Poética na Escola – Slam: escola municipal do Rio recebe oficina de slam 

Entre os meses de maio e junho, a organização cultural focada em projetos de impacto social, Alkebulan Arte e Cultura, realiza o projeto “Poéticas na Escola – Slam“, que tem como objetivo promover a performance e a literatura através de oficinas gratuitas de Slam na Escola Municipal Ginásio Emilinha Borba, localizada em Nova Sepetiba – Santa Cruz. 

Durante as oficinas, os alunos terão a oportunidade de ter contato com poetas experientes da região metropolitana do Rio de Janeiro, em que compartilharão suas vivências e expertises no campo do slam, para dialogarem sobre o fazer artístico e trocarem experiências. As oficinas são oferecidas para os alunos do 8º e 9ª anos e serão realizadas durante o contraturno escolar, das 14h às 16h30. 

Fellipe Calarco, idealizador e coordenador do projeto, conta que a falta de estrutura cultural durante sua infância e adolescência foi um dos entraves para seu crescimento profissional e, vivenciando isso, resolveu dar um novo caminho para os estudantes que precisam desses espaços culturais. 

“Fui criado em Santa Cruz, e quando eu era pequeno, vi o meu sonho de ser ator impossibilitado pela falta e distância de aparelhos culturais próximos de onde eu morava. Na primeira oportunidade que tive, migrei para outro município onde pude realizar meu sonho e me tornei técnico em artes dramáticas. Anos depois, voltei a morar no Rio e tive uma nova oportunidade: ganhei uma bolsa integral para cursar bacharelado em Artes Cênicas em uma universidade de renome”, revela Fellipe. 

“Hoje, formado, busco produzir projetos para que jovens possam ter a oportunidade de acessar produções artísticas sem precisarem realizar grandes deslocamentos”, acrescenta. 

O coordenador afirma ainda que levar a arte para dentro das escolas é uma forma de democratizar o acesso às crianças e adolescentes que são privados dos seus direitos por vários motivos sociais. 

“Realizar o Poéticas na Escola – Slam dentro de uma escola pública municipal é uma forma de democratizar o acesso à arte. Segundo os dados mais recentes da Casa Fluminense, a população de Nova Sepetiba tem mais de 20%, chegando até mesmo a 37% de sua renda comprometida com o transporte público. Ter projetos que acessem escolas públicas é garantir um direito essencial que é o acesso à arte e cultura”, comenta. 

Fellipe, que é ator, poeta e produtor cultural, reforça que é necessário que as produções culturais sejam descentralizadas e percorram territórios e municípios mais periféricos da Região Metropolitana do Rio, democratizando, ainda mais, o acesso à cultura e ao lazer. 

“Existe um certo êxodo cultural. Por anos, eu precisei ficar horas no transporte público para acessar espetáculos e atividades culturais, pois, em sua maioria, ficam concentradas na região central e Zona Sul da cidade. É importante que se faça o caminho oposto”, critica. 

“Precisamos estimular a produção e a manutenção da arte das regiões periféricas, que já é por si muito rica. Mas falta estímulo e visibilidade”, finaliza o idealizador do projeto.  

Ao fim do período de oficinas, haverá um evento que mobilizará toda a escola, com roda de conversa em que artistas e professores convidados conversarão sobre suas experiências e percepções sobre a importância da arte para a transformação social. E como resultado, os alunos participantes das oficinas, participarão de uma batalha de slam com o intuito de apresentarem suas poesias desenvolvidas durante as atividades.

SOBRE A ORGANIZAÇÃO CULTURAL

A Alkebulan Arte e Cultura nasce com o objetivo de construir projetos culturais para áreas fora do centro cultural metropolitano do Rio de Janeiro. O objetivo é tornar a arte mais democrática e acessível em regiões periféricas, lutando contra a falta de oportunidades culturais nos territórios suburbanos.

Programação Evento Final: 

03 de julho

9h às 10h – Roda de Conversa 

Tema: Relevância da arte e literatura na transformação social.

Integrantes: Mc Martina e Aza Njeri

Mediação: Sol Miranda

10h às 11h30 – Batalha de Poesia

Os alunos apresentarão suas poesias desenvolvidas durante as oficinas; e na batalha haverá premiação para os 3 melhores colocados escolhidos pelo júri.