Isso aqui tá bom demais

Isso Aqui Tá Bom Demais

por Waleria de Carvalho

Mestre da música popular brasileira, o saudoso sanfoneiro pernambucano Dominguinhos (1941-2013) é homenageado no musical Dominguinhos: Isso Aqui Tá Bom Demais, que estreou em São Paulo em 2022 e agora volta à capital para marcar os 10 anos sem o compositor com uma curta temporada no Teatro Bravos, entre os dias 7 de setembro e 1º de outubro. O espetáculo foi idealizado pelo diretor Gabriel Fontes Paiva e pela diretora musical Myriam Taubkin, parceiros no Projeto Memória Brasileira, que documenta a memória viva da música brasileira há 35 anos. Já o texto foi criado pela premiada dramaturga e jornalista Silvia Gomez e traz de forma contemporânea toda emoção daquele que acabou se consolidando não somente como o mestre do forró, mas com uma carreira musical própria englobando diversos gêneros como o jazz, o pop e a MPB.

O musical tem construído uma carreira de sucesso. Foram mais de 25 mil espectadores em 50 apresentações que lotaram teatros em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro. Após essa nova temporada no Teatro Bravos, a peça segue para uma turnê no Nordeste. Para  fazer jus a sua amplitude musical, a maioria do elenco veio do universo da música, como é o caso de Liv Moraes, cantora, parceira e filha de Dominguinhos; Cosme Vieira, que tocou sanfona com Dominguinhos quando ainda era criança; o ator e músico Wilson Feitosa; o compositor e arranjador Zé Pitoco, de Cupira (PE), que acompanhou Dominguinhos em inúmeros shows ao longo se sua carreira; Fitti, um dos grandes expoentes da nova safra de atores e cantores brasileiros e os conhecidos internacionalmente  Hugo Linns, músico que é referência brasileira em viola e o percussionista Jam da Silva, os três últimos de Recife (PE).

“Mergulhar na vida e na obra de Dominguinhos foi uma bênção. É o primeiro projeto do gênero musical que realizamos, Gabriel e eu. Conseguimos entrelaçar o melhor de cada um, nesse nosso ofício: o teatro – no caso dele – e a música, no meu. Ainda mais sendo um musical sobre Dominguinhos, que conheci tão de perto e de cuja obra tenho tanta intimidade”, conta Taubkin

Sobre o processo de construção da dramaturgia, Silvia Gomez conta que o texto foi escrito ao longo de dois anos a partir de entrevistas com pessoas que conviveram com Dominguinhos, como Anastácia, Liv Moraes, além dos próprios Gabriel Fontes Paiva e Myriam Taubkin. Além disso, o jornalista especializado em música Lucas Nobile assina a pesquisa documental que apoiou a escrita dramatúrgica.

“Lucas trouxe um material vasto de linha do tempo, músicas, motivações, notícias e casos da vida desse mestre. O mergulho na obra incluiu programas, documentários, entrevistas e reportagens de jornais e revistas de época, além de livros como O Brasil da Sanfona, de Myriam Taubkin. Nos baseamos em fatos reais e depoimentos públicos de Dominguinhos, sem, no entanto, deixar de dialogar poeticamente com essa realidade, ficcionalizando certas passagens que envolvem as personagens evocadas”, comenta a autora.

Muito mais do que contar de forma linear e cronológica a vida de Dominguinhos, a dramaturgia explora essa combinação entre o documental e o poético. “Há um certo lugar delirante em minhas dramaturgias e, aqui, pude expressá-lo no recorte escolhido como procedimento narrativo: em seu último momento de vida, Dominguinhos é visitado pelas histórias, pessoas – e sanfonas – que marcaram sua carreira, como se tudo se passasse numa fração de segundo infinita do pensamento e da memória. Também sou jornalista, e, pela primeira vez, pude combinar em uma peça teatral a minha formação híbrida, entre a dramaturgia e o documento. Ou melhor, pude buscar a vocação narrativa dessa vida e dessa obra tão importantes para a nossa formação cultural e afetiva”, acrescenta.

