento pela APTR pela interpretação da Lotte Zweig foi uma virada de chave para mim. Devo tudo isso ao meu preparo, aos meus estudos. Nunca deixei de buscar me aperfeiçoar no meu ofício. Também sou muito firme nos meus valores, sempre conseguindo minhas vitórias e oportunidades por mérito”, celebra.

Carlos Vereza e Hana em Lotte Zweig: A Mulher Silenciada
No espetáculo, Hana vive Charlotte, a protagonista e esposa do escritor Stefan Zweig. O enredo aborda a história real do casal Zweig, que foi encontrado morto em seu bangalô em Petrópolis em 1942. Apesar de ter o caso fechado como suicídio, 80 anos depois, a dúvida sobre a causa da morte de Lotte voltou à tona. Surgiu a possibilidade de assassinato por um comando do Terceiro Reich, com a possível cumplicidade da ditadura do Estado Novo.
A atriz conta que foram necessários 3 meses de laboratório para viver a personagem. “Li muitos livros, eu e o Carlos fizemos muitos exercícios, assistimos a documentários, viajamos a Petrópolis, visitamos o local que o casal gostava de ir. Construí a Lotte de átomo em átomo, foi um processo de muito carinho, introspecção e, inevitavelmente, tristeza”.
Apesar de Lotte ter falecido aos 33 anos, o tempo era ainda mais implacável na época e Hana destaca esse como um dos desafios. “Ela era uma mulher mais velha e mais sofrida, e eu tive que encontrar o corpo dela. Acho que o trabalho de corpo sempre é o mais difícil. As motivações são sempre muito claras, a parte racional e emocional são mais fáceis de acessar para mim, a partitura corporal que requer mais refinamento..”
Parceira de palco de ninguém menos do que Carlos Vereza há 4 temporadas, Kolodny afirma que trabalhar com o ator e diretor é como uma escola. “Sempre falo que amadureci 5 anos em 3 meses de preparação com o Mestre Vereza. Ele é um colega e pessoa extraordinária, um gênio. Aprendi demais. Logo construímos uma amizade muito forte. Vereza também virou um grande amigo do meu pai, que sempre admirou seu trabalho na televisão”.
A atriz conta que recebeu diversos conselhos do veterano e escolhe “calma na paixão” como um dos que mais adotou para o seu cotidiano. “Ele sempre me pede para ler mais, escrever mais, para que eu ‘brilhe minha luz’. Ele também pede para eu não ter preciosismo. Tudo isso com contexto é muito significativo. Sempre que nos encontramos, saio mais ‘rica’ do que cheguei.”
Já na TV, Hana vive Abigail, esposa de um dos administradores do Rei de Judá na série Reis, da Record. A personagem faz parte de um grupo da realeza que inveja a nova rainha, no entanto, Abigail se opõe ao movimento.
“Foi uma experiência maravilhosa. Maratonei a série, imprimi o roteiro inteiro da 13 temporada e estudei tudo. Tive a preparação com a incrível Andrea Avancini, que refinou nossas cenas e tudo correu perfeitamente bem. Amei o ambiente, os colegas, os diretores e toda a produção.”
E a história de Hana com a TV não se encerra na última temporada de Reis. Segundo a artista, as portas para novos trabalhos como esse estão abertas. Inclusive, um de seus maiores projetos inclui uma série escrita por ela.
“Meu principal projeto é uma série que escrevi. Assim que acertarmos a produção, tenho certeza que será uma virada de chave, não só na minha carreira, mas na cena artística e midiática brasileira. Tenho muito orgulho e fé nesse projeto, no gênero comédia dramática e ‘non sense’. Dá vontade de falar mais sobre, mas ainda preciso guardar segredo.”
Saiba mais sobre Hana Kolodny
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Serviço:
Lotte Zweig: A Mulher Silenciada
Data: De 06 a 29 de junho, todas as sextas, sábados e domingos
Local: Casa de Cultura Laura Alvim
Endereço: Av. Vieira Souto, 176 – Ipanema, Rio de Janeiro