O cantor e compositor Júca vai lançar o videoclipe de “Fogo” (parceria dele com Philippe Meyohas), nesta sexta, 6 de junho, em seu canal no YouTube. Cordas de violino e violoncelo, com arranjos de Meyohas, se fundem aos sopros e à percussão afro-brasileira de Dudu Rezende no single, que liga instrumentação acústica a texturas eletrônicas densas.
Dirigido por Júca e Jasmin Sánchez, também atriz, o clipe foi rodado nas pedras do Arpoador, no Rio de Janeiro, nos primeiros minutos do dia, assim que o sol desponta no horizonte. A direção de movimento ficou por conta da bailarina e coreógrafa Clara Francis, como parte de uma pesquisa que mapeia o trabalho de corpo e o espaço cênico enquanto território simbólico e político.
O clipe estará em seu canal de YouTube!
“Visualmente, Jasmim e eu conduzimos uma linguagem inspirada também na obra do cineasta Tony Gatlif, especialmente em filmes como ‘Latcho Drom’ e ‘Gadjo Dilo’, que exploram o deslocamento e a musicalidade como forma de identidade e expressão”, explica Júca.
O clipe não segue uma narrativa linear, mas propõe uma experiência visual em que o corpo se torna linguagem e paisagem. As performances de Larissa Machado, Ícaro Gaya, Rudá Sanches, Jasmin Sánchez, Clara Francis e Júca foram construídas com base em princípios do teatro físico e da dança contemporânea. E as imagens carregam ecos do presente que nos atravessa: os corpos que resistem, se deslocam e se reinventam.
Ao evocar uma imagética da subjetividade do sul global, a obra propõe uma reflexão a respeito da realidade de regiões e povos marcados por ocupações, expulsões e silenciamentos históricos – territórios onde populações inteiras vivem sob constante vigilância e negação de seus direitos mais básicos. Essas paisagens de conflito e deslocamento ecoam não só uma situação específica, mas uma condição mais ampla e compartilhada por muitos povos do sul global: viver entre escombros e invenção, entre apagamento e reinício.
A canção fala de fé em meio ao cansaço, e também da necessidade de reagir. A letra aponta para escolhas morais em tempos difíceis, para seguir em frente mesmo quando tudo parece desabar. “Essa tensão entre continuar e transformar é o que move a música — ‘Fogo’ herda o gesto do poeta-ladrão de fogo — como escreveu Rimbaud. Presente em muitos rituais e crenças, o fogo aparece aqui como símbolo antigo de travessia e transformação”, comenta o jovem artista, nascido no outono de 1993.
O clipe de “Fogo” busca ampliar o alcance da sua música, seguindo a coerência estética construída nos seus lançamentos. Ele chega depois de “Em Flor”, terceiro single do artista, lançado em maio. Júca vem trabalhando no seu primeiro álbum autoral, que deve chegar às plataformas ainda em 2025.
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