Ovárias realiza sua 6ª edição na Arena Dicró

Odara Nur Mahin
Odara Nur Mahin

O protagonismo é todo delas. E potência artística é o que não falta para essas mulheres que estão à frente de “Ocupação Ovárias”, ocupação feminina artística cultural que visa dar às mulheres cis e transvestigeneres a liberdade de se expressar e manifestar sobre o que quiserem, quebrando barreiras e paradigmas. O movimento chega à sua 6ª edição reunindo 200 artistas que se apresentam nos dias 09 e 10 de dezembro, das 11h às 21h, na Arena Carioca Dicró, na Penha. Idealizado por Aline Mohamad, Monique Vaillé e Nina da Costa Reis, o evento será totalmente gratuito e faz parte do edital realizado pela MS Arte e Cultura através do Programa de Fomento à Cultura – FOCA (2022), da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura EDITAL SMC N° 03/2022 – FOMENTO À CULTURA CARIOCA.

Durante os dois dias de evento o público poderá prestigiar as apresentações de 58 projetos realizados por mulheres que foram selecionadas através da convocatória lançada nas redes sociais com a curadoria das idealizadoras e da artista Jessica Madona. A programação de “Ovárias” conta com 12 cenas curtas de teatro, 11 performances, sete exposições, seis trabalhos de dança, quatro pocket shows, oito curtas metragens, dois longas-metragens e duas rodas de bate papo. A novidade deste ano será a estreia do Ovarinhas, onde terá uma programação pensada especialmente para as crianças. “Teremos seis atividades infantis: contação de histórias, oficinas de música e construção de instrumentos musicais, cenas infantis e até lançamento com distribuição de livro para o público infantil. Nessa edição também será possível oferecer intérpretes de libras em muitas programações”, explica Aline Mohamad.

Em tempos de representatividade e resistência artística, “Ovárias” surge como um modelo potente de movimento cultural na cidade, colocando em destaque a mulher na cena cultural carioca e mais importante ainda no cenário da Zona Norte do Rio. “Nossa cidade ainda sofre com a disparidade cultural. Já é sabido que a cultura é fundamental na formação de cidadãos. E a falta de acesso, a não possibilidade de consumo, é uma escolha política para o não desenvolvimento do senso crítico. Trazer a ocupação para a Penha é um desejo antigo do grupo, porque é daqui que nasce Aline Mohamad, uma das idealizadoras do projeto. A nossa escolha de descentralizar a ocupação é uma escolha política pela melhoria de desenvolvimento no pensar de cada morador. Buscamos plantar em cada uma das pessoas presentes, sobretudo as crianças, a possibilidade de novos caminhos, de expandir horizontes, de combater preconceitos, de terem a certeza que rumos melhores são possíveis” declara Monique Vaillé.

Indicada ao Prêmio Shell de Teatro 2019 na categoria INOVAÇÃO, por fomentar o protagonismo estético-político das mulheres na cena carioca, esta edição de “Ovárias” tem um sabor especial: pela primeira vez o evento foi aprovado por um edital. “Sempre acreditamos na potência que tínhamos e, por isso, a falta de dinheiro nunca foi um impeditivo para que realizássemos nossa erupção. Agora, com o edital, conseguimos realizar nossa ocupação com mais dignidade, oferecendo ajuda de custo para os artistas do projeto. Quem sabe ‘Ovárias’ não se torna um evento de calendário anual da cidade, mostrando a potência de toda mulherada do mapa carioca? Fica aí a provocação”, comemora Nina da Costa Reis.

SERVIÇO:

“OVÁRIAS”

  • QUANDO: 09 e 10 de dezembro, de 11h às 21h
  • LOCAL: ARENA CARIOCA CARLOS ROBERTO DE OLIVEIRA – DICRÓ
  • ENDEREÇO: Parque Ari Barroso s/n – Penha Circular – Rio de Janeiro
  • ENTRADA GRATUITA (espaço sujeito à lotação)
  • CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: Livre

*As atrações com classificação diferentes acontecem com controle de acesso.

