Apesar de ser um rito quase inevitável da juventude, namorar na adolescência traz uma série de oportunidades incríveis como companheirismo, descobertas emocionais e fortalecimento de vínculos, mas também desafios que não podem ser ignorados. A declaração da filha de Ticiane Pinheiro e Roberto Justus, Rafa Justus, de que o namoro depende mais da maturidade do que da idade, provoca justamente uma reflexão essencial sobre se o adolescente está “maduro” o bastante para sustentar um relacionamento.
Para Rosangela Matos, um dos principais prós de namorar nessa fase é a possibilidade de aprender sobre si mesmo e sobre o outro: “Quando o adolescente decide compartilhar tempo, emoções e até ideias de vida com alguém, ele está criando um laboratório de autoconhecimento, mas, claro, desde que haja respeito e limite” , explica a terapeuta de relacionamento. Ela destaca que essa vivência pode fortalecer autoestima, empatia e até habilidades de comunicação, que reverberam por toda a vida.
Por outro lado, Rosangela aponta os contras que merecem atenção: “A adolescência é por natureza um período de impulso, instabilidade e afirmação. Se o namoro se torna medida de valor ou escopo único de identidade, corre-se o risco de frustração emocional ou perda de foco em outros projetos.” Estudos recentes mostram que adolescentes identificam mais desvantagens do que vantagens nas relações amorosas nessa fase, como restrição da liberdade ou pouca tolerância à frustração.
Para a terapeuta de relacionamento, namorar adolescente pode ser uma experiência rica, desde que encarado com consciência. Rosangela resume: “Não é proibido nem sistematicamente errado, é circunstancial. A questão-chave é: estamos prontos para lidar com o que vem junto (emoções fortes, expectativas, responsabilidades)?” E completa: “Se o jovem já consegue se ver além do ‘estar em um casal’, valorizando sua vida, autonomia e sonhos, o namoro pode somar, caso contrário, vira sobrecarga.”