Já a encenação parte de um jogo entre os atores e músicos, que se alternam nos papéis de Dominguinhos e das pessoas que fizeram parte da vida dele. “Este jogo tem tudo a ver com a trajetória de Dominguinhos e com a obra dele. Um homem que viveu para trazer alegria para as pessoas e que conseguia contar, inclusive coisas tristes, de uma forma alegre. A encenação parte desta brincadeira com a plateia para que a gente possa transmitir a energia que ele conseguia levar a todos nós. Quem viu Dominguinhos tocar ao vivo sabe do que estou falando e é isso que vamos tentar reproduzir”, explica Gabriel Fontes Paiva.

Ainda sobre a direção, Paiva conta que buscou resgatar como grandes referências para a montagem elementos importantes para o sanfoneiro, como a cidade de Garanhuns, em Pernambuco, onde Dominguinhos nasceu, e os ritmos e danças como forró, baião e xaxado.

“Dominguinhos foi um artista universal, que extrapolou suas raízes”, diz Myriam Taubkin, diretora musical do espetáculo. “Suas composições são cantadas e tocadas em todo o mundo e sua sanfona é reverenciada por músicos de todos os cantos. Talvez ele seja o músico que mais influenciou acordeonistas no Brasil e no exterior, seja como exímio instrumentista, seja como compositor. Achei importante trazer esta riqueza ao público, de como Dominguinhos trafegou por tantos gêneros musicais, da enorme facilidade que ele tinha para compor, não só ritmos do Nordeste, mas também inúmeros choros, samba – canções, músicas instrumentais de todos os tipos. O musical traz os clássicos de Dominguinhos, mas também canções que o público não conhece, assim como seus temas instrumentais. Mesmo as vinhetas criadas no musical saíram de suas composições. Com este time de craques no elenco, procuramos apresentar tanto o forró pé de serra tradicional, que Dominguinhos tanto amava, como criações originais para suas composições, utilizando a sonoridade da viola dinâmica nordestina, percussões eletrônicas, sopros, vozes.”

Ficha Técnica

Dramaturgia: Silvia Gomez
Direção: Gabriel Fontes Paiva
Direção musical: Myriam Taubkin

Elenco:
Liv Moraes
Fitti
Cosme Vieira
Hugo Linns
Jam da Silva
Wilson Feitosa
Zé Pitoco

Desenho de Movimento: Ana Paula Lopez
Desenho de Luz: André Prado e Gabriel Fontes Paiva
Figurino: Ana Luiza Fay
Cenário: Gabriel Fontes Paiva
Pesquisa documental e consultoria de repertório: Lucas Nobile
Preparação vocal: Ana Luiza
Assistente de direção: Ana Paula Lopez e André Prado
Assistente de direção musical: Hugo Linns
Coordenação técnica: André Prado
Desenho de som e operação: André Omote
Assistente de som: Gustavo Magrão
Direção de Palco: Dani Colazante

Montagem e operação: Cassio Omae
Camareiro: Jô Nascimento
Design gráfico: Teresa Maita
Fotografia de estúdio e cena: Priscilla Prade
Social mídia: Daniela Stirbulov
Gestão de Projeto: Luana Gorayeb
Assistentes administrativos financeiros: Beth Vieira e Rogério Prudêncio
Assistente de produção: Dairzey Abnara
Produção executiva: Camila Scheffer
Direção de produção: Dani Angelotti
Realização: Fontes Artes e Projeto Memória Brasileira

Serviço

Dominguinhos: Isso Aqui Tá Bom Demais

Temporada: 7 de setembro a 1º de outubro
De quinta a sábado, às 20h, e aos domingos, às 18h
Teatro Bravos – Rua Coropé, 88, Pinheiros

Ingressos: 

Plateia Premium – R$ 100
Plateia Inferior: R$ 100
Ingresso Popular – Balcão: R$ 50

Vendas onlinehttps://bileto.sympla.com.br/event/85114

Bilheteria: De terça à domingo das 13h às 19h ou até o início do último espetáculo. Formas de Pagamentos aceitas na bilheteria: Todos os cartões de crédito, débito e dinheiro. Não aceita cheques.

