Um prestigiado âncora de telejornal de uma emissora de credibilidade surta durante a apresentação do programa, saturado pelos problemas insolúveis do país. Perplexo com as últimas notícias da política, ele explode no ar, confessa que está alcoolizado e que há anos usa psicotrópicos para dar conta das notícias cruelmente repetitivas. Ele está no seu limite, acabou um casamento e não acredita mais no jornalismo. Ele está disposto a romper os limites e alertar o seu público de que a vida está muito pior do que eles imaginam e, talvez, no fim daquele fatídico dia de trabalho dê fim a sua própria vida em rede nacional.
O espetáculo:
APÓS SUCESSO DE CONCORRIDAS SESSÕES EXPERIMENTAIS, O ÂNCORA, COM ALEX NADER, ESTREOU OFICIALMENTE NO RIO DE JANEIRO, NO TEATRO POEIRA, COM ENORME SUCESSO DE CRÍTICA E PÚBLICO, em seguida fez temporada igualmente bem sucedida no CCBB SP e a pedidos retorna ao Rio para mais uma temporada no Teatro Poeira . O espetáculo é um texto de Leandro Muniz, que divide a direção com Alex Nader, e mostra um prestigiado âncora de telejornal em crise, passando adiante notícias nada acolhedoras, como a crise climática, abismo social, homofobia, racismo, machismo e o papel da mídia brasileira no cenário político. Com humor crítico, o texto procura desconstruir com sarcasmo o homem que deveria levar credibilidade à família brasileira, mas que está culpado por viver cercado de privilégios, e finalmente resolve decretar o fim da hipocrisia que virou a sua vida. Ele aponta sua língua afiada e desabafa descontrolado, expondo a sua vida e os bastidores da política em cadeia nacional. Esse mote é uma janela humorística para o personagem passear por tudo o que o aflige, desde seu relacionamento falido, à proliferação das fakenews que abalou a credibilidade do jornalismo e impulsionou veículos extremamente duvidosos, passando pelo seu inconformismo com a visão distorcida que o público tem sobre quem ele realmente é
Alex Nader
A ideia de fazer “O Âncora” parte de uma vontade de gritar pro mundo o absurdo que é viver em constante bombardeio de notícias ruins. Os acontecimentos dos últimos quatro anos, com incansáveis ataques a artistas e a jornalistas, a proliferação das Fake News, o assassinato de crianças pretas, mortas por balas “perdidas”, o assassinato de pessoas trans e o feminicídio que aparecem diariamente nos noticiários, criando uma sensação de normalidade e deixando todos nós paralisados diante desses absurdos. Como artista me sinto na obrigação de usar a Arte como instrumento transformador. É urgente e necessário uma reeducação em muitos aspectos, a desconstrução do racismo, do machismo, da homofobia, dependem de ações diárias, não dá mais pra ficar sentado em nossos privilégios, é preciso uma grande transformação por parte de todos. Eu espero que “O Âncora“ traga reflexão e discussão sobre essa desconstrução tão necessária. Termino com uma provocação pra reflexão: Você que está lendo esse texto agora, VOCÉ TAMBÉM É RACISTA! E O QUE VOCÊ FAZ PRA MUDAR? Bom espetáculo! Alex Nader começou no teatro aos 11 anos, estudou com Domingos Oliveira, Hamilton Vaz Pereira, Moacir Chaves, Fabio Barreto, entre outros, e se profissionalizou em 1998. Formou-se em Cinema pela Unesa em 2003, desde então vem trabalhando com renomados diretores no Teatro, TV e Cinema. No Teatro destaca-se “Caranguejo Overdrive”, vencedor dos prêmios Cesgranrio, Shell e APTR nas categorias Texto e Direção; “Navalha na Carne”, uma Homenagem para Tônia Carrero; “A Paz Perpétua”, com Direção de Aderbal Freire Filho; “Répétition”, com direção Walter Lima Jr., e “Não sobre Rouxinóis”, com direção de João Fonseca e Vinícius Arneiro. Na TV seus últimos trabalhos foram a novela “Quanto mais vida melhor”, na TV Globo; as séries “Amar é para os fortes”, na Amazon; “Arcanjo Renegado” e “A Divisão”, ambos para a Globoplay. No Cinema seus principais trabalhos são os longas “Alemão 2”, de José Eduardo Belmonte; “Macabro”, de Marcos Prado; e “Motorrad”, de Vicente Amorim.
Serviço:
Teatro Poeirinha – Botafogo / RIO DE JANEIRO
CURTA TEMPORADA! De 19/09 A 25/10 – terças e quartas às 20h
Ingressos em Sympla.com.Br ou na bilheteria do teatro