No dia 6 de dezembro, a Orquestra Sinfônica Brasileira realizará mais uma apresentação da Série Mundo, desta vez em homenagem à Bulgária, no palco da Sala Cecília Meireles. Sob a batuta do maestro José Soares, o violoncelista Stanimir Todorov é o solista do concerto. No repertório, obras de Clóvis Pereira, Vesselin Stoyanov, Petko Staynov e Pancho Vladigerov.
O itinerário musical tem início em paisagens brasileiras, com um tributo a Clovis Pereira (1932 — 2024), figura destacada da música nacional na segunda metade do século XX. Com uma produção substancial que inclui desde peças para piano até cantatas e obras atonais, o compositor, arranjador, instrumentista e maestro foi aluno de Guerra-Peixe e se tornou um dos grandes expoentes do Movimento Armorial. Para abrir este concerto, foram escolhidas as “Três peças Nordestinas”, de 1971. Já no títulos dos movimentos – “No reino da pedra verde”, “Aboio” e “Galope”, é possível perceber o apreço do artista pela cultura nordestina, mas é sobretudo nas harmonias, nos ritmos e nos temas que o encanto pelo folclore pernambucano se revela em seu máximo esplendor.
Em seguida, o programa segue para a Bulgária com uma obra de fôlego do brilhante Vesselin Stoyanov (1902–1969). O compositor formou-se na Academia Estatal de Música de Sófia, mas foi durante os anos de aprimoramento em Viena que seu universo musical atingiu completa maturação. Lá, entrou em contato com uma miríade de obras que iam da rica tradição clássica às vanguardas modernistas. De volta à Bulgária, contribuiu para a fundação da Sociedade de Música Contemporânea dos Compositores Búlgaros e, em 1945, tornou-se professor de composição na Academia Estatal de Música. Suas obras incluem óperas, balés, sinfonias, poemas sinfônicos e seu estilo é marcado sobretudo pela fusão singular de influências ocidentais e elementos da música folclórica búlgara. O Concerto para Violoncelo que será apresentado neste espetáculo é uma obra em três movimentos escrita no ano de 1960. Nela, o virtuosismo técnico é mesclado a um conteúdo musical de alta sensibilidade, carregado de um teor quase narrativo. A orquestração, por sua vez, ora é discreta, ora é opulenta, com um colorido charmoso característico da música de Stoyanov.
O programa segue com as Danças Tracias, de Petko Staynov, uma das vozes mais importantes da música búlgara. Artista de incansável imaginação, Staynov dedicou toda sua vida à cultura e à música de seu país, defendendo a importância da música folclórica para a criatividade dos compositores búlgaros e a criação de um estilo musical nacional. A trágica perda da visão na infância não o impediu de obter uma sólida formação cultural, primeiro em Sofia, depois em Braunschweig e Dresden. Exerceu funções de liderança em importantes instituições culturais, e em 1948, fundou o Instituto de Musicologia da Academia Búlgara de Ciências, no qual atuou como diretor até seu falecimento. Como compositor, escreveu obras importantes e sua linguagem musical, embora lance mão da tradição ocidental, inspira-se fortemente nas tradições populares búlgaras. As Danças Trácias, talvez a sua obra mais popular, é uma suíte admirável, construída a partir de ritmos folclóricos, considerada por alguns o marco inicial da música clássica búlgara.
Pancho Vladigerov, considerado o pai da música clássica búlgara moderna, desempenhou papel crucial na criação de uma identidade musical nacional, ao fundir a tradição erudita europeia com as sonoridades autênticas do folclore de seu país. Nascido na Suíça, Vladigerov estudou na Alemanha e passou a maior parte de sua vida na Bulgária, onde além de compositor, atuou como educador e diretor de importantes instituições musicais. Sua obra reflete uma busca constante pela integração da música popular búlgara ao contexto da música clássica, utilizando ritmos e melodias tradicionais de maneira inovadora. A “Rapsódia Vardar”, sua peça mais emblemática, é uma perfeita representação dessa fusão, uma obra vibrante que transforma os elementos folclóricos, como os compassos irregulares, em uma linguagem musical de grande expressividade, sendo considerada um marco na consolidação da música clássica búlgara.
A ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA:
Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira é reconhecida como um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 84 anos de trajetória ininterrupta, a OSB já realizou mais de cinco mil concertos e é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas, além de um amplo projeto de responsabilidade social e democratização de acesso à cultura.
Para viabilizar suas atividades, a Fundação conta com a Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem o Instituto Cultural Vale como Mantenedor Amazônia, Shell como Patrocinador Cerrado, NTS – Nova Transportadora do Sudeste como Patrocinador Mata Atlântica, Itaú – Redecard e Volvo como Patrocinadores Caatinga, Brookfield e Sergio Bermudes Advogados como Patrocinadores Pampa, CYMI como Patrocinador Pantanal e Bradesco como Patrocinador da Série Mundo, além de um conjunto de apoiadores culturais e institucionais.
Saiba mais em
PROGRAMA:
CLÓVIS PEREIRA – Três peças nordestinas
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No reino da pedra verde
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Aboio
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Galope
VESSELIN STOYANOV – Concerto para violoncelo
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Allegro moderato
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Largamente
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Allegro
– INTERVALO –
PETKO STAYNOV – Danças Tracias
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Paydushko
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Bear-Warder’s Dance/Mechkarsky Dance
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Horo
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Rachenitsa
PANCHO VLADIGEROV – Rapsódia Vardar
Orquestra Sinfônica Brasileira
OSB – Série Mundo | Bulgária
Dia 6 de dezembro (sexta-feira), às 19h
Local: Sala Cecília Meireles (Rua da Lapa, 47 – Centro, Rio de Janeiro)
Ingressos: R$4 0,00 (R$ 20 meia)
Ingressos à venda na bilheteria da Sala Cecília Meireles e no site Eleven Tickets