Classificação: 12 anos
Duração: 110 minutos
Capacidade: 611 lugares
Acessibilidade: Teatro acessível para PNE.
Sessão com interprete de libras toda sexta-feira.
Livreto em Braile disponível em todos os espetáculos

Acesse: www.dominguinhos.com.br
Instagram: https://www.instagram.com/dominguinhosmusical/
@dominguinhosmusical

Oficinas Culturais celebram o Dia Nacional do Teatro com  espetáculos e experimentações cênicas

A prontidão da atriz e do ator na cena

A prontidão da atriz e do ator na cena – Foto de Marina Lima

O teatro é uma das formas mais antigas de expressão artística, capaz de provocar emoções e explorar a profundidade da condição humana, e para comemorar o Dia Nacional do Teatro (19 de setembro), as Oficinas Culturais Maestro Juan Serrano, Oswald de Andrade e a Formação para Interior, que integram o Programa Oficinas Culturais, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e gerenciado pela Poiesis, terão uma programação pra lá de especial.

Técnicas para musicai

Localizada na periferia da zona noroeste de São Paulo, a Oficina Cultural Maestro Juan Serrano realiza a atividade “Quebrada – O Musical”: técnicas para interpretação teatral entre 6 de setembro e 4 de outubro. Aqui, o ator e diretor Pedro Abhull orientará os alunos na criação de cenas teatrais, utilizando exercícios vocais que abordam ritmo, afinação e movimento corporal, todos adequados ao contexto das realidades individuais dos participantes.

Espetáculo sobre as dores femininas, adaptações de obras e técnicas cômicas

Para as pessoas que circulam pelo Bom Retiro, região central de São Paulo, a Oficina Cultural Oswald de Andrade recebe o solo Trinta anos esta noite ou o espelho negativo, protagonizado pela atriz e diretora Dulce Muniz. A peça fica em cartaz nos dias 13 e 14 de setembro, quarta e quinta-feira, das 19h30 às 20h30, e explora a dor feminina, suas diversas manifestações e simbolismos. Vivências como a tortura, o desaparecimento de presos políticos e as histórias de mulheres, negros e indígenas nesses contextos de repressão completam a história.

Já o poder do riso será o destaque da oficina Corpo Cômico, voltada para uma pesquisa sobre o corpo e os gestos, com foco especial na exploração da comicidade. O diretor, ator e mímico Gabriel Guimard irá incentivar a turma a explorar a própria “personalidade cênica”, encontrando maneiras de criar momentos genuinamente engraçados. As aulas acontecem de 18 a 21 de setembro, de segunda a quinta-feira, das 19h às 21h30.

E o solo Criatura, uma autópsia, com a atriz Bruna Longo, mostra uma fusão entre o romance Frankenstein ou o Prometeu moderno e a vida de sua autora, a Mary Wollstonecraft (Shelley). A atriz embarca na adaptação da obra para o palco sob o ponto de vista da escritora inglesa, com apresentações entre 26 e 30 de setembro, de terça a sexta-feira, às 19h30, e sábado às 18h.

Texto teatral e preparação para atores

As atividades de Formação no Interior, realizadas em parcerias com Prefeituras de cidades fora da Capital, terá diversos encontros online.

É o caso de O Texto teatral como acontecimento – A palavra como matéria da cena, no qual o escritor e dramaturgo Victor Nóvoa passará trechos para leituras e que incentivam debates sobre a dramaturgia contemporânea. Cada participante criará breves textos de teatro, explorando diversas dimensões e potências da palavra. As aulas ocorrem nos dias 2,4,9 e 11 de outubro, das 14h às 16h.

Em A prontidão da atriz e do ator na cena abordará questões fundamentais sobre o treinamento, segurança e a preparação desses artistas: Como otimizar o corpo para o trabalho no palco? De que maneira colaborar e interagir com os colegas de cena? A conversa será no dia 5 de outubro, das 18h30 às 20h30, com Juliana Calligaris, atriz e professora teatral.