Outras informações: Instagram @ocupação_ovarias

FICHA TÉCNICA

  • Idealização: Aline Mohamad, Monique Vaillé e Nina da Costa Reis
  • Coordenação Geral e Curadoria: Aline Mohamad, Jessica Madona, Monique Vaillé e Nina da Costa Reis
  • Direção de Produção: Aline Mohamad e Monique Vaillé
  • Produção Executiva: Jessica Madona e Nina da Costa Reis
  • Assistente de Produção: Anne Mohamad e Larissa Coelho
  • Produção Local: Anne Mohamad, Gabi Gonçalves, Júlia Tavares, Larissa Coelho e Savina João
  • Produção da Logística do Projeto: Fabíola Godoi
  • Iluminação: Thayssa Carvalho
  • Técnicas de Luz: Louise Anibal, Dara Duarte e Jess Castro
  • Direção Técnica de Som e Vídeo: Carolina Godinho
  • Técnicas de Som: Dara Duarte e Jess Castro
  • Técnica de Vídeo: Carolina Godinho
  • Direção de Arte: Ianara Elisa
  • Assistentes de Direção de Arte: Mariana Marton e Eduarda Brandão
  • Assistentes de Arte de Montagem: Eduarda Marques, Isabele Estevam, Vitória Belone,
  • Yasmim Lira, Yasmin Macedo e Yasmin Santos
  • Ações de Acessibilidade: JDL Traduções
  • Registro de Fotos e Vídeos: MaCla Oliveira e Thaysa Lota
  • Programadora Visual: Raquel Alvarenga
  • Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Assessoria – Gisele Machado e Bruno Morais
  • Mídias Sociais: Júlia Tavares
  • Prestação de Contas e Administração Financeira: Delas Cultural e MS Arte & Cultura
  • Contador: Jopec Serviços Administrativos
  • Locação de Equipamentos de Som: Capão Áudio e Eventos e Delas Cultural
  • Locação de Equipamentos de Luz: Elétrica Cênica
  • Aluguel Projetor e Tela: Delas Cultural
  • Aluguel Mesas e Cadeiras: Clauwan Comercio de Moveis
  • Locação de Gerador: Mdem Produções
  • Frete: João Gioia
  • Realização: MS Arte & Cultura
  • Co-realização: Delas Cultural, Ipê Baobá e Girassol Produções

Sobre as curadoras do projeto OVÁRIAS:

ALINE MOHAMAD

Produtora cultural há mais de 20 anos, realiza trabalhos nas áreas de teatro, dança, cinema, música e TV. Atualmente é Curadora de Teatro do Centro Cultural São Paulo. Idealizadora e autora do espetáculo “JORGE pra sempre VERÃO”, com direção de Rodrigo França; e dos espetáculos “Eu, Moby Dick”, com direção de Renato Rocha e texto de Pedro Kosovski, e “O Encontro – Malcolm X e Martin Luther King”, de Jeff Stetson, com direção de Isaac Bernat (primeira montagem brasileira do espetáculo americano super premiado e montado no mundo inteiro). Aline também do “Sarau Possível”, uma experiência cênica que ficou em cartaz por 7 semanas logo no início da pandemia de 2020, com apresentações presenciais em fevereiro de 2023.

