Vai ter troco

Muita risada e reflexão no filme Vai Ter Troco

por Waleria de Carvalho

Fazer rir é uma tarefa difícil. Conseguir arrancar gargalhadas durante uma hora e meia de filme sobre um assunto que tanto incomoda o povo brasileiro torna-se ainda mais complexo. O filme Vai ter Troco, dirigido por Mauricio Eça e com produção de Diane Maia, estreia em Rede Nacional, nesta quinta-feira (17 de  agosto), abordando, de forma hilariante, a nossa política e a diferença de classes. Após a pandemia, a desigualdade se mostrou ainda mais latente e muita gente faz graça com ela, o que, infelizmente, não ocorre apenas na ficção. No filme, patrões arrogantes, hipócritas e maus pagadores fazem de tudo para não quitar o salário das duas empregadas, Tonha (Evelyn Castro) e Zildete (Nany People), e do motorista Nivaldo (Edmilson Filho), que trabalham há anos para a família. Para dar o troco aos patrões cara de pau, um plano é arquitetado e tudo vira uma grande confusão.

O empresário Afonso (Marcos Veras) e Sarita (Miá Mello), além dos filhos do casal, Jonh Jonh (Nicholas Torres) e Miranda (Giovana Grigio), são daqueles que só olham para o próprio umbigo assim como o senador Vespúcio (Saulo Laranjeiras) metido junto com Afonso nas falcatruas de desvio de merenda e muitos dólares para o exterior. Transmutar o personagem do deputado João Plenário de um dos quadros do humorístico A Praça é Nossa para o de senador Vespúcio de Vai Ter Troco tendo o mesmo ator para ambos os papeis é uma grande sacada.

Todo o elenco cumpre bem a sua função, fazendo o público se divertir ao mesmo tempo que reflete as mazelas de um país. A dobradinha entre Evelyn Castro e Nany People é impagável. Marcos Veras como charlatão e Miá Mello como mulher esnobe e fútil convencem. Já Edmilson Filho e Nichollas Torres como garotos de programa (????)  divertem muito. Destaque ainda para a trilha musical que vai se desenrolando conforme as cenas na mansão, na favela, ou ainda na prisão. E se você, caro leitor,  quer rir muito, trata-se de uma excelente oportunidade. Como diria o saudoso Paulo Gustavo, “Rir é um ato de resistência”…

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