SERVIÇO:

Para assistir as peças teatrais, o público precisa retirar os ingressos com uma hora de antecedência. Algumas atividades exigem cadastro prévio, com os links de inscrições disponíveis abaixo.

OFICINA CULTURAL MAESTRO JUAN SERRANO

QUEBRADA – O MUSICAL: TÉCNICAS PARA INTERPRETAÇÃO TEATRAL

Coordenação: Pedro Abhull
6/09 a 4/10 – quartas-feiras – 14h30 às 16h30
Faixa etária: 14 anos
Inscrições abertas até 4/09 neste link | 12 vagas

Rua Joaquim Pimentel, 200 – Cohab Taipas – São Paulo (Próximo a pontos de ônibus)
Telefone: (11) 3971-3640 | Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
Para visitar a Oficina, agende antecipadamente pelo WhatsApp (11) 3971-3640.
No site Oficinas Culturais, o público encontra informações sobre as medidas sanitárias para combater a proliferação de Covid-19;
Acessibilidade: rampa de acesso para cadeirantes e barras de segurança no sanitário
Programação gratuita. Para conferir a programação completa acesse o site do programa Oficinas

OFICINA CULTURAL OSWALD DE ANDRADE

ESPETÁCULO: TRINTA ANOS ESTA NOITE OU O ESPELHO NEGATIVO

Coordenação: Dulce Muniz
13/09 a 14/09 – quarta e quinta-feira – 19h30 às 20h30
Faixa etária: 12 anos
Ingressos distribuídos 1h antes | 30 lugares

Ficha Técnica:

Autoria, direção e interpretação: Dulce Muniz
Músico/ Violinista: Beto Kpta
Cenários e figurinos: Núcleo do 184
Iluminação: Renata Adriana
Operadora de luz e som: Flávia Arantes
Pesquisa/Produção Executiva: Fernanda Arantes
Administradora geral do projeto: Flávia Arantes
Consultoria médica: Dra. Neusa Steiner
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto Comunicação | Márcia Marques
Gestão administrativa: Zé Renato/Cais Produção
Concepção, coordenação e direção geral: Dulce Muniz

OFICINA: CORPO CÔMICO

Coordenação: Gabriel Guimard
18/09 a 21/09 – segunda a quinta-feira – 19h às 21h30
Faixa etária: 16 anos
Inscrições abertas até 13/09 neste link | 20 vagas

ESPETÁCULO: CRIATURA, UMA AUTÓPSIA
Coordenação: Bruna Longo
26/09 a 30/09 – terça a sexta-feira às 19h30 e sábado às 18h
Faixa etária: 12 anos
Ingressos distribuídos 1h antes | 30 lugares

Ficha Técnica:

Concepção e elenco: Bruna Longo
Assistentes: Giovanna Borges e Letícia Esposito
Dramaturgia: Bruna Longo
Cenário: Bruna Longo e Kleber Montanheiro
Cenotécnica: Evas Carreteiro, Nani Brisque e Alício Silva
Figurinos: Kleber Montanheiro
Objetos: Bruna Longo
Desenho de luz: Rodrigo Silbat
Trilha: Bruna Longo
Fotos: Danilo Apoena
Design Gráfico: Kleber Montanheiro
Direção de Produção para esta circulação: Jota Rafaelli
Assistente de Produção: Amanda Chaptiska
Projeto contemplado pelo Prêmio Zé Renato de Teatro para a cidade de São Paulo

Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – São Paulo
Telefone: (11) 3222-2662 | Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira das 10h às 21h00, aos sábados das 11h às 18h.
Grupos artísticos que precisam ocupar espaços para ensaios devem agendar antecipadamente por e-mail informado no site da Oficina. Acessibilidade: rampa de acesso para cadeirantes.

