Cámilla de Souza

No dia 10 de outubro é comemorado o dia mundial da saúde mental e data é marcada para falar sobre o assunto

por Redação

Quase 1 bilhão de pessoas sofrem com algum tipo de transtorno mental, segundo estudos. E a pandemia elevou esses dados. Na próxima segunda-feira, 10 de Outubro, Dia Mundial da Saúde Mental, é uma data para alertar sobre diversas doenças psíquicas que precisam de atenção e tratamento. Um dos transtornos que mais cresceu devido à pandemia, é o Burn Out, que é a síndrome do esgotamento profissional. De acordo com o International Stress Management Association (ISMA-BR), o Brasil é o 2º país do mundo com mais casos de Burnout. Em números concretos, a doença atinge 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores, segundo levantamentos da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). Transtorno consideravelmente novo, o burnout só entrou na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) em 2019.

“O burnout é um transtorno que nos remete a questões internas de trabalho, ligadas a identidade profissional e expectativa em  relação ao trabalho entre o real e o ideal”, explica a especialista em Neurociência e Comportamento formada pela PUC, Cámilla de Souza.

A também especialista em Gestão de Pessoas, ressalta que é preciso estar atento aos sintomas  que levam ao burnout: “Se trata de um transtorno de caráter depressivo, e os sintomas são similares aos da ansiedade e síndrome do pânico. Os principais elementos são o desgaste emocional, a despersonalização que é a diminuição da realização pessoal e a redução do envolvimento do trabalho resultando no colapso físico e mental”.

É fato que o cenário atual revela que o mundo do trabalho tem enfrentado diversas mudanças em torno de suas concepções, em decorrência dos acontecimentos econômicos, políticos e sociais. Tais mudanças estão pautadas em avanço tecnológico, globalização, agilidade no processo de comunicação, terceirização, sobreposição de funções, aumento da expectativa de vida, taxa de desemprego, dentre outros. Diante deste contexto, a necessidade de se afirmar e o desejo de realização profissional se transformam em obstinação e compulsão, gerando um desequilíbrio em vários setores da vida. Contudo, vale ressaltar que em muitos casos o desgaste emocional interfere no trabalho, mas não é a causa. 

A médica Márcia Umbelino, especialista em medicina preventiva e ortomolecular, destaca que é preciso estar atento aos sintomas e buscar ajuda o quanto antes: “Fadiga, inquietação, ansiedade, perda do autocontrole emocional, irritabilidade, manifestação de agressividade, perturbação do sono, decepção e perda da disposição e interesse pelo trabalho, instalação de uma verdadeira intolerância ao contato com colegas de trabalho são sinais de que já está instalado o esgotamento profissional propriamente dito, que corresponde ao colapso físico e mental, considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica é uma urgência”, explica.

O tratamento da Síndrome de Burnout envolve psicoterapia, medicamentos e mudanças nos hábitos de vida e nas condições de trabalho. “Atividade física regular e exercícios de relaxamento são importantes, mas é fortemente recomendado que a pessoa tire férias e desenvolva atividades de lazer com pessoas queridas”, recomenda Márcia Umbelino.

“Quando uma pessoa chega a um estado de Burnout, é hora de reavaliar a carreira ou, pelo menos, a rotina de trabalho. Muitas vezes, é hora de fazer uma mudança profissional e um coach de carreira pode ajudar”, completa Cámilla Souza.

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