O Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos recebeu em sua casa um grupo representativo, de grande relevância nacional e cultural negra

O almoço, regado com feijoada, celebrou o documentário "Resistência Negra" e o protagonismo de atores, atrizes, diretores, diretoras e roteiristas negros e negras na teledramaturgia brasileira.

por Jorge Rodrigues

“Resistência Negra” é o nome da série documental que o Globoplay prepara para estrear em novembro. A produção terá cinco episódios e será apresentada pela cantora Larissa Luz e pelo rapper Djonga. O projeto foi idealizado e levado à plataforma de streaming da Globo pelo professor da UFRJ – Ivanir dos Santos, atuante há mais de 40 anos em prol das liberdades, dos direitos humanos, das pluralidades, contra o racismo e a intolerância religiosa. A direção geral é de Mayara Aguiar, é uma das poucas figuras negras que trabalham como diretores na emissora, e a primeira mulher negra a atuar na teledramaturgia. Ou seja, o documentário é uma potência.

“Existem movimentos que nos respaldam e nos sustentam pra chegarmos até aqui. Nossos passos vêm de longe. Como aprendi com Lúcia, Xavier e Jurema Werneck e todo o movimento de mulheres negras. Há anos os movimentos negros tem sido fundamentais nas suas reivindicações e lutas pra que a gente chegasse hoje ao que é”, afimrou a atriz Juliana Alves.

O foco do encontro, em fortalecimento e complementaridade a ações de conscientização sobre a igualdade racial, foi organizado pelo Centro de Articulações de Populações Marginalizadas / CEAP, contou com Maria Gal (interpreta Neiva na novela Amor Perfeito), Juliana Alves (Wanda/ Amor Perfeito), Samantha Almeida – Diretora de Diversidade e Inovação em Conteúdo da TV Globo, Diogo Almeida (Orlando – novela Amor Perfeito). As crianças Levi Asaf, que interpreta o Marcelino na novela Amor Perfeito e Lua Miranda, aliás, a pequena Lua estará no documentário. 

“O encontro trouxe uma oportunidade de uma ampla confraternização, de respeito a tudo que o  povo negro brasileiro representa”, potuou Ivanir.

Paulo Lins, escritor que também colaborou no roteiro da série, fez um bate de volta de São Paulo, especialmente para o evento. Renomado, ganhou fama internacional com roteiro na publicação (1997), do livro Cidade de Deus, sobre a vida das favelas do RJ. “É importante para todas as pessoas que de alguma forma ajudaram pra equidade racial nesse país. Um país que tem uma discrimina racial muito grande e esse encontro celebra o que a gente conquistou e para  também dizer que a luta continua”, declarou.

Em uma bucólica vila de casas na Zona Norte, o “Quintal do Ivanir”, titulado por alguns, ganhou ainda uma roda de samba e com direito a palinha nos vocais de Marquinhos Oswaldo Cruz, outra figura importante no cenário carioca, leia-se Feira das Yabás e Trem do Samba. Além de Claudia Vitalino, atuante do Movimento Negro e Mulheres Negras, Coronel Ubiratan, Joel da Educafro, Patrícia Rodrigues – coordenadora do projeto “Casa da Mulher Sambista”, Jonathan Raymundo – historiador e fundador do expressivo movimento Wakanda in Madureira, Erick Bretas e Rafael Dragaud, ambos da TV Globo, Tânia Amorim – umas das idealizadoras do documentário sobre Bangbala Que eu Receba Riquezaalém de intelectuais como Carlos Alberto  Medeiros Jacques d’Adesky, Dra. Monica Alexandre Santos – Secretária Adjunta da OAB/RJentre outras lideranças negras.

“Que honra ser uma trabalhadora operária desse momento tão importante no audiovisual e sociedade brasileira”, declarou Samantha Almeida.

“Respeito quem realiza construções negras. Me sinto orgulhoso dessas ações, é uma iniciativa coletiva do povo negro”, completa Ivanir do Santos, e assim, a tarde desse domingo lançou um outro momento, enquanto fruto de um movimento secular do ativismo da população negra, traçado na luta contra as opressões.

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