FORMAÇÃO NO INTERIOR:
Classificação indicativa: 16 anos | Plataforma: Zoom

OFICINA: O TEXTO TEATRAL COMO ACONTECIMENTO – A PALAVRA COMO MATÉRIA DA CENA

Coordenação: Victor Nóvoa
2, 4, 9 e 11/10, das 14h às 16h
Inscrições abertas a partir de 11/09  – 25 vagas

PALESTRA: A PRONTIDÃO DA ATRIZ E DO ATOR NA CENA

Coordenação: Juliana Calligaris
5/10, das 18h30 às 20h30
Inscrições abertas a partir de 11/09 –  30 vagas

Tom na Fazenda faz temporada no Teatro FAAP até fim de setembro

Tom na Fazenda

Tom na Fazenda – Foto: Brunno Martins

A passagem da peça Tom na Fazenda em São Paulo, que tem à frente o ator e produtor Armando Babaioff, com direção de Rodrigo Portella, repetiu o sucesso recente de sua temporada de um mês em Paris, em março deste ano, quando teve todos os ingressos esgotados e fila de espera, no Théâtre Paris-Villette, com grande repercussão entre a imprensa da cidade e o público – foi o melhor público e bilheteria da casa dos últimos 20 anos.

Em São Paulo, foram mais de 7 mil ingressos vendidos, com entradas esgotadas muito antes do fim da temporada. Por conta da procura e de pedidos do público, a produção fechou mais dois meses de apresentações no Teatro Faap, de 9 de agosto até 28 de setembro, exclusivamente às quartas e quintas, e que irá acontecer concomitante com a turnê, já agendada no segundo semestre, pelo Norte e Nordeste nos finais de semana entre os meses de agosto e novembro.

“Nós queríamos muito estender a temporada em São Paulo e essa foi a forma que encontramos de continuar em cartaz na cidade e prosseguir com os compromissos já pré-agendados, mas em breve vamos voltar com mais uma nova temporada aqui, aos finais de semana”, diz o ator Armando Babaioff.

A peça, baseada na obra Tom à la Ferme, do autor canadense Michel Marc Bouchard, aborda a inabilidade do indivíduo para lidar com o preconceito, a impotência, a violência e o fracasso. Trata de assuntos caros ao Brasil: apesar da homofobia não ser o tema principal, é por causa dela que o destino dos personagens se dá, é uma peça sobre mentiras e relações de dominação. A produção brasileira, considerada pelo autor canadense a versão definitiva de seu texto, atravessou, bravamente resistindo, os piores anos da história do Brasil: sofreu censura, pois teve uma temporada cancelada – sem muitas explicações.

Na trama, o publicitário Tom (Armando Babaioff) vai à fazenda da família para o funeral de seu companheiro. Ao chegar, descobre que a sogra (Soraya Ravenle) nunca tinha ouvido falar dele e tampouco sabia que o filho era gay. Nesse ambiente rural e austero, Tom é envolvido numa trama de mentiras criada pelo truculento irmão (Gustavo Rodrigues) do falecido, estabelecendo com aquela família relações de complicada dependência. A fazenda, aos poucos, vira cenário de um jogo perigoso, em que quanto mais os personagens se aproximam, maior a sombra de suas contradições.

Idealizada pelo ator e produtor Armando Babaioff, que também assina a tradução, a encenação é dirigida por Rodrigo Portella. Tom na Fazenda traz no elenco Soraya Ravenle, Gustavo Rodrigues e Camila Nhary, além do próprio Babaioff.

A montagem de Tom na Fazenda no Brasil transformou a carreira do ator Babaioff. Além de a peça conquistar inúmeros prêmios em diversas categorias, incluindo melhor espetáculo, para o ator também tem sido uma grande surpresa: ele ganhou, além da amizade com o autor canadense, o direito de montar qualquer peça de Bouchard e, depois do sucesso no Festival d´Avignon, foi convidado para criar junto do parceiro Rodrigo Portella, um novo trabalho em coprodução com teatros internacionais para 2025.

Projeção internacional

A projeção internacional começou no verão de 2022, quando Tom na Fazenda participou do Festival d´Avignon, na França, para o público e programadores de teatros. Ao lado de cerca de 1700 espetáculos de diversos lugares do mundo, foi um dos destaques do evento. Além de Paris, estão programadas para a temporada 2023/2024 mais de 45 apresentações em 27 cidades, da França, Bélgica, Suíça, Marrocos e Portugal. Até 2026, há uma agenda de apresentações internacionais.

