Samba do Pé: o subúrbio em ritmo de memória e resistência

por Redação
Yasmim Amorim, uma das idealizadoras do projeto, na roda do Samba do Pé

Retomado em 2025 por Natasha Arsenio e Yasmim Amorim, filhas do território, o projeto resgata uma tradição iniciada décadas atrás por Vilson Balthar e seus companheiros de bairro, como Zé Carlos, fundador do bar onde a roda acontece atualmente.

O Samba do Pé é mais do que uma roda de samba: é um movimento de memória, afeto e resistência cultural que (re)nasce no coração do subúrbio carioca, na histórica Rua Parimá, em Parada de Lucas.

Com encontros mensais e entrada gratuita, o Samba do Pé devolve a uma das principais ruas do bairro uma vivência cultural que por anos pulsou com força, unindo gerações e talentos da comunidade. A cada edição, o público é convidado a celebrar o samba em um ambiente de partilha e pertencimento, embalado por repertórios que vão do samba de raiz ao partido alto, passando pelo pagode retrô e composições autorais. Nos intervalos, o clima segue quente com a presença de DJs convidados, mantendo o astral da festa em alta.

A próxima edição acontece no dia 1º de novembro (sábado), a partir das 16h, no já tradicional Bar do Zé Carlos, na Rua Parimá, nº 18, com entrada gratuita.

Mais do que música, o projeto é uma ação afetiva e coletiva: promove reencontros, reforça laços e reafirma a potência artística do subúrbio carioca, fortalecendo o orgulho de quem vive e constrói cultura todos os dias na periferia.

O Samba do Pé é um reencontro com a nossa própria história. Eu cresci vendo o samba pulsar na Rua Parimá e poder retomar essa energia é como devolver vida a uma memória que é também coletiva. Cada edição é um abraço em nosso território. É ver nosso bairro, Parada de Lucas, ocupar seu lugar de potência, com orgulho e alegria. O samba é a forma que encontramos de dizer que estamos aqui e que seguimos firmes enquanto atores de cultura da melhor qualidade, destaca Natasha Arsenio, que é jornalista, produtora cultural e filha de Vilson Balthar – ativista cultural que há anos atrás deu o pontapé neste movimento ao lado de companheiros locais.

Também à frente da produção do projeto, Yasmim Amorim acredita na transformação social por meio da arte e no poder dos encontros para gerar pertencimento.

A ideia é retomar essa história e abrir novos caminhos, mostrando a potência que existe aqui. Nós trabalhamos para que o Samba do Pé lote as ruas, se torne referência na cena do samba e faça pessoas de outros bairros quererem vir pra cá, conhecer nossa história e viver o samba como uma nova narrativa sobre o nosso território. O Samba do Pé é feito para ser legado como o que meu avô e tantos outros deixaram, mas a partir de algo ainda maior, conta a psicóloga e mobilizadora cultural.

Juntas, as duas lideram uma retomada que honra o passado, movimenta o presente e sonha com um futuro mais culturalmente vivo e acessível. Com apenas cinco edições realizadas, o Samba do Pé já conquistou o apoio cultural do mandato do deputado Dionísio Lins, da Subprefeitura da Zona Norte, e de comerciantes locais, como o Salão de Beleza Das Manas e a agência Jocamali Comunica, responsável por toda a comunicação do projeto.

O Samba do Pé é um convite aberto para quem acredita que o samba é mais do que um ritmo: é uma forma de viver, lembrar e resistir.

Serviço

Samba do Pé
Data: 1º de novembro (sábado)
Horário: A partir das 16h
Endereço: Rua Parimá, nº 18 – Parada de Lucas
Entrada: Gratuita

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