O aumento do salário mínimo em 2023 foi de apenas R$ 18 reais, um valor que decepcionou muitos trabalhadores por não ser suficiente para compensar a inflação. Mas especialistas garantem que é possível melhorar o salário sem depender do reajuste do mínimo. De acordo com profissionais das áreas de carreiras e RH, diversos fatores podem influenciar na remuneração de um mesmo cargo e que é possível negociar aumento com o patrão, basta saber como. O Coach em carreiras e especialista em Programação Neurolinguística da Leadership School, Cláudio Domingos, explica como pedir aumento de salário e como saber se ele é ideal para o seu cargo: “Pedir aumento não te fará ser demitido, se você souber como argumentar. No Brasil, ainda é muito considerado os fatores tempo e fidelidade que a pessoa tem com a empresa. Nesses casos, pedir aumento pode indicar que você quer continuar na corporação”.
A especialista em desenvolvimento de pessoas, Càmilla de Souza, alerta que, antes de pleitear um reajuste, é preciso fazer uma pesquisa para saber a média do salário que o mercado paga para aquele cargo. “Após isso, é importante listar tudo o que a função exige, o que você tem para oferecer em termos de entrega de atividades e quais são suas melhores qualidades”, destaca Souza. “Fica muito melhor gerenciar a negociação se você tiver todas essas informações, pois você saberá mostrar os motivos de receber a mais”.
Habilidades técnicas ou específicas do cargo, cursos profissionalizantes e treinamentos, formação acadêmica e até mesmo o domínio de outro idioma também são importantes fatores que podem levar a aumento de salário. “Habilidades desenvolvidas ao longo do tempo dentro da empresa podem ser usadas como argumento na hora de negociar um reajuste. Se você entrou sem uma especialização e depois se especializou, e isso ajudou a melhorar seu trabalho, e contribuir para o crescimento da empresa, é um motivo para o aumento”, acrescenta o coach Cláudio Domingos.
Atualmente, as habilidades pessoais também contam muito. Segundo estudos realizados pela consultoria de recursos humanos Michael Page, 91% das pessoas são contratadas por causa de suas habilidades técnicas, porém mais da metade é demitida por atitudes comportamentais. A especialista Càmilla de Souza, pontua sobre esse diferencial: “Soft skills é um termo em inglês, utilizado no mercado de trabalho, que se refere às capacidades pessoais do candidato. Algumas pessoas já as possuem, mas elas também podem ser desenvolvidas. Porém, não recebem tanta atenção de quem quer uma vaga. As principais soft skills são: Inteligência emocional, liderança, saber trabalhar em equipe, ter uma boa comunicação, ser flexível e colaborador. Então, se você pretende, mais do que ser contratado, se manter em uma empresa, adquirir essas habilidades é muito importante.” conclui
Cámilla.As empresas estão cada vez mais exigentes, portanto elas podem oferecer uma remuneração maior, mas exigir muito mais habilidades. Um dos requisitos que chama muita atenção atualmente, é o domínio do inglês. A mestre em inglês e sócia da Metropolis Idiomas, Claudia Souza explica que muitos executivos procuram os cursos intensivos para não perder uma promoção ou conseguir vantagem competitiva dentro das empresas. “De alguns anos pra cá, percebemos um aumento desse público. São pessoas que estão empregadas e querem negociar um aumento de salário ou almejam um cargo mais alto dentro das empresas. Essas pessoas têm uma vida corrida e pressa em obter resultados”, avalia Claudia.
Segundo pesquisas da Catho, empresa de seleção e recrutamento, saber falar inglês pode aumentar o salário em 170%, porém somente 4% dos candidatos possuem inglês avançado e 73% não têm conhecimento do idioma. A professora alerta, no entanto, que embora seja possível acelerar um pouco o processo de aprendizado, não há milagres. “É biologicamente impossível um ser humano aprender e ficar fluente em um idioma em 3, 4 meses. O que é viável, e que oferecemos aqui na Metropolis, é oferecer mais aulas num espaço menor de tempo, com método facilitado, que se encaixe bem na rotina desse tipo de aluno, como os nossos cursos imersivos aos sábados com aulas online ao vivo”, explica a empresária, acrescentando: “cursos milagrosos são uma enganação!”.