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Magé revela memórias escondidas no fundo da Baía de Guanabara

Mostra fotográfica, realizada pelo Projeto Do Mangue ao Mar, expõe preciosidades da região

por Redação

O município de Magé se destaca pelo seu patrimônio natural e cultural, ainda desconhecido por muitos turistas, mas que ilustra parte da história do Brasil. Com o objetivo de evidenciar a beleza e importância da região, o Projeto Do Mangue ao Mar — realizado pela ONG Guardiões do Mar, em convênio com a Transpetro — lançará a mostra fotográfica ‘Varal de Memórias de Barão de Iriri’. A exposição poderá ser visitada, a partir de 15/09, na Associação de Moradores e Amigos de Barão de Iriri e Nova Orleans (Amanobi).

Com registros do fotógrafo Rodrigo Campanário, o Varal de Memórias surgiu a partir de uma parceria piloto com a Secretaria de Educação de Magé, na implementação do Programa de Educação Ambiental para o Combate ao Lixo do Mangue ao Mar (PEA-CoaLiMMar), realizado na Escola Municipal Barão de Iriri. A mostra é uma proposta de educomunicação baseada nesse documento inspirador e orientador, que busca traçar estratégias para sensibilizar a sociedade sobre a urgência em combater a poluição e promover a conservação do nosso litoral.

“A nossa equipe percebeu que os moradores não valorizam a beleza e importância histórica do local”, conta o fotógrafo Rodrigo Campanário. A história de Magé vem sendo narrada localmente, ao longo dos anos, a partir da sua relevância histórico-cultural, que começou a ser escrita em torno da bacia do rio Inhomirim, com o início do transporte ferroviário no Brasil, e por abrigar dois dos principais portos do país durante o Período Imperial. “Os moradores contam inúmeras narrativas como uma coisa trivial, e na verdade não são. Essa compreensão pode ser alargada a partir de ações socioambientais que envolvem diferentes saberes de uma comunidade local. Queremos mostrar toda essa potência para o desenvolvimento do turismo regional (com foco no Turismo de Base Comunitária – TBC) e, principalmente, valorizar esses espaços comunitários, ajudando a preservar as memórias e histórias de Magé a longo prazo”, complementa Rodrigo.

Da linha do trem, passando pela centenária árvore Tamarineira ao ponto da pregação da fé afrodescendente em Praia da Santa, com sua imagem de Iemanjá, e no importante sítio arqueológico de índios tupinambás, o Varal de Memórias destaca as preciosidades culturais e ambientais de Barão de Iriri, que abriga uma parcela da Mata Atlântica intacta, importantes áreas de manguezais altamente preservados, além de uma bela vista da baía de Guanabara. O município de Magé se destaca ainda como o segundo com maior área inserida no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, representando, aproximadamente, 35% dessa unidade de conservação.

“Esse projeto piloto implementado em Barão de Iriri visa contribuir para que haja conexão entre a escola, a associação de moradores e poder público com a sociedade. A dimensão pedagógica do projeto – que agora culmina nesta mostra fotográfica – veio dos anseios dos moradores dessa área de Preservação Ambiental, que sofrem com o crescimento urbano, perda de vegetação nativa e com o problema do lixo. Explorando com estes grupos o encantamento e a sensibilização na descoberta do território que residem, instigamos diferentes temáticas em aulas práticas e debates que explorassem as belezas dessa preciosidade da Baía de Guanabara”, explica Sebastião Soares, educador ambiental do Projeto Do Mangue ao Mar.

Mobilização social

O Programa de Educação Ambiental para o Combate ao Lixo do Mangue ao Mar (PEA-CoaLiMMar), que inspirou a criação do Varal de Memórias, é uma oportunidade de mobilização social de diversos setores e grupos da sociedade, possibilitando o debate acerca das realidades locais para amparar a elaboração ou implementação de suas ações. Dessa forma, conseguem amplificar as suas vozes e contribuir para o desenvolvimento socioambiental.

A proposta desse plano, que tem como alicerce a valorização do meio ambiente local e das comunidades que vivem nele, é atuar em total sinergia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), desenvolvendo cadernos temáticos com ações práticas em cocriação com os diversos públicos. A comunidade escolar, gestores do governo ou da sociedade civil, povos tradicionais, profissionais liberais e diversos outros segmentos sociais poderão implementar o programa, que será lançado em breve pelo Projeto Do Mangue ao Mar.

Projeto Do Mangue ao Mar

O Projeto Do Mangue ao Mar – realizado pela ONG Guardiões do Mar, em convênio com a Transpetro – une ambientalistas, lideranças e juventude de comunidades tradicionais (pescadores artesanais, caiçaras, catadores de caranguejo, indígenas e quilombolas) para fomentar o protagonismo dos povos do mar. Juntos, eles buscam soluções para os problemas socioambientais diagnosticados, incentivam o turismo de base comunitária com a valorização da cultura local, além de realizarem formações continuadas, atividades de educação ambiental crítica, pesquisas e eventos no entorno das Baías de Guanabara e Sepetiba.

Atuando com conservação de manguezais e democratização de conhecimento sobre os ambientes costeiros marinhos, o projeto oferece pagamento de serviço ambiental para catadores de caranguejo e pescadores artesanais, via transferência de renda para trabalho de limpeza nos manguezais. Eles são importantes aliados no combate a emergências climáticas, além de oferecerem serviços ecossistêmicos que fomentam a socioeconomia e sociobiodiversidade local.

A ONG Guardiões do Mar, há 25 anos produz e apoia a ciência, promovendo o protagonismo juvenil e mobilizando comunidades para a conservação e/ou restauração de ecossistemas costeiros, em especial no combate ao lixo no mangue e no mar. Siga as redes da @guardioesmar e do @mangueaomar para apoiar o futuro dos manguezais brasileiros.

Transpetro

A Transpetro opera 49 terminais (28 aquaviários e 21 terrestres), cerca de 8,5 mil quilômetros de dutos e 36 navios. A empresa é a maior companhia de logística multimodal de petróleo, derivados e biocombustíveis da América Latina.  A Transpetro presta serviços a distribuidoras, à indústria petroquímica e demais empresas do setor de óleo e gás. A carteira da maior subsidiária da Petrobras conta com mais de 170 clientes.

SERVIÇO

Exposição Varal de Memórias de Barão de Iriri
Período: 15/09 (sexta) das 14h às 18h; 16/09 (sábado) e 17/09 (domingo), das 10h às 18h
Para agendamento de outras datas: dulceeabreu@yahoo.com.br e aamanobi@gmail.com
Local: Associação de Moradores e Amigos de Barão de Iriri e Nova Orleans (Amanobi) – Rua Nancy Lira, Q 09, L01 – Balneário Nova Orleans – Magé
Entrada: Grátis
Classificação etária: Livre

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1 comentário

ELIZETE MEDEIROS SANTOS NERY setembro 8, 2023 - 7:04 am

Barão de Iriri um bairro do 1⁰ distrito de Magé, tem manguezal exuberante e é banhado pelas águas da Baía de Guanabara, precisa de mais cuidado por parte da Prefeitura. Mas é Lindo demais 🤩

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