Maio Roxo: Campanha de conscientização contra as doenças inflamatórias intestinais

O problema não tem cura, mas especialista explica formas de tratamento que resgatam a qualidade de vida do paciente 

por Redação
Dra Márcia Umbelino

No mês de maio é realizada a campanha de conscientização sobre a Doença Inflamatória Intestinal, doença que afeta cerca de 10 milhões de pessoas no mundo. Infelizmente, a doença não possui cura, mas os tratamentos melhoram a vida do paciente que convive com ela. A especialista em tratamento preventivo, Márcia Umbelino, explica: “As doenças inflamatórias intestinais surgem por uma reação inadequada e agressiva do sistema imunológico às bactérias naturais do intestino. Ou seja, o organismo ataca a parede de tecido do intestino provocando feridas. Com o decorrer do tempo, sem tratamento, ela pode desencadear problemas graves como um câncer no intestino”, conclui a médica.

Segundo  estudo realizado com dados do Datasus, no Brasil, são 100 casos para cada 100 mil habitantes no sistema público, sendo a maior concentração nas regiões Sudeste e Sul. Existem diferentes tipos de doenças inflamatórias intestinais, porém as principais são a doença de Crohn, que é uma inflamação intestinal que atinge todo o sistema digestivo, desde a boca até o ânus, e  estudo publicado na revista The Lancet Regional Health Americas, apontou que a doença de Crohn cresce 12% ao ano no Brasil. E a retocolite ulcerativa que pode atingir partes ou todo o intestino grosso. A especialista sinaliza sobre os sintomas que as doenças causam: “As doenças causam diferentes consequências , mas têm os  sintomas em comum:  desconforto abdominal; sensação de barriga estufada; dor; cólicas; alternância entre períodos de diarreia e de prisão de ventre; flatulência (gases) exagerada; sensação de esvaziamento incompleto do intestino; queimação. Esses sintomas ainda se agravam na ingestão de alimentos e bebidas que contenham cafeína, álcool e muita gordura”, acrescenta Márcia.

A causa também está relacionada a fatores diversos, como genéticos, imunológicos, ambientais, alimentares e alteração da flora intestinal. Por isso, é muito importante, até para prevenção em casos de pessoas que tem histórico familiar da doença, cuidar da alimentação, realizar exercícios físicos e, caso apresente sintomas, realizar exames e ter acompanhamento médico. já que o diagnóstico pode apresentar demora. 

A doença geralmente, manifesta-se entre os 14 e 24 anos, e podem ter diversas causas, como:

  • Contrações exageradas depois da ingestão de alimentos gordurosos ou em resposta ao estresse; 
  • Hipersensibilidade dos receptores nervosos da parede intestinal à falta de oxigênio, distensão, conteúdo fecal, infecção e às alterações psicológicas;
  • Níveis elevados de neurotransmissores (como a serotonina, por exemplo) no sangue e no intestino grosso;
  • Infecções e processos inflamatórios;
  • Depressão e ansiedade.
  • Predisposição do organismo a ter inflamações

O paciente com sintomas, ou diagnóstico precisa realizar tratamentos que diminuam essa inflamação, a médica explica que o paciente pode realizar diferentes tipos de tratamento e que a doença tem como ser controlada, levando uma qualidade de vida a quem desenvolveu ela. “A soroterapia é uma alternativa por ser uma técnica que coloca substâncias anti inflamatórias, de forma endovenosa, sendo absorvidas de maneira mais rápida e eficaz pelo organismo”, acrescenta Márcia. 

O uso da canabinoide também pode ser uma alternativa, pois o corpo possui receptores para a substância praticamente no corpo todo, um dos lugares é o intestino. “Pesquisas indicam que o medicamento diminui consideravelmente os sintomas, além de possuir características anti inflamatórias”, completa a especialista. 

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