Mathews Silva lança seu primeiro longa-metragem como diretor

por Redação
Mathews Silva

Com 29 anos de idade, Mathews Silva dirige projetos que abordam temas que provocam debates, como conscientização e prevenção ao suicídio,  homofobia e fanatismo.  Ele lança em maio nos cinemas seu primeiro longa-metragem como diretor: “Jasmine”. A produção, que conta sobre o assassinato de uma famosa artista num show, tem no elenco nomes como Marjorie Gerardi, Kayky Brito e Ângela Dip.

 Seu trabalho de estreia cinematográfica em 2022 foi o curta-metragem “Passos”, estrelado por Gabi Lopes e Kayky Brito. A obra conquistou os títulos de Melhor Roteiro e Melhor Filme no Festival de Cinema de São Paulo e de Melhor Direção de Arte no Brazil New Visions. Depois disso, ele lançou outros cinco curtas, como “Bom Comportamento”, que lhe rendeu o prêmio de Melhor Direção no LGBT+ Los Angeles Film Festival.

Formado em publicidade pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Mathews Silva também é diretor de vídeos de moda e tem no currículo trabalhos para marcas como Calvin Klein, Puma, C&A, Ford Models, Vogue e Happers Bazaar. Em entrevista ao site SOPA CULTURAL, Mathews Silva fala mais sobre os seus projetos.

SOPA CULTURAL : Você lança, em 16 de maio , seu primeiro longa nos cinemas: Jasmine. Conte sobre esse projeto.

Mathews Silva :  “Jasmine” é um filme muito especial para mim, não apenas por ser meu primeiro longa-metragem, mas porque representa a culminação de diversos curtas que tive o privilégio de dirigir ao longo da minha carreira. Essa história reúne temas profundos e instigantes, como a objetificação feminina, a dualidade entre aparência e realidade, a solidão, a luta de uma artista para brilhar e a batalha de uma mulher por justiça. Mais do que um filme, “Jasmine” é um projeto pelo qual tenho um carinho imenso. Ele é um filme de suspense, um gênero ainda pouco explorado no cinema brasileiro. Fico, aliás, muito orgulhoso em ser um dos diretores brasileiros que busca promover o cinema de gênero e trazer para a audiência obras com uma linguagem diferente. O propósito de “Jasmine” é contar uma história envolvente, com qualidade e que despertasse no espectador sensações de mistério e inquietação, além de desafiá-lo com reviravoltas e enigmas. Para isso, contamos com um elenco incrível, incluindo Angela Dippe, Kayky Brito, Gabi Lopes e Marjorie Gerardi, que ajudaram a dar vida a essa trama cheia de nuances e surpresas

SOPA CULTURAL: Você vai fazer seu debut com 29 anos de idade e apenas 3 (correção: 3 anos como diretor de cinema e 4 anos como assistente de direção) de trabalho cinematográfico. Como se preparou para essa oportunidade?

Mathews Silva: Me preparei intensamente para esse momento, estudando, assistindo a muitos filmes e buscando referências, um processo essencial para qualquer cineasta. Acredito que quanto mais referências temos, mais apuramos nosso olhar e mais original se torna o nosso trabalho. Identificação e repertório são fundamentais para contar uma história de forma autêntica. Foram anos de dedicação. Passei três anos como diretor, mas minha trajetória na indústria já soma sete anos, sendo os primeiros quatro como assistente de direção e explorando diferentes funções dentro do cinema. Sempre busquei entender a fundo cada etapa da produção, respeitando meu tempo e adquirindo a experiência necessária antes de dar o passo para a direção de um longa. Esse processo de aprendizado e amadurecimento aconteceu também por meio da criação, produção e realização de nove curtas-metragens, que pavimentaram o caminho até este momento tão especial.

SOPA CULTURAL: Quais os desafios de fazer cinema no país? Acha que os recentes prêmios de filmes nacionais pelo mundo como Ainda Estou Aqui, vai facilitar para que novos diretores (e outros profissionais da área)?

Mathews Silva: Fazer cinema no Brasil é um grande desafio, mas o mercado está mudando e se fortalecendo. Estamos retomando nossa capacidade de produzir grandes filmes, e o recente reconhecimento de Ainda Estou Aqui no Oscar é uma prova disso. Esse feito reforça a potência do cinema brasileiro e sua capacidade de contar histórias grandiosas e universais. Temos diretores, produtores e roteiristas talentosos, com projetos repletos de potencial. Apesar das dificuldades, estamos avançando para um novo momento, onde diferentes perspectivas podem enriquecer ainda mais nossa cinematografia. Novos olhares trazem novas histórias, exploram diferentes gêneros e ampliam as possibilidades do nosso cinema.

SOPA CULTURAL:  Você já fez curtas que ganharam projeção por festivais internacionais. Todos sempre com histórias que têm os assuntos relevantes para debates na sociedade, como homofobia e suicídio. Acha que a arte tem essa obrigação de levar o público a refletir?

Mathews Silva : Com certeza. Acredito que cada diretor tem uma visão única sobre esse assunto. Para mim, o cinema é mais do que entretenimento; é uma ferramenta poderosa para provocar reflexão. Meu propósito como cineasta é garantir que cada filme que dirijo traga uma mensagem significativa para o público. Na minha visão, a arte tem a responsabilidade de comunicar algo a todos os espectadores. Meus filmes, geralmente suspenses e melodramas, sempre carregam uma mensagem, um ponto de questionamento sobre nossa sociedade. Quero que, ao final de cada história, o público saia não apenas envolvido com a trama, mas também refletindo sobre aquilo que acabou de assistir.

SOPA CULTURAL : Mesmo faltando um tempo para estreia de Jasmine, Mathews Silva já tem novos projetos previstos?

   Sim, tenho alguns projetos em desenvolvimento, mas ainda não posso revelar muitos detalhes. No momento, meu foco está no lançamento do meu próximo filme, protagonizado por Bruna Mascarenhas. Estou muito empolgado com o que está por vir e, em breve, teremos novidades para compartilhar com o público.

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