Mãe Baiana

Mãe Baiana no Teatro UFF a preços populares

Com texto criado a partir das escutas da filósofa Helena Theodoro, peça fala sobre a relação, memórias e perdas entre avó e neta e faz únicas apresentações em Niterói - Montagem integra a trilogia Matriarcas, idealizada pela atriz Vilma Melo e pelo produtor cultural Bruno Mariozz

por Redação

“Quando as pessoas são lembradas, elas não morrem”, disse a filósofa, escritora e professora Helena Theodoro nas conversas com as autoras Thaís Pontes e Renata Andrade, que escreveram a dramaturgia de “Mãe Baiana”. Com direção de Luiz Antonio Pilar, o espetáculo se apresenta pela primeira vez em Niterói nos dias 27 e 28 de abril no Teatro da UFF, com Dja Marthins e Luiza Loroza no elenco. No palco, a dupla interpreta avó e neta que, ao viver um momento de luto em família, vê a relação entre as duas renascer. O projeto é contemplado pelo edital SECEC-RJ, via Edital Lei Paulo Gustavo. O projeto tem a realização do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Paulo Gustavo.

O espetáculo faz parte da trilogia “Matriarcas”, que deu início com o monólogo “Mãe de santo” e que terminará com a peça “Mãe preta”, num projeto idealizado pela atriz Vilma Melo e o produtor cultural Bruno Mariozz. Mãe Baiana parte da perda de um filho, fato que Helena Theodoro viveu quando seu menino de quatro anos morreu afogado. Apesar da premissa triste, as autoras preocuparam-se em não pesar o espetáculo, até porque a personagem da avó – assim como a autora – sofre, mas entende a morte. No início, a neta não compreende, mas passa a entender ao longo da história.

Todo o pensamento da filósofa e primeira doutora preta do Brasil, Helena Theodoro, passa por suas experiências pessoais e afirma o princípio feminino preto com todas as suas possibilidades de existir, conservar, transformar e melhorar o mundo.

“Esse espetáculo é sobre relações – sobre relação de avó e neta, relação com a morte, com a cozinha, com a religião. A gente vai se transformando nos nossos, a gente vai se vendo… Escrever com a Renata Andrade foi um doce exercício de memórias, em que fomos lembrando histórias das nossas famílias”, conta Thaís Pontes, que recorda as conversas com a avó durante as madrugadas na cozinha de casa.

Para o diretor Luiz Antonio Pilar, a concepção de “Mãe baiana” nasce da proposta do texto. Nele, estão os conflitos de gerações e de conceitos entre uma jovem mulher de seus 20 e poucos anos e sua avó, octogenária.

“Um conflito que não significa necessariamente violência ou brigas, mas as diferenças de ideias de tempos que já passaram. São dois mundos diferentes que hoje estão no mesmo espaço”, analisa o diretor, que fala também sobre a perspectiva racial da montagem. “Me ressinto com a dramaturgia nacional que quando vai falar do negro, principalmente o urbano, é sempre no conflito da violência. A questão nunca é contraditória ou está na diferença de perspectiva. É sempre no jovem negro matando ou morrendo, da família desconstruída, da falta de afeto. Em ‘Mãe baiana’ o conflito está inserido numa sociedade cotidiana e na família geracional, constituída por mulheres, convivendo no mesmo espaço”, finaliza Pilar.

O cenário criado por Renata Mota e Igor Liberato é composto por ambientes de uma casa, divididos entre sala, cozinha e quintal, onde avó e neta conversam, cozinham e recordam as histórias da família. No quintal, são usados dez quilos de terra e de sementes de girassol.

Ficha técnica:

Argumento: Helena Theodoro | Texto: Thaís Pontes e Renata Andrade

| Direção: Luiz Antonio Pilar | Elenco: Dja Marthins e Luiza Loroza | Direção Musical: Wladimir Pinheiro | Direção de Produção: Bruno Mariozz | Diretora Assistente: Lorena Lima | Iluminação: Anderson Ratto | Figurino: Clívia Cohen | Cenário: Renata Mota e Igor Liberato | Elementos Cenográficos: Clívia Cohen | Programação Visual: Patricia Clarkson | Design Gráfico: Rafael Prevot | Comunicação: Natasha Arsenio | Assessoria de Imprensa: Roma Comunicação | Produção Executiva: Walerie Gondim | Assistente de Produção: Mariana Pantaleão | Artesãs: Cíntia Miller, Winnie Nicolau, Ludmila Azevedo, Maria de Paiva | Cortador: Alex Coutinho | Cenotécnico: André Salles | Coordenação Financeira: Ingryd Cardozo | Contabilidade: Davi Andrade | Idealização: Bruno Mariozz e Vilma Melo | Produção e Realização: Palavra Z Produções Culturais

SERVIÇO

Espetáculo: Mãe Baiana

  • Apresentações: 27 e 28 de abril
  • Dias e horários: Sábado às 20h e domingo às 19h
  • Local: Centro de Artes UFF
  • Endereço: Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí – Niterói
  • Ingressos: R$30 (inteira) – R$15 (meia)
  • Vendas: https://www.guicheweb.com.br/mae-baiana-19h_30421
  • Duração: 50 minutos
  • Classificação: 12 anos
  • Redes sociais: @maebaiana.teatro

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