Pescadores de  Niterói e São Gonçalo realizam mutirão de limpeza no ‘Dia Mundial dos Manguezais’

por Rafael Gomes

O ‘Dia Mundial de Proteção aos Manguezais’ tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância desses ecossistemas costeiros únicos e destacar a necessidade de sua preservação

A Federação de Pescadores do Rio de Janeiro (FEPERJ), conta há dois anos com projeto ‘Águas da Guanabara’, onde pescadores realizam o trabalho de limpeza três vezes por semana dos manguezais, chegando a recolher pela colônia Z-8, em Niterói e São Gonçalo, até 25 tornadas de lixo/mês, bem como na colônia Z-9, em Magé.

O projeto visa quantificar e qualificar os resíduos sólidos e os impactos que eles possuem sobre a fauna e flora da Baía de Guanabara, através de novos olhares sobre esses problemas.

Atualmente, os pescadores estão realizando o trabalho de limpeza, em São Gonçalo: nos rios Imbuaçu, Bomba, Marimbado, entre outros. Já na Baixada Fluminense, no canal de Magé, e nos rios Suruí e Estrela; e todo material retirado, é o lixo que não vai para coleta seletiva, na grande maioria das vezes, é descartado de forma inadequada, chegando aos rios e à baía de Guanabara.

Esse ano, além da limpeza dos mangues, a FEPERJ vai apresentar um Plano com Propostas de Educação Ambiental, e durante a ação será assinado um Termo de Cooperação entre a FEPERJ e a Prefeitura de São Gonçalo. 

“Para proteger os manguezais, é fundamental promover a conscientização sobre sua importância, fortalecer a legislação ambiental e incentivar práticas de conservação sustentáveis. Cada um de nós também pode contribuir, evitando a poluição e o descarte inadequado de resíduos, além de apoiar projetos de preservação e restauração desses preciosos ambientes costeiros”, afirmou o presidente da FEPERJ, Luís Cláudio Furtado.

A Dra. Amanda Berk é bióloga e afirma que os manguezais desempenham um papel crucial no equilíbrio ecológico, atuando como berçários naturais para várias espécies de peixes, aves e outros animais marinhos. Além disso, eles ajudam a proteger a costa contra a erosão, agindo como barreiras naturais contra tempestades.

De acordo com a Dra. Jamylle de Almeida Ferreira, Geógrafa, “infelizmente os manguezais estão enfrentando ameaças significativas, como a degradação causada pela urbanização, poluição, desmatamento e aquicultura não sustentável. A perda desses ecossistemas pode ter impactos devastadores no meio ambiente e na vida das comunidades que dependem deles para sustento”.

De acordo com o presidente da colônia de pescadores de Niterói/ São Gonçalo Z8, Gilberto Alves, o lixo flutuante e demais resíduos sólidos encontrados na costa e manguezais do Rio de Janeiro, é uma realidade dura para os pescadores, além de causar uma grande degradação do meio ambiente e dos recursos hídricos, como a atividade pesqueira, prejudicando também representantes da flora e da fauna local.

“O projeto ‘Águas da Guanabara’, está sendo realizado, para analisar as condições territoriais, ambientais e econômicas, dar um diagnóstico ambiental e poluidor (resíduos sólidos flutuantes e de fundo), mapear os pontos críticos, conscientizar sobre os riscos para futura sustentabilidade junto à destinação do material retirado”, explicou o presidente da Colônia Z-8, Gilberto Alves.

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