“Depois da pandemia, diante das inúmeras incertezas no cenário cultural brasileiro, num primeiro movimento de uma retomada das atividades, resolvi apostar mais uma vez na peça. Arquei com os custos para levar o trabalho para o Festival d´Avignon, acreditando na internacionalização do projeto. A ideia era ter dois ou três contratos com produtores internacionais para cobrir os gastos. Mais uma surpresa: as 21 apresentações da peça na cidade francesa tiveram ingressos esgotados. E a peça independente tem agora, pela primeira vez, uma vida internacional”, conta Babaioff.

Tom na Fazenda – A peça estreou em março de 2017 e, no Brasil, conquistou vários prêmios: da APCA, Shell, Cesgranrio, APTR, Questão de Crítica e Associação de Críticos de Teatro de Québec. Desde então, foram mais de 280 apresentações em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Montreal (interrompida pela pandemia), Avignon e Paris, com um público de mais de 45 mil pessoas.

FICHA TÉCNICA

Texto: Michel Marc Bouchard
Tradução: Armando Babaioff
Direção: Rodrigo Portella
Elenco: Armando Babaioff, Soraya Ravenle, Gustavo Rodrigues e Camila Nhary
Cenografia: Aurora dos Campos
Iluminação: Tomás Ribas
Figurino: Bruno Perlatto
Direção Musical: Marcello H.
Coreografia: Toni Rodrigues
Design Gráfico + Mídias Sociais: Victor Novaes
Direção de Produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela
Assessoria de Imprensa SP: Canal Aberto – Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes
Produção Executiva SP: Cláudia Barbot e Júlia Tavares
Idealização: Armando Babaioff (quadrovivo)

Serviço

TOM NA FAZENDA

De 09 de agosto a 28 de setembro
Horários: de Quartas e quintas, 20h
Local: Teatro FAAP (Rua Alagoas, 903, Higienópolis, São Paulo/SP)
Duração: 120 min
R$ 120,00 e R$ 60,00 (meia)
Sistema de vendas: bilheteria, telefone (11 3662-7233 / 11 3662-7234) e Site: http://www.faap.br/teatro

Muito riso e confusão em A Megera Domada 

Megera Domada

Megera Domada – Foto de Guilherme Assano

A Megera Domada é uma das peças mais famosas do grande dramaturgo inglês William Shakespeare. A comédia narra as confusões criadas por um grupo de pretendentes pela bela e doce Bianca, após saberem da decisão de seu pai controlador: ela só se casaria após o enlace de sua irmã mais velha, a indomável Catarina, que é refratária à natureza dos relacionamentos amorosos da época. É neste cenário que entra Petruchio que, na busca por um casamento de interesse, se dispõe a enfrentar a fera.  A tradução e a adaptação são dos dramaturgos e roteiristas Fabio Brandi Torres e Isser Korik, que também assina a direção. A peça teve sua estreia em dia 12 de outubro de 2021, no Teatro Folha, tendo no elenco Leonardo Miggiorin, Eduardo Leão, Leticia Tomazella, Lisandra Cortez e Sérgio Rufino.

A nova montagem estreará em 02 de setembro, no Teatro UOL, com novo elenco. Os cinco atores interpretam dezesseis personagens do texto original, numa troca rápida que vai além do figurino. A exigência de uma mudança interna para cada personagem, desafia os atores e exige um grande preparo técnico. Para a composição corporal foi convidado Tito Soffredini, neto do grande dramaturgo e diretor Carlos Alberto Soffredini (1939-2001), que é especialista na técnica de Klauss Viana), que fez um intenso trabalho de preparação.

