Mortos - Vivos

Mortos -Vivos – uma Ex-Conferência em quatro únicas sessões no Teatro Ipanema

Com dramaturgia de Alex Cassal e direção de Renato Linhares, traz metáfora impactante sobre as mazelas do mundo contemporâneo

por Redação

Depois de passar, nos últimos anos, pelos festivais Cena Brasil Internacional do Rio de Janeiro e FIT – Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto, e uma longa temporada no SESC Belenzinho em São Paulo, o espetáculo MORTOS-VIVOS – UMA EX-CONFERÊNCIA chega ao Teatro Ipanema onde se apresenta de 13 a 16 de abril ( qui, sex e sáb às 20h e dom às 19h). O texto de Alex Cassal, dirigido por Renato Linhares, parte da premissa fantástica de que o apocalipse zumbi é fato, neste momento. A peça do grupo carioca Foguetes Maravilha, que este ano comemora 15 anos de existência, é uma metáfora sobre as mazelas do mundo contemporâneo, e uma conferência é realizada para descobrir as armas necessárias para enfrentar esses temidos zumbis.

No enredo, o apocalipse zumbi já aconteceu, e neste exato momento cadáveres animados e famintos andam pelas ruas da cidade. A montagem é uma espécie de conferência à beira do abismo, onde quatro especialistas analisam a crise que tomou o mundo e instruem os espectadores sobre estratégias de sobrevivência. O mundo como era antes acabou. Não há mais governo, sinais de trânsito, produtos de supermercado, etiqueta social, amenidades. O que resta é a sobrevivência, resta saber do que é possível abrir mão para garantir essa sobrevivência.

MORTOS-VIVOS – UMA EX-CONFERÊNCIA explora com humor a imagem desses cadáveres-vivos para refletir sobre questões como xenofobia, fascismo, preconceito, tortura, a banalidade do mal e a atração pela violência. Para o diretor e ator Renato Linhares, que está há 13 anos no Foguetes Maravilha e dirige a montagem apocalíptca, esse morto-vivo serve de metáfora para discutir as relações sociais no Brasil da atualidade, em que o convívio com a diferença tornou-se algo difícil de ser exercitado. “O zumbi é sempre o outro, aquele que é semelhante, mas alienígena, aquele que nos ameaça com sua presença. Para enfrentá-lo, todas as armas são permitidas: o isolamento, a agressão, até a destruição completa.”, pontua ele.

Com humor rasgado, muita ironia e discursos teóricos, os Foguetes Maravilha trazem para a cena a guerra de polaridades que assola o Brasil aliada a sensação de fim do mundo. “Durante todo o espetáculo fazemos questionamentos ao público traçando paralelos éticos e políticos, pois o teatro ainda consegue ter a magia de reunir em um mesmo espaço pessoas com posicionamentos ideológicos distintos, sem que isso necessariamente se torne um embate carregado de discursos de ódio. O teatro é um espaço transformador, que promove o pensamento coletivo. Talvez por ser historicamente um território que permite o convívio de ideias contraditórias”, acredita o diretor, Renato Linhares.

Foguetes Maravilha

MORTOS-VIVOS – UMA EX-CONFERÊNCIA – nova realização dos Foguetes Maravilha – estreou no Festival Cena Brasil Internacional (RJ). A companhia já realizou as montagens Ele Precisa Começar, Ninguém Falou Que Seria Fácil e Síndrome de Chimpanzé. Sua mais recente criação (2022) ´o espetáculo SUBTERRÂNEO – UM MUSICAL OBSCURO, uma cocriação com o grupo português MÁ_CRIAÇÃO. Em suas produções explora modos de estar em cena e de se relacionar com o público. Suas encenações borram os limites entre palco, plateia, ficção e realidade, e empilham camadas de significados, linguagens e procedimentos artísticos, criando um território híbrido e fluido. A Foguetes Maravilha busca por um teatro calcado na comunicação com os espectadores e na revelação dos mecanismos cênicos, convidando o público a questionar seu próprio papel no mundo.

Sinopse

O apocalipse zumbi já aconteceu, e neste exato momento cadáveres animados e famintos andam pelas ruas de nossa cidade. Como enfrentar esta ameaça? Como combater hordas de mortos-vivos insaciáveis que invadem as casas e despedaçam nossos entes queridos? Como discutir ética com um ser inarticulado que está tentando mastigar o nosso cérebro? O mundo que conhecíamos acabou: não há mais governo, sinais de trânsito, produtos de supermercado, etiqueta social, amenidades. Há apenas a sobrevivência. Do que mais estamos dispostos a abrir mão para garantir a nossa sobrevivência? Nesta espécie de conferência à beira do abismo, quatro especialistas analisam a crise que tomou o mundo e instruem os espectadores sobre as estratégias de sobrevivência mais efetivas.

Serviço::

“MORTOS-VIVOS – UMA EX-CONFERÊNCIA”

  • Quando: 13, 14, 15  e 16 de abril
  • Dia/ Hora: (qui a sáb às 20h; dom às 19h)
  • Onde: Teatro Ipanema
  • Endereço: R. Prudente de Morais, 824 – Ipanema, Rio de Janeiro – RJ, 22420-040
  • Telefones: (21) 2523- 9794
  •  Ingresso: R$40/ R$20
  • Faixa etária: 14 anos
  • Duração: 90 min
  • Gênero: comédia

Ficha Técnica

  • Texto: Alex Cassal
  • Direção: Renato Linhares
  • Com: Felipe Rocha, Lucas Canavarro, Renato Linhares e Stella Rabello
  • Assistência de direção: Fábio Osório Monteiro
  • Colaboração artística: Marina Provenzzano e Tereza Alvarez
  • Direção de produção: Aninha Barros
  • Iluminação: Tomás Ribas
  • Cenografia: Estúdio Chão – Adriano Carneiro de Mendonça e Antonio Pedro Coutinho
  • Figurinos: Antônio Medeiros e Guilherme Kato
  • Direção Musical: Domenico Lancellotti
  • Consultoria de som: Léo Moreira
  • Desenho de som: Francisco Slade
  • Caracterização: Rodrigo Bastos
  • Técnica de som: Joana Guimarães
  • Técnico de luz: Tainã
  • Programação visual: Lucas Canavarro
  • Fotos: Francisco Costa
  • Realização: Foguetes Maravilha
  • Texto escrito com suporte da Residência Días Hábiles – O Espaço do Tempo, Montemor-o-Novo, Portugal

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