Marco Nanini

Marco Nanini estreia ‘Traidor’ no Rio de Janeiro

Escrito e dirigido por Gerald Thomas especialmente para o ator, espetáculo teve lotação esgotada em São Paulo, Belo Horizonte e no Festival de Curitiba

por Redação

Há 18 anos, estreava ‘Um Circo de Rins e Fígados’, montagem que reuniu pela primeira vez os talentos de Marco Nanini e Gerald Thomas. O trabalho rendeu uma bem-sucedida trajetória, com direito aos principais prêmios da época e diversas temporadas. Quase duas décadas depois, o encontro desses dois ícones do teatro brasileiro resultou em mais um espetáculo: ‘Traidor’, que estreou em São Paulo com uma temporada de lotação máxima, feito que se repetiu em Belo Horizonte e com as sessões no 32º Festival de Curitiba, que esgotaram cinco mil lugares um mês antes das apresentações. Após o imenso sucesso, ‘Traidor’ chega ao Rio de Janeiro para uma temporada durante o mês de abril no Teatro Prio.

Produzido por Fernando Libonati, o novo trabalho foi sendo criado ao longo do último ano, a partir de uma intensa troca de mensagens entre o trio formado por Nanini, Gerald e Libonati. Entre as estreias de ‘Um Circo de Rins e Fígados’ e ‘Traidor’, o mundo sofreu transformações irreversíveis, como o trauma pós-pandêmico, a incontornável revolução digital com suas inteligências artificiais, o virtual substituindo o mundo real e a ruptura democrática sofrida em diversas escalas mundo afora. O texto da atual peça foi criado sob influência deste caldeirão contemporâneo, no estilo que consagrou Gerald Thomas.

E o ponto de partida foi justamente o espetáculo anterior, que é retomado e citado em algumas cenas, ainda que todo o mote agora seja outro. Desta vez, Nanini está isolado em uma ilha, é acusado de algo que ele não cometeu e dialoga com a própria consciência, com seus fantasmas e suas reflexões sobre o passado, o presente e o futuro. É como se toda a ação se passasse dentro de sua cabeça:

‘Se houvesse um cruzamento entre Kafta e Shakespeare, então esse seria ‘Traidor’, uma espécie de híbrido entre o Joseph K, de ‘O Processo’, e Próspero, de ‘A Tempestade’, cuja mente renascentista olha para o futuro da civilização, perdoa seus detratores e os absolve’, resume o diretor.

Entre a tragédia e o humor, o otimismo e o pessimismo, Nanini conversa consigo mesmo e com as suas indagações, materializadas no elenco formado por Apollo Faria, Hugo Lobo, Marllon Fortunato e Wallace Lau.

A montagem traz a concepção visual do próprio Gerald Thomas, com figurinos de Antonio Guedes, iluminação de Wagner Pinto e a cenografia de Fernando Passetti.

‘Traidor’ marca ainda a volta de Nanini ao teatro, depois da pandemia e um período em que emendou trabalhos no audiovisual. Após ‘Ubu Rei’ (2017), seu último espetáculo, ele esteve em novelas, estrelou o premiado longa ‘Greta’, de Armando Praça, atuou nas séries ‘Sob Pressão’ e gravou ‘João Sem Deus’, que acaba de estrear no streaming.  Ainda no período de isolamento, ele idealizou e produziu ‘As Cadeiras’ junto com Fernando Libonati, que também dirigiu a adaptação do clássico de Ionesco. Nesta temporada, o ator ainda lançou a biografia ‘O Avesso do Bordado’ (Companhia das Letras), escrita pela jornalista Mariana Filgueiras ao longo dos últimos cinco anos.

Reconhecido pela meticulosa construção de cada personagem e o apreço pelos ensaios, Nanini reconhece que o teatro segue sendo um oxigênio vital e indispensável, o que é reiterado por Gerald:

‘Nanini é o ator mais intenso que conheço. Não tenho dúvidas do que estou dizendo. Digo isso como diretor, mas também como autor. Como eu dirijo em pé, a um metro de distância dele, ouço cada respiração. Chego no hotel e continuo ouvindo a sua voz. Volto a ler o texto, faço a revisão e a voz. A voz do Nanini. Lá está, a voz. Cada respiração dele. Que prazer é, mesmo que só de 18 em 18 anos, escrever pra ele e dirigi-lo, ter Marco Nanini pela frente é tudo’, celebra o diretor.

MARCO NANINI em ‘TRAIDOR

Texto, direção e concepção visual GERALD THOMAS
Elenco Apollo Faria, Hugo Lobo, Marllon Fortunato e Wallace Lau
Iluminação WAGNER PINTO
Cenografia FERNANDO PASSETTI
Figurinos ANTONIO GUEDES
Direção Musical e Trilha Sonora ALÊ MARTINS
Direção de Movimento DANI LIMA
Assistente de Direção SAMUEL KAVALERSKI
Direção de Produção FERNANDO LIBONATI
Coordenação de Produção CAROLINA TAVARES

Serviço

Teatro PRIO
Jockey Club Brasileiro – Av. Bartolomeu Mitre, 1110

Temporada de 4 a 28 de abril
Quintas, sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 19h.

Ingressos a R$ 160 e R$ 80 (meia) à venda pela Sympla

Duração: 70 minutos
Autoclassificação: 16 anos

Você pode gostar

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceito Leia mais

Share via