JESSICA MADONA

Artista é bacharel e licenciada em Teatro pela Universidade Cândido Mendes (RJ). Pós-graduanda em Cinema e Audiovisual pela Universidade Cândido Mendes. Fundadora e integrante da Coletiva 3 de Nós e Ipê Baobá, onde atua como produtora e atriz dos espetáculos..Em teatro, idealizou e atuou no espetáculo “Viúvas”, selecionado pelo 14o Prêmio Zé Renato de teatro de São Paulo, realizado no CCSP em 2022; dirigiu e atuou no musical “Ladies sing the blues”, o solo “Todos Te Amam Até Você Se Assumir Preta” (2021). Na tv, atuou no episódio Falas Femininas 2023 (TV Globo), dirigido por Everlane Moraes e Luísa Lima.No cinema, roteirizou e protagonizou o curta-metragem “A Mais Forte” (2019), dirigido por Clara Eyer e Savina João. Exibido e licenciado pelo Canal Brasil, foi selecionado por alguns festivais dentre eles: IV Rota / Festival de Roteiro Audiovisual (2020), em que concorreu na Mostra Competitiva de Curtas e conquistou o prêmio de Melhor Roteiro de ficção pelo Juri Popular;15o Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões (2020), em que concorreu na Mostra Competitiva de Curtas e conquistou os prêmios de Melhor Atriz (Jessica Madona) e Melhor Montagem (Clara Eyer); .Escreveu o argumento “Mátria que te pariu” (com Savina João), semi-finalista do Prêmio Cardume-Cabíria 2020.Atuou também em “Marielle’s Legacy Will Not Die”, de Leonard Cortana, selecionado e exibido pelo Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul (2020); na websérie “O Encontro” (2019), dirigido por Aline Mohamad; em “O Poste”, de Lucas Vinhas e Gabriela Giffoni, selecionado e exibido pelo 28o Festival Internacional de Cinema de São Paulo – Kinoforum (2017); e, em “Corpo Cru”, de Marina Martins.Em 2020, também conquistou o primeiro lugar do reality show on-line Big Artista Brasil (BAB). Atuou no infantil “Por quê?”, da companhia Yonis Magnifícas, que circulou pelo Teatro Ipanema (RJ) em 2019.

MONIQUE VAILLÉ

Artista da cena, é uma das idealizadoras da Ocupação “Ovárias”, indicada na categoria especial do Prêmio Shell por fomentar o protagonismo estético-político das mulheres e do “Cenas Afora – Solos Femininos” um dos primeiros projetos em artes cênicas no RJ a tratar de assuntos de movimento feminista. Coletivos| Espetáculos mais recentes onde atuou e produziu: “LA CODISTA_BR”, “BIG ARTISTA DA INDEPENDÊNCIA” “AS IRMÃS” e “PÍLULAS DA PUPILA”. Atualmente está no elenco de “SQUARE” do Coletivo holandês Wunderbaum, em turnê mundial. Em 2020 assinou roteiro do “LA CODISTA.doc e em 2023 assina roteiro e direção do documentário SQUARE.doc que conta os bastidores para criação do espetáculo SQUARE, um projeto entre Brasil e Holanda para reocupação dos espaços públicos.

NINA DA COSTA REIS

Atriz-cantora, diretora e performer.
– IDEALIZADORA da Ocupação Ovárias, ocupação feminista transgênera que surgiu em 2017, indicada ao PRÊMIO SHELL na categoria “Projeto Inovação” em 2019; ONG Conexão do Bem que realiza teatro e música nos hospitais da rede pública do RJ desde 2012.
– TEATRO: “Aos Sábados”, 2023; “Cuidado quando for falar de mim”, 2022; “Filhos D Medea”, 2019 ; peça-show “Ai de mim”,, 2017 e outros.
– DIREÇÃO: “Onde Fica a Curva?”, 2023; “Cavalos”, 2019 a 2022 – prêmio de melhor direção na mostra Solos Brasileiros em 2019 ; “Ana e a tal felicidade”, 2021 ; “Palavras de mulheres”, 2021 ; “Gaia – experiencia óptico sonora”, 2020.
– AUDIOVISUAL: Comercial “Cotton”, 2023; “Novela “Um Lugar ao Sol”, 2021 ; Série “Esconderijo”, 2020; Novela “Rock Story”, 2017 ; Filme “O Campeão”, 2017 e outros.