Para facilitar a identificação da plateia com os vários personagens, uma brincadeira com sotaques brasileiros identificará cada um. Se na peça original eles nasceram em Pádua, Pisa ou Mântua, nesta montagem os sotaques passeiam entre mineiros, gaúchos ou paulistas do tradicional bairro da Mooca.  “Fui desafiado pelo Fabio a dirigir um texto de Shakespeare. Estranhei, pois meu trabalho sempre foi mais voltado para a comédia e para o popular, mas ele me provou que Shakespeare também tinha este caminho. E assim surgiu esta versão bem popular” conta Isser Korik.

Escrita em 1594, especialistas divergem sobre a intenção do autor: seria A Megera Domada um retrato da vida renascentista ou uma crítica aos costumes da época? Ao conhecermos os personagens, com seus discursos e crenças, fica clara a transformação que a sociedade viveu nestes mais de 400 anos, seja ela moral, ética ou a própria ideia do casamento, ao mesmo tempo mostra que ainda sobrevivem na sociedade atual alguns resquícios do pensamento da época. A adaptação se vale da estrutura original, que cria uma peça dentro da peça, para ampliar a discussão sobre a desigualdade de gênero. Mantendo a graça, a leveza, os romances e o humor do texto de William Shakespeare.

A Megera Domada

Comédia de William Shakespeare
Tradução e adaptação de: Fábio Brandi Torres e Isser Korik
Direção: Isser Korik
Elenco: Eduardo Semerjian, Leticia Tomazella, Lizandra Cortez, Marcelo Diaz e Pedro Lemos.
Gênero: comédia
Duração: 90 minutos
Recomendação: Livre
Estreia:  dia 02 de setembro, no Teatro UOL

Serviço

A MEGERA DOMADA. Estreia dia 2 de setembroTemporada – sábados às 22h e domingos às 20h. Até 26 de novembro de 2023.  – TEATRO UOL – Shopping Pátio Higienópolis – Av. Higienópolis, 618 / Terraço / tel.: (11) 3823-2323. Ingressos – R$ 80,00. Televendas: (11) / 3823-2423 / 3823-2737 / 3823-2323. Vendas online: www.teatrouol.com.br Capacidade: 300 lugares / Não aceita cheques / Aceita os cartões de crédito: todos da Mastercard, Redecard, Visa, Visa Electron e Amex / Estudantes e pessoas com 60 anos ou mais têm os descontos legais / Clube UOL e Clube Folha 50% desconto / Horário de funcionamento da bilheteria: sextas-feiras, das 16h às 21h; sábados, das 14h às 22h e domingos, das 14h às 20h; / Acesso para cadeirantes / Ar-condicionado / Estacionamento do Shopping consultar valor pelo tel: (11) 4040-2004 / Venda de espetáculos para grupos e escolas: (11) 3661-5896 ou (11) 99605-3094/ bel@conteudoteatral.com.br/Patrocínio do Teatro UOL: UOL, Folha de S. Paulo, Consigáz, Grupo Tecnoset, MetLife, Dasa Hospital 9 de julho e Dasa Salomão Zoppi.  

Ficha Técnica

A Megera Domada

  • Comédia de William Shakespeare
  • Tradução e adaptação de
  • Fábio Brandi Torres e Isser Korik
  • Iluminação e Direção: Isser Korik
  • Assistência de Direção: Mariana São João
  • Preparação Corporal de atores: Tito Soffredini
  • Elenco: Eduardo Semerjian, Leticia Tomazella, Lizandra Cortez, Marcelo Diaz e Pedro Lemos.
  • Cenografia: Paula de Paoli
  • Figurinos: Graziela Bastos
  • Trilha Sonora: Wagner Bernardes
  • Maquiagem: Patrick Aguiar
  • Fotografia: Guilherme Assano
  • Equipe de Palco: Isabela Alcântara, Mariana São João, Ricardo Koch Mancini
  • Assessoria de Imprensa: ARTEPLURAL Comunicação
  • Administração: San Marino
  • Prestação de Contas: Sonia Kavantan
  • Coordenação de Marketing: Emanoela Abrantes
  • Criação Gráfica: Designorama
  • Equipe técnica: Jardim Cabine
  • Mídias Sociais: Renata Castanho
  • Coordenador do Projeto e Produção: Will Siqueira
  • Realização: Referendum

 

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